Investigação de superfaturamento em Pindoretama: empresários e secretários envolvidos em esquema criminoso em contratos.

Empresários e secretários são investigados por esquema de superfaturamento em contratos de Pindoretama, na Grande Fortaleza. O suposto esquema criminoso envolvia superfaturamento e desvio de dinheiro público de contratos de locação de veículos firmados entre a prefeitura e empresas.

Quatro secretários municipais e cinco empresários são suspeitos de um esquema criminoso de superfaturamento em contratos de Pindoretama, na região metropolitana de Fortaleza. Um dos empresários foi preso e quatro seguem foragidos. O Ministério Público, com apoio da Polícia Civil, deflagrou a Operação “Vectura Fraus” nesta sexta-feira.

O suposto esquema criminoso envolvia superfaturamento e desvio de dinheiro público de contratos de locação de veículos firmados entre a Prefeitura de Pindoretama e empresas. O nome “Vectura Fraus” vem do latim e significa “transporte fraudulento”.

Durante a ação, os secretários municipais de Infraestrutura e Serviços Públicos, do Desporto e Lazer, de Administração e do Gabinete do Prefeito foram afastados dos cargos por seis meses, suspeitos de participarem do esquema criminoso. Os investigados poderão responder por peculato, falsidade ideológica, associação criminosa e fraudes contratual e licitatória.

Ao todo, 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas sedes da Prefeitura de Pindoretama, do Gabinete do Prefeito e das empresas investigadas, além das residências dos suspeitos em Canindé, Baixio, Fortaleza e Pindoretama. Foram apreendidos documentos, aparelhos celulares e notebooks que irão subsidiar as investigações.

A Prefeitura de Pindoretama, por nota, disse que recebeu uma ação do Ministério Público do Ceará, com o objetivo de averiguar documentos referentes a um processo judicial que tramita em segredo de justiça. O governo municipal destacou o compromisso em cumprir as determinações judiciais e colaborar com a investigação.

Conforme o MPCE, foi constatado que a Prefeitura de Pindoretama, entre os anos de 2021 e 2023, teria efetuado pagamentos para utilização de carros muito mais antigos do que os que deviam ser disponibilizados pelas empresas que mantinham contrato com o Poder Executivo do município, o que caracterizaria superfaturamento. A suspeita é de que os veículos eram locados a partir de pagamentos fraudulentos, gerando prejuízo aos cofres públicos e enriquecimento ilícito dos empresários.

As empresas investigadas teriam recebido da Prefeitura aproximadamente R$ 2,7 milhões durante o período. O MP constatou ainda que as empresas teriam contratos com mais 30 municípios cearenses e teriam recebido valores que ultrapassam R$ 449 milhões em contratos de locação de veículos. A investigação está em andamento para apurar todos os envolvidos e responsabilizá-los conforme a lei.

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Prefeito de Araripe é condenado por abuso de poder político e fica inelegível por 8 anos

Após decisão da Justiça Eleitoral, prefeito de Araripe fica inelegível por oito anos

Cabe recurso da decisão. Documento também determinou cassação do registro da candidatura.

1 de 1 Prefeito de Araripe fica inelegível por oito anos — Foto: Reprodução

Prefeito de Araripe fica inelegível por oito anos — Foto: Reprodução

Uma decisão da Justiça Eleitoral condenou, nesta semana, o prefeito de Araripe, na Região do Cariri, Cícero de Deus (MDB), por abuso de poder político e cassou o registro da candidatura. A decisão também determinou que ele fique inelegível por oito anos.

A inelegibilidade foi pedida após uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ter sido protocolada pela coligação Por um Araripe Melhor, apontando que Cícero de Deus obteve vantagens ao utilizar a estrutura da administração pública durante evento realizado em 11 de maio deste ano, véspera do Dia das Mães.

De acordo com a denúncia, durante o evento houve distribuição de brindes, promoção pessoal do gestor e publicações nas redes sociais oficiais da Prefeitura de Araripe. O evento, patrocinado pela Prefeitura, foi entendido como uma tentativa de autopromoção política, incompatível com a isonomia exigida no processo eleitoral, segundo entendimento do magistrado que proferiu a sentença.

Em nota, o Ministério Público Eleitoral informou que a Ação de Investigação Judicial Eleitoral teve parecer favorável do Ministério Público (MPCE) pela cassação do registro de candidatura, mas não foi ajuizada pelo MPCE. A decisão é do juiz Sylvio Batista dos Santos Neto, da 68ª Zona Eleitoral. A inelegibilidade atinge somente Cícero de Deus, mas a cassação do registro da candidatura impacta toda a chapa. Ainda cabe recurso da decisão.

DE tentou contato com a assessoria do Prefeito Cícero de Deus, mas até a publicação desta reportagem não recebemos resposta.

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