PM que executou jovem negro com 11 tiros após furto em mercado é preso
O PM Vinicius de Lima será conduzido nesta sexta (6) ao Presídio Romão Gomes. Ele executou o jovem Gabriel Soares com 11 tiros pelas costas.
São Paulo — O policial militar Vinicius de Lima Britto, que executou com 11 tiros pelas costas um jovem negro de 26 anos que havia furtado sabão de um mercado na zona sul de São Paulo, foi preso na manhã desta sexta-feira (6/12). Em 3 de novembro, Gabriel Renan da Silva Soares furtou três embalagens de sabão do mercado Oxxo, localizado na Avenida Cupecê, no bairro Jardim Prudência.
Após o furto, na saída do estabelecimento, Gabriel foi atingido pelo PM Vinicius Britto pelas costas pouco antes das 23h do domingo (3/11). Ao todo, foram três tiros no tórax, dois no dedo anelar da mão esquerda, um no antebraço esquerdo, três no antebraço direito, um no ouvido e um no rosto.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o agente será levado ao Presídio Romão Gomes, na zona norte da capital, após audiência de custódia.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou a prisão preventiva de Vinicius nessa quinta-feira (5/12). Na decisão, a juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreira, da 5ª Vara do Júri, afirma que a ação de Britto “excedeu em muito os limites de sua atividade”.
A magistrada alegou que a liberdade do PM pode prejudicar a investigação na coleta de provas e depoimentos por conta da “posição de poder”, e decretou a detenção do réu. Britto tem 10 dias para recorrer.
PEDIDO DO MPSP
A decisão da juíza vem após o promotor Rodolfo Justino Morais, da 3ª Promotoria do Júri, encaminhar a denúncia pedindo a prisão preventiva de Vinícius. O PM vai responder por homicídio triplamente qualificado.
No documento, o promotor cita imagens de uma câmera de segurança do estabelecimento. Na gravação, é possível ver o policial pagando no caixa, quando o suspeito passa correndo por trás dele, escorrega em um tapete e cai no chão durante a fuga. Nesse momento, o PM começa a atirar.
Para o promotor, o policial agiu por motivo fútil, diante de uma pessoa sem possibilidade de defesa.
“O denunciado Vinicius de Lima Britto, agindo com manifesto animus necandi, por motivo fútil, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e com emprego de meio que resultou perigo comum, matou Gabriel Renan da Silva Soares, causando-lhe os ferimentos descritos no laudo de exame necroscópico”, afirma o promotor.