Plano de saúde condenado por rescisão durante tratamento de câncer: mulher será indenizada em R$ 10 mil

Plano de saúde é condenado por rescisão durante tratamento de câncer

Diagnosticada com câncer de mama, a mulher dependia do plano de saúde para dar continuidade ao tratamento mas teve seu contrato encerrado

A Amil Assistência Médica Internacional S/A e a Qualicorp Administradora de Benefícios S/A foram condenadas pela 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) a indenizar uma mulher em R$ 10 mil por danos morais após a rescisão unilateral de seu contrato de plano de saúde. A decisão também determinou a manutenção do vínculo com a autora até o término do tratamento oncológico.

De acordo com o processo, a mulher foi diagnosticada com câncer de mama e dependia do plano de saúde para dar continuidade ao tratamento. No entanto, foi informada sobre o cancelamento unilateral do contrato, mesmo estando em tratamento ativo.

A Qualicorp, em sua defesa, alegou que a responsabilidade pelo cancelamento era exclusivamente da operadora do plano, sustentando que não cometeu ato ilícito. Também argumentou que a rescisão contratual baseada em normas regulatórias não gera danos morais.

Já a Amil afirmou que a cliente foi devidamente informada sobre as cláusulas contratuais, incluindo a possibilidade de rescisão unilateral. A operadora argumentou que respeitou o prazo de 60 dias antes de efetivar o cancelamento e defendeu que o Judiciário não deveria interferir na livre negociação entre as partes.

Na decisão, o TJDFT destacou um julgado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determina que as operadoras de saúde, mesmo após rescindir contratos, devem garantir a continuidade do atendimento a beneficiários em tratamento até que seja obtida alta médica, desde que os pagamentos sejam mantidos.

A Turma Cível entendeu que as rés não seguiram os requisitos legais para a rescisão do contrato, o que agravou os riscos à saúde da autora. Para a relatora do caso, ficou configurada a falha na prestação do serviço, justificando a condenação solidária das empresas ao pagamento de danos morais. A decisão foi unânime e confirma o entendimento da primeira instância sobre a irregularidade do cancelamento do plano de saúde.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Impacto da alta do dólar: inflação, Selic e crescimento econômico em xeque.

Entenda como a disparada do dólar afeta o bolso do brasileiro

Na prática, valorização da moeda americana exerce pressão tanto sobre a inflação como, por tabela, na taxa básica de juros, a Selic

A alta do dólar tem forte impacto na economia – e no bolso dos consumidores. Isso porque, na avaliação de Márcio Holland, professor na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP) e ex-secretário de Política Econômica no Ministério da Fazenda (2011-2014), a disparada da moeda americana tem efeito direto na inflação.

“A tendência é que, com o dólar avançando, os preços das importações subam muito, seja de bens de capital (máquinas e equipamentos), seja de bens de consumo”, diz Holland. “Isso implica menor taxa de investimento, de um lado, e perda de poder de compra das famílias brasileiras, de outro.”

O economista observa que, para conter a pressão inflacionária, aumenta a possibilidade de o Banco Central (BC) elevar ainda mais a taxa básica de juros, a Selic. Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu a Selic de 11,25% para 12,25% ao ano. O mercado trabalha com estimativas de que a taxa deve chegar a cerca de 15% ao ano no fim de 2025. Algumas casas de análise já falam em 16%. E os juros só devem voltar a cair no Brasil em 2026.

Os juros altos, por sua vez, atuam como inibidores do crescimento econômico. Algo que, na avaliação de economistas, pode afetar não só a inflação, mas os níveis de emprego do país.

TRANSFERÊNCIA ELEVADA

“Assim, são muitos os impactos da desvalorização cambial”, afirma Holland. “Como a economia está aquecida, crescendo acima de seu potencial, a transferência da desvalorização cambial para preços tende a ser elevada. Isso requer mais ações do BC, como leilões cambiais e aumento na dosagem maior de taxa de juros.”

O professor da FGV acrescenta que a deterioração das expectativas está sendo causada pela condução da política fiscal. “Ela tem provocado forte desvalorização cambial e isso acaba impactando em mais pressão sobre a inflação e Selic maior”, diz.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp