Grupo Empresarial Suspeito de Sonegar R$25mi em ICMS é Alvo de Operação na Bahia

Grupo empresarial é alvo de operação do MP por suspeita de sonegação de R$ 25 milhões em impostos na Bahia

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Bahia, São Paulo e Pernambuco.

Operação matéria Jade — Foto: Ascoms MP, SSP (PC) e Sefaz

Um grupo empresarial do setor da indústria e distribuição de bebidas foi alvo de uma operação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), nesta quinta-feira (5), por suspeita de sonegação de R$ 25 milhões em Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), no estado. A Operação ‘Okanê’ foi deflagrada pela manhã e investiga a prática de fraude tributária pelos empresários.

Onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Bahia (5), São Paulo (5) e Pernambuco (1). Além dos mandados, a Justiça determinou o bloqueio dos bens de 18 pessoas físicas e jurídicas envolvidas, a fim de garantir a recuperação dos valores sonegados.

Operação matéria Jade — Foto: Ascoms MP, SSP (PC) e Sefaz

A Força-Tarefa que investiga as fraudes é formada pelo Grupo Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf) do MPBA, Inspetoria Fazendária de Inteligência e Pesquisa (Infip), da Secretaria estadual da Fazenda (Sefaz), e pelo Draco, da Polícia Civil da Bahia.

As investigações começaram a partir de noticias crime reportadas ao Ministério Público (MP) e a Polícia Civil, por meio da Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip). Foram 6 notícias crimes, envolvendo, inicialmente, cinco empresas, quatro delas sediadas no estado da Bahia e uma em São Paulo.

Operação matéria Jade — Foto: Ascoms MP, SSP (PC) e Sefaz

De acordo com a investigação, a fraude se dava através da omissão de saídas de mercadorias tributadas. Na prática, era declarado o débito de ICMS e não se repassava o imposto.

O MP identificou que o grupo, além de sonegar o ICMS, também ocultava bens e valores, através da inclusão de familiares e “laranjas” nos quadros societários. A investigação identificou ainda indícios de lavagem de dinheiro.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos celulares pessoais, computadores e documentos.

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DE e construtora se comprometem a proteger trabalhadores chineses resgatados em condição análoga à escravidão em Camaçari

Após audiência conjunta virtual, a DE e a construtora terceirizada JimJiang Open Engineering se comprometeram a colaborar com a proteção dos 163 chineses resgatados de trabalho análogo à escravidão na obra de construção da montadora chinesa, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA).

O DE entrou em contato com a BYD para pedir um posicionamento, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Na ocasião, foi definido que os trabalhadores seguirão hospedados em hotéis até que sejam finalizadas as negociações para a rescisão dos contratos de trabalho.

Apesar de questionar a avaliação das autoridades do Estado brasileiro, que a partir de um amplo conjunto de provas colhido durante semanas de fiscalização conjunta configurou a situação vivida pelos 163 trabalhadores entrevistados como vítimas do tráfico internacional para fins de exploração laboral em condição análoga à escravidão, as empresas se comprometeram a colaborar com a proteção dos resgatados.

O MPF solicitou o compartilhamento das provas colhidas para que sejam adotadas as medidas na esfera penal. As duas empresas também se comprometeram a apresentar ao MPT até o fim do dia todos os documentos relativos aos 163 resgatados e as informações detalhadas de onde estão alojados.

A DPU está em entendimento com a Receita Federal para que as empresas encaminhem os trabalhadores resgatados para emissão de CPF. Só com este documento será possível fazer os pagamentos no Brasil dos valores relativos à rescisão dos contratos e às indenizações. A JimJiang deverá conduzir os empregados resgatados à Polícia Federal para obtenção do Registro Nacional Migratório (RNM) e posteriormente à Receita para emissão dos CPFs. Também ficou definida a garantia de compra pela contratante das passagens e custeio de até 120 dólares americanos como ajuda de custo para a viagem de volta à China de sete empregados que têm retorno previsto dia 1º de janeiro.

Segundo o MPT-BA, uma nova audiência foi agendada para o dia 7 de janeiro, para que seja apresentada uma proposta de termo de ajuste de conduta, para avaliação das empresas investigadas pela submissão de trabalhadores a condição análoga à escravidão.

Além das empresas, participaram da audiência os representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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