TRF-1 decide destino de juiz acusado de ameaçar testemunhas
O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a aposentadoria compulsória do juiz federal Alderico Rocha Santos devido às supostas ameaças a testemunhas em uma ação relacionada à compra de fazendas no valor de R$ 33 milhões. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) será responsável por decidir sobre esse pedido.
O magistrado será julgado em um processo administrativo disciplinar (PAD), que investiga denúncias de intimidação de testemunhas em uma ação que avalia a compatibilidade entre o patrimônio de Rocha Santos e seu salário como juiz federal. A defesa do juiz, no entanto, pretende solicitar o adiamento do julgamento marcado para 12 de dezembro.
A procuradora Ana Paula Mantovani, responsável pelo caso, alega que o juiz não comprovou a origem dos recursos usados para adquirir as fazendas de R$ 33 milhões. Alderico Rocha Santos atua na Justiça Federal em Goiás, e o MPF busca a aposentadoria compulsória como forma de punição pelas supostas ameaças feitas às testemunhas.
O julgamento do caso está previsto para março de 2025, quando será avaliada a primeira ação contra o juiz, relacionada à compra das fazendas em questão. As investigações reveladas em julho pelo MPF apontam para uma possível incompatibilidade entre o patrimônio declarado por Rocha Santos e seus ganhos como servidor público.
A defesa do juiz alega que, em depoimento, testemunhas retiraram algumas acusações feitas anteriormente. No entanto, a procuradoria destaca que mensagens enviadas por Rocha Santos às testemunhas, incluindo ameaças de violência e intimidação, demonstram condutas inadequadas do magistrado.
O MPF também destaca a conexão entre as desavenças entre Rocha Santos e Adriane Gomes, proprietária das fazendas em questão. As acusações de envolvimento do juiz em atividades ilícitas, a compra de propriedades por valores considerados suspeitos, e as intimidações envolvendo testemunhas complicam ainda mais a situação do magistrado.
Aldericos Rocha Santos, de 58 anos, acumula diversos bens, incluindo fazendas, um carro de luxo e participações em empresas. Seu patrimônio chamou a atenção das autoridades devido ao rápido crescimento em comparação com seus ganhos como juiz. O caso segue em investigação, e o TRF1 será responsável por definir o destino do juiz federal acusado de ameaçar testemunhas e intimidar envolvidos em processos judiciais.