Polícia Federal realiza operação contra lavagem de dinheiro de organização criminosa italiana no Ceará e Rio Grande do Norte

A Polícia Federal realizou, nesta quarta-feira (4), a execução de 19 mandados de busca e apreensão no Ceará e no Rio Grande do Norte, tendo como alvo suspeitos de lavar dinheiro proveniente de atividades criminosas para uma das mais poderosas organizações criminosas de origem italiana. A Operação Calábria está investigando o caso com base em informações repassadas pela Guardia di Finanza, uma instituição policial especial da Itália, que identificou movimentações financeiras suspeitas entre aquele país e o Brasil, envolvendo cidadãos italianos supostamente ligados a uma das maiores organizações criminosas do mundo, originada na Itália.

No Ceará, as ações da Polícia Federal aconteceram nas cidades de Fortaleza, Eusébio e Aquiraz, enquanto no Rio Grande do Norte, os mandados foram cumpridos em Natal. As investigações revelaram um esquema de abertura e gerenciamento de empresas de fachada por contadores e advogados, muitas delas registradas em endereços fictícios, utilizadas para encaminhar recursos ilícitos provenientes da Europa. O objetivo dos criminosos seria realizar a lavagem de dinheiro no Brasil, com foco especial no Ceará, e facilitar a obtenção de vistos de investidores e cidadania brasileira para estrangeiros envolvidos no esquema.

Além dos mandados de busca e apreensão, a Polícia Federal também cumpriu ordens judiciais de suspensão das atividades das empresas envolvidas e a suspensão dos vistos de investidores dos estrangeiros sob investigação. Os crimes investigados englobam lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, delitos financeiros e contra a ordem tributária, passíveis de penas que podem chegar a 30 anos de prisão. Essas ações fazem parte do esforço conjunto das autoridades brasileiras e italianas no combate a essas atividades criminosas transnacionais que visam alavancar recursos de forma ilícita.

Essa operação demonstra a eficácia do trabalho conjunto das forças de segurança e da justiça no combate à lavagem de dinheiro e outras atividades criminosas de caráter internacional. A Polícia Federal segue atuando com afinco para desmantelar esquemas ilegais e garantir a segurança jurídica e econômica do país. A cooperação entre os países é fundamental para o combate a organizações criminosas que operam em diversas nações, visando desestruturar suas atividades e prevenir o uso indevido de recursos provenientes de práticas ilícitas. A sociedade deve estar atenta e apoiar essas iniciativas que visam manter a integridade das instituições e coibir ações criminosas que prejudicam a ordem e a segurança públicas.

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Mulher com câncer de mama recebe indenização de R$ 10 mil por interrupção de tratamento

Uma mulher foi vítima da interrupção do tratamento de câncer de mama por parte de um plano de saúde e, como consequência, a operadora foi condenada a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais. A decisão foi proferida pela 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) e divulgada recentemente. A paciente, que é engenheira civil, foi diagnosticada com a doença em estágio avançado em julho de 2021, passando por uma mastectomia e sessões de quimioterapia no mesmo ano.

Em fevereiro de 2022, a mulher esqueceu de pagar a mensalidade do plano de saúde Unimed, alegando fragilidade emocional devido ao tratamento. Mesmo pagando as mensalidades de janeiro, março e abril, ficou com a parcela de fevereiro em atraso. Após regularizar o pagamento, ao tentar utilizar o plano, teve os procedimentos negados e descobriu que seu contrato havia sido rescindido pela operadora. Forçada a assinar um novo contrato, a paciente foi induzida a declarar que não possuía doença pré-existente.

Diante da situação, a mulher buscou a Justiça para reaver os benefícios do contrato anterior. Após uma decisão liminar favorável, a Unimed contestou alegando que a paciente convivia com o câncer há meses e que a notificação de atraso fora devolvida por ausência da mulher no endereço. No entanto, a 3ª Vara Cível de Fortaleza constatou a falha da operadora em comprovar a tentativa de notificação e determinou o restabelecimento dos benefícios anteriores, além do pagamento de uma indenização de R$ 5 mil e R$ 2,3 mil em remédios.

A mulher recorreu da decisão, e em novembro de 2024, a 3ª Câmara de Direito Privado aumentou o valor da indenização por danos morais para R$ 10 mil. Essa decisão reforça a importância do cumprimento das normas contratuais e da transparência por parte das operadoras de planos de saúde, garantindo o acesso ao tratamento adequado para pacientes em situações delicadas como o câncer. O caso serve como alerta sobre a responsabilidade das empresas de saúde na prestação de serviços essenciais e na defesa dos direitos dos usuários.

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