Sobrevivente de tragédia no RS é convidado para treinar na Itália

Sobrevivente de acidente com equipe de remo do RS é convidado para treinar na Itália

Convite para João Pedro Milgarejo, de 17 anos, veio de treinadora de clube europeu que se solidarizou com tragédia. Atleta e professor viajarão para o exterior entre janeiro e fevereiro.

João Pedro Milgarejo é o único atleta sobrevivente a acidente com equipe de remo do RS — Foto: Divulgação/Projeto Remar para o Futuro

O único integrante da equipe de remo de Pelotas a sobreviver ao acidente ocorrido na BR-376, em Guaratuba (PR), foi convidado para treinar na Itália. No momento da colisão, João Pedro Milgarejo, de 17 anos, estava dormindo no fundo da van, atingida por uma carreta. Nove pessoas morreram.

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O convite para João Pedro veio a partir da treinadora de um clube italiano que se solidarizou com a tragédia. Segundo o professor Davi Rubira, o atleta “recebeu de maneira muito positiva e alegre a possibilidade da viagem”.

> “Apesar dessa perda irreparável, seguimos com determinação, e essa oportunidade na Itália é um passo importante para homenagear cada um deles e continuar construindo o futuro do Projeto”, avalia Rubira.

O embarque está previsto para 27 de janeiro de 2025, e o retorno acontece um mês depois. O treinador vai acompanhar João Pedro no período de treinamentos em solo europeu.

Como as despesas do acompanhante não são cobertas pelo clube italiano, eles organizaram uma vaquinha virtual para arrecadar os fundos necessários. A meta, de R$ 8 mil, para passagens aéreas e custos com hospedagem, foi atingida na quinta-feira (5).

“Em meio a tantas notícias ruins no nosso cotidiano, ações como esta demonstram que juntos somos mais fortes e podemos conquistar os nossos objetivos”, avalia o treinador.

RETOMADA

Sobrevivente de acidente foi homenageado pela Confederação Brasileira de Remo — Foto: Graciele Nolasco/Arquivo Pessoal

Em entrevista exclusiva à RBS TV, em outubro, João Pedro afirmou que seguiria remando assim que se recuperasse. Pelos colegas e pelo sonho de disputar as Olimpíadas.

“Pretendo continuar remando por eles e pela família deles. Pretendo muito ir pras Olimpíadas ainda, eu não vou desistir tão fácil”, projeta.

Conforme Rubira, o atleta está tendo um retorno gradual ao esporte. O adolescente passou algumas semanas realizando sessões de fisioterapia. Aos poucos, ele foi reintroduzido às remadas e aos exercícios de musculação.

João Pedro está no Rio de Janeiro, a convite da Confederação Brasileira de Remo, acompanhando uma competição de jovens talentos. Ele recebeu uma homenagem no início do mês.

O PROJETO

O projeto “Remar para o Futuro” é realizado em parceria com o clube Centro Português e a Academia de Remo Tissot. A iniciativa conta com o apoio da Prefeitura de Pelotas e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Milgarejo faz parte do projeto desde os 14 anos.

“O projeto se encontra em pleno funcionamento das atividades, em um período de treinamento em fase transitória, ainda sem exigência de carga ou volume de treino. Os atletas estão bastante motivados e interessados na continuidade dos treinos e futuras competições”, pontua Rubira.

Um mês após acidente, projeto Remar Para o Futuro busca o recomeço em Pelotas

João Pedro Milgarejo é o único atleta que sobreviveu após acidente com van no PR — Foto: Reprodução/RBS TV

O ACIDENTE

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a carreta bateu na traseira da van. Na sequência, com o impacto, a van bateu em outro carro, rodou na rodovia e, em seguida, foi arrastada para fora da pista pelo caminhão, que tombou sobre ela. O motorista do carro não se feriu.

As vítimas são:

* Samuel Benites Lopes, 15 anos
* Henry da Fontoura Guimarães, 15 anos
* João Pedro Kerchiner, 17 anos
* Helen Belony, 20 anos
* Nicoli Cruz, 15 anos
* Angel Souto Vidal, 16 anos
* Vitor Fernandes Camargo, 17 anos
* Oguener Tissot (coordenador), 43 anos
* Ricardo Leal da Cunha (motorista), 52 anos

João Pedro Milgarejo foi resgatado da van com ferimentos leves e levado, junto com o motorista da carreta, para o Hospital São José, em Joinville (SC).

Atletas de Pelotas vítimas de acidente na BR-376, no Paraná — Foto: Reprodução

MOTORISTA ALEGOU FALHA MECÂNICA

Em depoimento à Polícia Civil, o condutor da carreta disse que o veículo apresentou problemas ao longo da viagem e passou pelas mãos de um mecânico duas vezes no domingo, data do acidente.

Ele explicou que saiu de Santos, em São Paulo, e seguia para a Argentina, onde levaria uma carga de 30 toneladas de peças de ferro. Ao passar pelo Paraná, a carreta apresentou problemas.

Um guincho da concessionária que administra o trecho o levou até um posto em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, onde disse ter acionado o dono da carreta.

No dia do acidente, um mecânico consertou o veículo e o homem seguiu viagem. No entanto, cerca de um quilômetro depois, o mesmo problema voltou a aparecer, afirmou o motorista em depoimento.

Novamente, conforme o relato, a carreta foi guinchada, desta vez para uma base operacional. O mecânico foi chamado de novo, mexeu no veículo e o motorista continuou a viagem.

No depoimento, o motorista afirmou que, ao se aproximar de um trecho da Serra, a falha reapareceu. Neste momento, ele teria perdido o controle da carreta e bateu na van que transportava atletas do time de remo.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou por homicídio culposo o motorista e o proprietário do caminhão que tombou sobre uma van e matou nove ocupantes do veículo. Eles também foram denunciados por lesão corporal culposa contra João Pedro Milgarejo.

Local do acidente onde nove membros de equipe de remo morreram após carreta tombar sobre van no Paraná — Foto: Artes/g1

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Tragédia no Paraná: Mãe e filha morrem ao caírem em fossa após desabamento em Corbélia

Veja quem eram mãe e filha que morrem ao caírem em fossa após piso de casa desabar no Paraná

Segundo Corpo de Bombeiros, vítimas ficaram soterradas por entulhos. A mãe era a assistente social Ercília Soares e a filha, a advogada Elisandra Pereira.

A assistente social Ercília Soares e a filha, a advogada Elisandra Pereira, morreram após caírem em fossa no Paran — Foto: Arquivo pessoal

A assistente social Ercília Soares e a filha, a advogada Elisandra Pereira, foram identificadas como a mãe e filha que morreram ao caírem em uma fossa desativada, de cerca de dez metros de profundidade, depois que o piso da casa desabou no Paraná.

O caso aconteceu na quinta-feira (26) em Corbélia, na região oeste do estado. Segundo o Corpo de Bombeiros, o piso da cozinha da residência cedeu, elas caíram na fossa e ficaram soterradas por entulhos.

À RPC, os bombeiros informaram que, quando chegaram no local para prestar atendimento, uma das vítimas ainda estava viva e conversou com eles.

“Uma delas ainda conseguiu conversar com a equipe, mas tinha mais de três metros de entulho sobre elas. Então, era humanamente impossível a gente chegar com maior rapidez do que isso que a gente conseguiu fazer. Quando a gente acessou os corpos, infelizmente elas estavam em óbito”, disse o subtenente Jorge Iglikoski.

Contudo, após três horas de trabalho, a corporação encontrou as vítimas sem vida.

Mãe e filha morrem ao caírem em fossa após piso da casa desabar, no Paraná

A morte das duas vítimas comoveu a cidade de Corbélia que possui cerca de 17,4 mil habitantes e fica a pouco mais de 30 quilômetros de Cascavel, no oeste do Paraná.

“Neste momento de dor, nossa prioridade é prestar todo o apoio necessário à família. Uma equipe composta por assistentes sociais e psicólogos do município está à disposição para oferecer suporte”, disse a prefeitura da cidade.

A Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de Cascavel também lamentou a morte de mãe e filha.

“A subseção registra sua profunda consternação diante de ocorrido tão triste e compartilha os mais sinceros sentimentos aos familiares, amigos e a comunidade. […] A advocacia se une em solidariedade neste momento de dor”, afirmou a instituição em nota.

O velório das vítimas deve iniciar ainda nesta sexta-feira (27).

Em nota a Polícia Civil de Corbélia informou que “aguarda a conclusão do laudo pericial para fornecer maiores detalhes acerca dos fatos”.

A nota diz ainda que o levantamento inicial e informações preliminares indicam que “o fato trata-se de um acidente”, mas que foi instaurado um procedimento para “apurar as circunstâncias, condições em que se deu o acidente, bem como a causa, e ainda eventual responsabilidade”.

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