Família cobra justiça após morte de rapaz por ‘mata-leão’ em internação forcada em Leme, SP

“Vi meu filho morrer”, diz mãe de rapaz que levou ‘mata-leão’ em internação à força no interior de SP

Bruno Willian Figueiredo, de 31 anos, chegou sem vida à Santa Casa de Leme, no domingo (1º), após abordagem de equipe de remoção. Família cobra justiça.

Família pede justiça após homem de 30 anos morrer estrangulado em Leme

“Eu vi meu filho morrer na minha frente. O cara apertou o pescoço dele e ele pedia pelo amor de Deus para eu ajudar, mas não teve jeito”.

— Andreia Aparecida Figueiredo – mãe de Bruno Willian Figueiredo

O desabafo é de Andreia Aparecida Figueiredo, mãe de Bruno Willian Figueiredo, de 31 anos, morto no domingo (1º), em Leme (SP), após receber um golpe de ‘mata-leão’ de um funcionário da empresa Torino Remoções.

O rapaz seria levado para internação compulsória (contra a vontade) em uma clínica de recuperação em Aguaí (SP). Ele foi socorrido, mas chegou morto na Santa Casa. A Polícia Civil investiga o caso, que foi registrado como morte suspeita. Ninguém foi preso.

Ainda abalada, a família tenta entender o que aconteceu e cobra justiça. Segundo o boletim de ocorrência, a médica de plantão Amanda Dias Biolchi apontou várias lesões em volta do pescoço. O laudo de exame de corpo de delito descreve a causa de morte supostamente por asfixia mecânica.

O laudo do Instituto Médico Legal deve sair em até 30 dias. A Polícia Civil ainda vai ouvir a família da vítima.

Os pais e outros familiares acompanharam a chegada dos três funcionários da equipe de remoção. A família disse que o filho não estava agressivo, como relatou a advogada da empresa. Andreia contou que o filho já saiu morto da residência.

Sérgio Figueiredo também comentou que o filho já saiu desacordado da casa. Ele acompanhou mais distante a abordagem para não deixar o filho nervoso. Mas quando percebeu o que acontecia se aproximou e presenciou a ação.

“Ele saiu desacordado de casa, amarrado e já estava com batimento fraco. Ficamos todos alvoroçados, fui ver o que estava acontecendo e ver se ele voltava, pensei que só tivesse desmaiado, mas do jeito que o cara apertou, todo mundo mandando ele parar de sufocar meu filho, ele não parava. Estamos com testemunhas, fizemos B.O. Eu fui de carro com a minha esposa para o hospital e quando chegamos, a doutora já veio e falou que ele chegou sem sinal de vida”, disse.

Sérgio também comentou que a ambulância não estava equipada adequadamente e os profissionais não estavam preparados para a abordagem. “Não vieram preparados para isso, achávamos que ia ter um sedativo, algo para acalmar ele. Inclusive tinha um (funcionário) que era o primeiro dia de trabalho. Se eu soubesse que ia vir dessa forma, nessa agressão, nunca jamais ia fazer feito isso para o meu filho”, disse.

“A advogada Helena Maria Balduino de Moraes, da empresa Torino Remoções, comentou na segunda-feira (2) que o paciente estava muito agressivo e foi necessário o uso da força durante a abordagem. A família quando tem dependente químico faz contato com clínica de reabilitação e a clínica faz contato com empresa de remoção que faz a condução do paciente. Já no caminho, o pai já disse que ele estaria alterado e teria usado droga, e o socorrista avisou que fazem a condução coercitiva, já que a família se responsabiliza pela internação, e se necessário fariam manobras mais firmes para conduzir ele. Tudo isso já está no formulário que a família assina e autoriza, e chegando lá ele estava muito violento, e foi feito imobilização manual inclusive com a bandagem, amarrando pés e mãos”, disse.

Já a família reforçou a abordagem agressiva e desmedida da equipe culminando com o golpe de “mata-leão”. “Todos presenciaram a forma que eles chegaram, já foram agredindo. Eles estão falando que meu filho que agrediu, é lógico que ninguém quer ser levado a força. Você vai relutar. Ele não sabia o que estava acontecendo, estava no quarto no celular e eles já chegaram com força agressiva e um deles deu esse um mata-leão e não sei se quebrou o pescoço. Estamos aguardando o laudo sair ainda”, disse Sérgio.

Ele disse que o filho enfrentava problemas com drogas e passou por uma separação recente. Sérgio também disse que Bruno já tinha tentado parar o uso de drogas, mas não queria ir para uma clínica. “Ele estava demonstrando problemas e transtornos e achamos melhor contratar uma clínica para se cuidar, se tratar e por a cabeça no lugar. Ele tinha se separado recentemente, e estava um pouco sem saber o que fazer. Por vontade própria ele tentou várias vezes, mas não queria ir para clínica. Mas clínica ligou para mim, porque fica caro, né, e falaram que enviariam a remoção por ambulância e não iam cobrar nada. Só pagaria a clínica, e pensei no bem dele, se eu soubesse que estava chamando assassinos para tirar a vida do meu filho, jamais teria feito isso”, comentou o pai.

“Eu espero justiça, né? Porque nada vai trazer meu filho de volta, tá todo mundo se culpando, achando que tinha feito o melhor, mas mataram meu filho”, finalizou a mãe. Agora a família espera que a investigação policial traga esclarecimentos sobre a morte de Bruno Willian Figueiredo em Leme, e que a justiça seja feita.

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Primo de jovem desaparecida no interior de SP cobra investigação: ‘Eu quero uma resposta’

Primo de jovem do PI que sumiu a caminho do trabalho no interior de SP cobra
investigação: ‘Eu quero uma resposta’

Lívia Marques, de 18 anos, está desaparecida desde o dia 9 de novembro, quando
saiu de casa em Jardinópolis para trabalhar em Ribeirão Preto. Família acompanha
buscas e levanta suspeitas.

Lívia Barbosa dos Santos Marques, de 18 anos, desapareceu há um mês e meio em
Jardinópolis, SP — Foto: Arquivo Pessoal

A família da balconista Lívia Barbosa dos Santos Marques, que desapareceu no
início de novembro em Jardinópolis (SP), na região de Ribeirão Preto (SP),
quando estava a caminho do trabalho, cobrou a Polícia Civil sobre a
investigação.

Luann Marques, que é primo dela, se mudou de Regeneração (PI), a 2.195
quilômetros, para acompanhar o caso,
mas diz que até o momento, não houve avanços na apuração.

> “Eu quero uma resposta. Eu preciso de uma resposta. O que está acontecendo com
> a gente aqui hoje é um grande descaso de informação. A minha tia [mãe de
> Lívia] começa a se questionar: ‘será que é por que a gente é de família
> humilde? Por que a gente é nordestino? A gente não tem resposta. Eu já não sei
> mais como argumentar com a polícia”, diz.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que as buscas pela
desaparecida seguem em andamento na 3ª Delegacia de Homicídios de Ribeirão Preto.

> “Já foram realizadas diligências na cidade de Jardinópolis com auxílio de
> câmeras de segurança, assim como o cumprimento de mandado de busca e
> apreensão, coleta de material genético de familiares e a representação de
> medidas cautelares de inteligência.”

Lívia, que é natural de Regeneração, tem 18 anos e se mudou para Jardinópolis em
janeiro deste ano em busca de melhores condições de vida. Ela estava morando com
uma tia e conseguiu emprego em uma loja no shopping em Ribeirão Preto. Parte do dinheiro que ganhava como balconista mandava para os pais, que ficaram em Regeneração. Cerca de três semanas antes de desaparecer, Lívia alugou uma kitnet em Jardinópolis e foi morar sozinha. Ela começou a se relacionar com um homem, que, coincidentemente, é da cidade natal dela. Mas, segundo o primo, a família não aprovava o relacionamento por causa do comportamento agressivo dele. A mãe, inclusive, pediu à filha para terminar a relação.

Lívia, que é natural de Regeneração, tem 18 anos e se mudou para Jardinópolis em
janeiro deste ano em busca de melhores condições de vida. Ela estava morando com
uma tia e conseguiu emprego em uma loja no shopping em Ribeirão Preto. Parte do dinheiro que ganhava como balconista mandava para os pais, que ficaram em Regeneração. Cerca de três semanas antes de desaparecer, Lívia alugou uma kitnet em Jardinópolis e foi morar sozinha. Ela começou a se relacionar com um homem, que, coincidentemente, é da cidade natal dela. Mas, segundo o primo, a família não aprovava o relacionamento por causa do comportamento agressivo dele. A mãe, inclusive, pediu à filha para terminar a relação.

No dia 9 de novembro, Lívia saiu de casa pela manhã, como fazia todos os dias, para pegar o ônibus e ir para o trabalho. No entanto, ela nunca chegou ao destino. Imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia mostram Lívia saindo de casa, levando uma mochila como de costume e usando o uniforme da loja. No mesmo dia, a tia deu falta da sobrinha, chamou a polícia e esteve com agentes na casa da jovem. Segundo o boletim de ocorrência, não havia indícios que levantassem suspeitas de crime. O primo diz que a jovem não tem histórico de doença mental ou problemas que pudessem motivar uma eventual fuga.

Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil como desaparecimento. A tia e uma amiga de Lívia que prestaram depoimento levantaram suspeitas contra o homem com quem ela estava se relacionando. Elas alegaram que já tinham visto o rapaz ser agressivo com a balconista. A amiga, inclusive, disse à polícia que Lívia havia terminado o relacionamento, mas o homem insistia em reatar. De acordo com Luann, o homem chegou a ser interrogado pela Polícia Civil, mas negou qualquer participação no desaparecimento de Lívia.

De acordo com Luann, à medida que o tempo passa, a angústia da família só aumenta e a incerteza sobre o paradeiro da jovem virou um drama.
A g1 perguntou à Polícia Civil sobre a identificação de um possível suspeito no desaparecimento, mas as autoridades não comentaram o assunto. Quem tiver informações que possam ajudar no paradeiro de Lívia pode entrar em contato pelo número 190, da Polícia Militar, ou pelo Disque-denúncia, no 181.

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