Fotógrafo brasileiro que desapareceu na França: o que se sabe sobre o caso
Flávio de Castro Souza, de 37 anos, viajou de Belo Horizonte a Paris, no começo
de novembro, para registrar o casamento de uma amiga. Ele está desaparecido
desde 26 de novembro.
Flávio de Castro Sousa, de 37 anos, desaparecido desde o último 26 de
novembro — Foto: Arquivo pessoal
O fotógrafo Flávio de Castro Sousa, de 37 anos, está desaparecido desde 26 de
novembro. O brasileiro foi visto pela última vez em um apartamento de aluguel
por temporada em Paris, na França
[https://diariodoestado.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2024/11/30/familia-busca-por-fotografo-brasileiro-desaparecido-em-paris.ghtml].
Na segunda-feira (2), a polícia francesa fez buscas em necrotérios e hospitais
[https://diariodoestado.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2024/12/02/policia-faz-buscas-em-necroterios-e-hospitais-por-fotografo-desaparecido-em-paris.ghtml].
Nesta terça (3), as bagagens dele foram analisadas por um adido da Polícia
Federal do Brasil no país europeu.
Amigos e familiares se mobilizaram para conseguir mais informações e descobrir o
paradeiro de Flávio. Veja, abaixo, o que se sabe e o que falta esclarecer sobre
o caso:
1. Quem é o brasileiro?
2. Por que ele está em Paris?
3. Quando e como ele desapareceu?
4. O que ele disse antes de sumir?
5. Quem investiga o caso?
6. O que diz o Itamaraty?
QUEM É O BRASILEIRO?
Fotógrafo postou retrato um dia antes de desaparecer — Foto: Reprodução/Redes sociais
Morador de Belo Horizonte
[https://diariodoestado.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2024/12/03/quem-e-o-fotografo-brasileiro-que-desapareceu-na-franca.ghtml],
Flávio de Castro Souza chegou à capital francesa no início do mês passado e
tinha uma passagem de volta ao Brasil para a mesma data em que sumiu (leia mais
abaixo). O fotógrafo vai com frequência ao país europeu a trabalho.
O mineiro é formado em artes plásticas pela Escola Guignard, da Universidade do
Estado de Minas Gerais (UEMG), e sócio da empresa Toujours Fotografia junto a
Lucien Esteban.
Nas redes sociais, o brasileiro se apresenta como Flávio Carrilho e diz ser um
entusiasta da fotografia analógica. As últimas postagens dele foram feitas em 25
de novembro, um dia antes do desaparecimento.
Uma das publicações mostra um retrato do artista em frente ao Museu do Louvre, o
maior museu de arte do mundo, com uma câmera nas mãos. Outros posts são fotos de
pontos turísticos de Paris, como a Catedral de Notre-Dame e a Pont Neuf.
POR QUE ELE ESTÁ EM PARIS?
O fotógrafo chegou à França no dia 1º de novembro. Ele foi a Paris para
fotografar o casamento de uma amiga brasileira
[https://diariodoestado.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/12/02/desaparecimento-de-fotografo-brasileiro-na-franca-mobiliza-autoridades-dos-dois-paises.ghtml],
a profissional de relações públicas Isabella de Lima.
Depois do trabalho, Flávio tirou três semanas de férias na capital francesa.
QUANDO E COMO ELE DESAPARECEU?
O fotógrafo desapareceu em 26 de novembro, data em que voltaria para o Brasil.
Ele foi visto pela última vez em um apartamento de aluguel por temporada na Rue
des Reculettes, em Paris, na França
[https://diariodoestado.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2024/11/30/familia-busca-por-fotografo-brasileiro-desaparecido-em-paris.ghtml].
Apesar de o check-in para o voo de retorno ter sido feito na companhia aérea,
ele não embarcou. Um amigo próximo de Flávio recebeu uma mensagem de um
conhecido francês dizendo que o mineiro se acidentou e recebeu atendimento no
Hôpital Européen Georges-Pompidou no mesmo dia.
Após ser liberado, ainda segundo o homem, ele se dirigiu ao apartamento alugado
por temporada para tentar estender a estadia e, depois, não deu mais notícias.
Os pertences do brasileiro, incluindo o passaporte, foram retirados do imóvel
pelo francês.
A mãe de Flávio, então, começou a ligar insistentemente para o celular dele e,
na madrugada do dia 28, o funcionário de um restaurante atendeu. Ele não falava
português e passou a ligação para um colega brasileiro, que explicou que o
aparelho foi encontrado em um vaso de plantas no início da manhã do dia 27, na
porta do estabelecimento.
Conforme a família, a embaixada brasileira foi acionada, solicitando que a
Interpol emitisse um alerta para localizar o fotógrafo e que as autoridades
francesas investigassem o caso.
O QUE ELE DISSE ANTES DE SUMIR?
No dia 27 de novembro, o amigo francês de Flávio avisou o sócio dele, Lucien
Esteban, que estava em Belo Horizonte, sobre o desaparecimento.
Em uma troca de mensagens antes do sumiço, o brasileiro disse ao francês:
> “Caí em uma ilha do rio Sena e fiquei lá por três horas, talvez mais. Comecei
> a gritar até um senhor me escutar e chamar os bombeiros”.
Que mostra um retrato do artista em frente ao Museu do Louvre, o
maior museu de arte do mundo, com uma câmera nas mãos. Outros posts são fotos de
pontos turísticos de Paris, como a Catedral de Notre-Dame e a Pont Neuf.
QUEM INVESTIGA O CASO?
Segundo amigos e familiares, a polícia francesa tem tratado o desaparecimento
com indiferença. Somente depois de muita pressão sobre as autoridades locais o
caso começou a ser investigado por um departamento de pessoas desaparecidas.
Na segunda-feira (2), a instituição fez buscas em necrotérios e hospitais,
inclusive psiquiátricos, à procura do fotógrafo.
No entanto, policiais se recusaram a receber os pertences de Flávio e, até o
momento, não analisaram câmeras de segurança dos lugares onde ele foi visto pela
última vez.
Ainda de acordo com Rafael Basso, um adido da Polícia Federal brasileira em
Paris abriu as bagagens nesta terça-feira (3). O objetivo foi verificar pistas e
indícios que poderiam indicar o paradeiro do fotógrafo.
O Diário do Estado [https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/] entrou em contato com a Chefia de
Polícia de Paris e aguarda retorno.
O QUE DIZ O ITAMARATY?
O Diário do Estado [https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/] procurou o Ministério das Relações
Exteriores, também conhecido como Itamaraty, para um posicionamento.
Em nota, o órgão afirmou que o Consulado-Geral do Brasil em Paris tem
conhecimento do caso, está em contato com as autoridades locais e presta
assistência consular aos familiares do brasileiro.
> “Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei
> de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações
> Exteriores não fornece informações detalhadas sobre casos individuais de
> assistência a cidadãos brasileiros”, completou o Itamaraty.