A Polícia Federal (PF) indiciou na quarta-feira, 11, mais três militares no inquérito que investiga o plano de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Esses novos indiciados se juntam aos 37 já identificados anteriormente, incluindo o próprio Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Netto.
Os novos indiciados são Aparecido Andrade Portela, militar da reserva e suplente da senadora Tereza Cristina do PL; Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército e ex-chefe de gabinete do secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes; e Rodrigo Bezerra Azevedo, tenente-coronel preso na operação que investiga a tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Aparecido Andrade Portela fazia a ligação entre o governo de Jair Bolsonaro e financiadores de manifestações antidemocráticas. Ele visitou o Palácio da Alvorada pelo menos 13 vezes em dezembro de 2022. Reginaldo Vieira de Abreu foi acusado de disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral e imprimiu no Palácio do Planalto um documento que seria utilizado para assessorar Bolsonaro após a concretização do golpe.
O plano golpista, segundo a PF, envolvia a organização de uma trama para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, com o objetivo de dar um golpe de Estado e manter Bolsonaro na Presidência. A investigação revelou que a organização, formada por quatro militares de alta patente e um policial federal, cogitou envenenar Lula e Moraes, além de considerar o uso de artefatos explosivos.
O relatório da PF concluiu que Bolsonaro tinha ‘pleno conhecimento’ do plano golpista, com base em mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro à época. Cid afirmou que o então presidente estava sendo ‘pressionado’ por deputados e empresários do agronegócio para dar um golpe.
Os indiciamentos serão analisados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que deve apresentar as denúncias ao STF até fevereiro de 2025. Os envolvidos foram indiciados por organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.