O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) utilizou câmeras corporais para denunciar a simulação de policiais militares na morte de Allan de Morais Santos, conhecido como ‘Príncipe do Crime’, durante a Operação Verão. Dois agentes da Rota, tropa de elite da Polícia Militar (PM) do estado, são réus por homicídio qualificado, alegando terem simulado uma troca de tiros com a vítima. As imagens das Câmeras Operacionais Portáteis (COPs) dos policiais envolvidos na abordagem mostram o momento em que Allan foi baleado e morto no litoral de São Paulo.
O cenário da suposta simulação ganha evidência com as filmagens obtidas pela TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, que revelam a atuação dos policiais envolvidos no caso. As imagens demonstram a abordagem a ‘Príncipe do Crime’ durante a Operação Verão em Santos, onde ficou registrado o momento dos disparos que resultaram na morte de Allan. O MP-SP apresentou denúncia contra os policiais Diogo Souza Maia e Glauco Costa, que foram afastados das ruas nove meses após o crime.
A denúncia contra os policiais Maia e Costa foi aceita pela Justiça em novembro deste ano, tornando-os réus no processo. As imagens das COPs revelam a dinâmica da abordagem policial, com Maia efetuando disparos de fuzil e Costa atirando com uma pistola na direção do automóvel da vítima. Segundo os promotores, a ação dos policiais foi uma encenação para forjar um confronto e alterar a cena do crime, sendo que, posteriormente, foram encontrados um fuzil e cápsulas deflagradas no veículo de Allan.
A narrativa apresentada pelos agentes envolvidos no caso diverge da versão do Ministério Público, alegando que Allan teria desobedecido a uma ordem de parada, disparado contra os policiais e possuía um fuzil no porta-malas de seu carro. Os PMs afirmaram ter respondido à suposta agressão com tiros de fuzil e pistola, resultando na morte de Allan. No entanto, as investigações do MP-SP apontam para indícios de simulação por parte dos policiais, que teriam plantado evidências para sustentar a versão apresentada.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) foi procurada para se manifestar sobre o caso, mas não emitiu posicionamento até o momento da publicação. A complexidade do processo envolvendo a morte de ‘Príncipe do Crime’ evidencia a necessidade de uma investigação minuciosa e imparcial para esclarecer as circunstâncias do ocorrido e garantir a responsabilização dos envolvidos. A utilização de câmeras corporais nas operações policiais se mostra como uma ferramenta crucial para a transparência e prestação de contas à sociedade.