Executor envia vídeo da arma usada em assassinato de advogado, diz polícia

Executor de advogado assassinado por posse de fazenda de R$ 100 milhões enviou
vídeo da arma do crime ao mandante, diz polícia

Advogado especialista em causas agrárias foi atingido com cinco tiros nas
costas. Segundo delegado, oito pessoas participaram do planejamento e execução
do homicídio.

Executor de advogado assassinado enviou vídeo da arma do crime ao mandante, diz
polícia

A Polícia Civil de Goiás prendeu os suspeitos de envolvimento no assassinato do advogado Cássio Bruno Barroso, de 48 anos, morto a tiros na porta de seu escritório em Rio Verde, no sudoeste do estado. Um vídeo obtido pela TV Anhanguera mostra que um dos executores gravou a arma utilizada no crime e enviou as imagens ao mandante – assista acima. O suspeito de ordenar o assassinato do advogado disputava judicialmente com ele uma fazenda avaliada em cerca de R$ 100 milhões, conforme Polícia Civil.

De acordo com o delegado, ao todo, oito pessoas participaram do planejamento e execução do homicídio. Todas já foram identificadas e tiveram seus mandados de prisão cumpridos.

DE entrou contato com o advogado do suspeito de ser o mandante do crime, Mário Sérgio Ferrari, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. A reportagem não localizou as defesas dos outros envolvidos.

Cássio Bruno foi assassinado em 3 de outubro de 2024, enquanto falava ao telefone em frente ao escritório do qual era sócio. O advogado, especialista em causas agrárias, foi atingido com cinco tiros nas costas. Conforme a investigação, o crime foi planejado por mais de um ano e o mandante do crime acompanhava de perto a rotina do advogado.

O delegado explicou que vítima entrou com uma ação de reintegração de posse em 2018. A fazenda está localizada no Mato Grosso.

Além do homicídio de Cássio Bruno, a investigação revelou que o grupo planejava um ataque contra outro advogado envolvido na mesma ação judicial. A Polícia Civil informou que os bens do mandante e dos executores foram sequestrados, e há possibilidade de reparação dos prejuízos financeiros às vítimas.

O crime ocorreu na Avenida Eurico Veloso do Carmo, no Jardim Adriana. A Guarda Civil Municipal (GCM) informou que os agentes tentaram prestar os primeiros socorros a Cássio. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas o advogado morreu no local.

Após o assassinato, os suspeitos abandonaram o veículo usado na execução e fugiram, sendo localizados em menos de 24 horas.

O delegado Adelson afirmou que Mário Ferrari teria contratado os executores após ameaçar o advogado meses antes. A investigação apontou que o mandante também tentou falsificar documentos no processo de reintegração de posse.

Segundo o delegado, Mário Ferrari utilizava um esquema para manter a segurança armada na fazenda. Ele foi preso em casa.

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Lula visita assentamento Olga Benário após ataque que deixou mortos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em contato com a Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) neste sábado, 11 de janeiro, para expressar solidariedade às vítimas do ataque que ocorreu no assentamento Olga Benário, em Tremembé, São Paulo.

Três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas no ataque, que aconteceu na noite de sexta-feira, 10 de janeiro. Lula afirmou que a Presidência da República acompanhará de perto as investigações e pretende visitar o local assim que tiver condições de viajar de avião.

Compromisso com a investigação

Segundo o MST, o presidente anunciou o deslocamento da Polícia Federal (PF) para investigar o crime e garantiu o compromisso do governo com a proteção das famílias do assentamento. A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Maria Evaristo dos Santos, deve chegar ao local entre hoje e amanhã para acompanhar a situação.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou, na tarde deste sábado,11, que a PF instaure um inquérito para apurar os fatos. Uma equipe composta por agentes, peritos e papiloscopistas já foi enviada ao assentamento. O ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, afirmou que o ataque representa uma violação aos direitos humanos das famílias residentes.

Vítimas do ataque

O ataque ao assentamento envolveu cinco carros e três motos, cujos ocupantes dispararam contra os moradores por volta das 23h. Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, morreram no local. Denis Carvalho, de 29 anos, que havia sido hospitalizado em estado grave, não resistiu aos ferimentos e morreu neste sábado. Outros cinco moradores, entre homens e mulheres, seguem internados.

O assentamento Olga Benário é regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há cerca de 20 anos e abriga cerca de 45 famílias. A Polícia Civil de Tremembé investiga o caso como homicídio e tentativa de homicídio. Um suspeito foi preso.

O MST informou que o velório das vítimas está previsto para ocorrer neste domingo, 12 de janeiro, pela manhã, assim que os corpos forem liberados pelo Instituto Médico Legal (IML). Lula classificou a visita ao assentamento como uma prioridade para reforçar o compromisso do governo com os direitos humanos e a proteção das famílias rurais.

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