“Polícia Militar sob Escrutínio: Série ‘Lente de Aumento’ expõe Abusos na Invasão de Domicílio”

A série “Lente de Aumento”, protagonizada pelas câmeras corporais da Polícia Militar, DEixa em evidência um problema recorrente nas comunidades: a invasão de domicílio. De acordo com a lei, os agentes só podem adentrar em residências com autorização judicial. No entanto, a subcoordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Maria Julia Miranda, questiona a eficácia dessa legislação diante de situações de risco extremo. Ela exemplifica: “A gente sabe que tem direito à privacidade, que só pode entrar dentro da casa da gente com mandado. Mas o que a gente faz diante de um fuzil?”

A série de reportagens, veiculada pela GloboNews e pelo RJ2, desde 2022, tem revelado desvios de conduta e crimes por parte dos agentes públicos. Agora, as vítimas de invasões ilegais de domicílio por parte da polícia podem ter suas denúncias confirmadas ou não a partir das imagens registradas pelas câmeras corporais. Em um dos episódios, PMs de Nova Friburgo foram denunciados por realizar buscas e interrogatórios em residências sem ordem judicial, expondo moradores, inclusive crianças, a situações constrangedoras.

Maria Julia relata outros casos de invasões de domicílio, onde moradoras foram surpreendidas por PMs na porta de casa, em situações de vulnerabilidade. Outros vídeos mostram policiais utilizando chaves-mestras para acessar propriedades sem a autorização dos moradores. As ações ocorreram em comunidades como o Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, e o Morro do Buraco do Boi, em Niterói.

O ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), enfatizou a importância de preservar os direitos dos cidadãos, destacando que não se pode violar o direito de várias pessoas sob a justificativa de punir um culpado. A tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da Polícia Militar, reiterou que a invasão de domicílio é inaceitável, e garantiu que os responsáveis por tais atos serão devidamente responsabilizados, destacando a importância da produção de imagens para comprovação dos fatos.

A série “Lente de Aumento” tem trazido à tona casos de abusos e riscos nas ações dos PMs a partir das câmeras corporais, evidenciando a necessidade de transparência e responsabilização dos agentes públicos. A partir das imagens registradas, é possível avaliar se o consentimento para ingresso na residência foi válido e voluntário, conforme ressaltado pelos órgãos de justiça envolvidos. A iniciativa visa garantir o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos e aprimorar a atuação policial em conformidade com a lei.

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Defesa de Ludmilla recorre da absolvição de Marcão do Povo em caso de racismo

A defesa de Ludmilla recorrerá da absolvição de Marcão do Povo em um caso de racismo, após o apresentador chamar a cantora de ‘pobre macaca’. No ano passado, Marcão foi condenado a 1 ano e 4 meses de prisão em regime aberto, além de ser obrigado a pagar uma indenização de R$ 30 mil à cantora. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reverteu a decisão na semana passada.

A decisão de absolver Marcão do Povo foi assinada pela ministra Daniela Teixeira e a defesa de Ludmilla, representada pelos advogados Rafael Vieites, Felipe Rei e Bernardo Braga, já afirmou que irá recorrer. A condenação inicial foi realizada pela 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, após um recurso apresentado pela defesa da cantora.

Os advogados de Ludmilla confiam que o colegiado do STJ reverterá a decisão, considerando a conduta do acusado como criminosa e preconceituosa. Eles acreditam que esta é uma importante luta contra o racismo no país e não podem permitir um retrocesso nessa questão. Entre as punições previstas estavam prestação de serviços comunitários e pagamento de valores a instituições sociais.

Marcão do Povo foi acusado pelo Ministério Público do DF por injúria racial após o episódio em que chamou Ludmilla de ‘pobre macaca’ em 2017. Apesar de ter sido absolvido pela 3ª Vara Criminal em primeira instância em março deste ano, a defesa da cantora continuará lutando por justiça. Nas redes sociais, Ludmilla agradeceu o apoio do público e reafirmou sua determinação em não desistir dessa luta.

A atitude de Marcão do Povo gerou revolta e mobilizou não só os fãs da cantora, mas também diversos movimentos e organizações de combate ao racismo. A discussão sobre a importância de combater o preconceito racial e garantir a igualdade de tratamento para todos continua sendo um tema relevante e urgente em nossa sociedade. A esperança é de que a justiça seja feita e que casos como esse sirvam de alerta para que atos de discriminação não sejam tolerados.

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