Acordo entre Mercosul e União Europeia beneficia produtores do Vale do São Francisco
A região é a maior exportadora de frutas do Brasil. Acordo prevê tarifas zero
sobre a exportação das uvas brasileiras.
A maior exportadora de frutas do Brasil, o Vale do São Francisco terá benefícios econômicos com o acordo de livre comércio fechado na sexta-feira (6) entre os líderes do Mercosul e da União Europeia.
O principal ponto destacado entre os fruticultores brasileiros é o fato das taxas de exportação de uva serem zeradas.
Com o acordo, as tarifas para exportação de frutas serão zeradas gradualmente, mas para a uva será imediato. “O imposto sobre a uva será zerado. O setor vai aumentar suas vendas, consequentemente, gerará mais emprego e renda”, destacou o presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Guilherme Coelho.
De acordo com o presidente da Abrafurtas, o modelo de tarifação atual prejudica os exportadores brasileiros. “Alguns países como África do Sul e Peru não pagam o chamado Imposto Duty para exportar suas frutas, o que prejudica seriamente o Brasil”, disse.
O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia tem o objetivo de reduzir ou zerar as tarifas de importação e exportação entre os dois blocos. Estão previstos tratados em temas importantes, tais como: Cooperação política; Cooperação ambiental; Livre-comércio entre os dois blocos; Harmonização de normas sanitárias e fitossanitárias (que são voltadas para o controle de pragas e doenças); Proteção dos direitos de propriedade intelectual; e Abertura para compras governamentais.
As negociações começaram em 1999 e um termo preliminar foi assinado em 2019. Desde então, o texto passou por revisões e exigências adicionais, principalmente por parte da União Europeia, devido à pressão imposta principalmente por agricultores dos países-membros.
O acordo não vale apenas para produtos agrícolas, mas foi esse setor que protagonizou boa parte dos embates. Um dos receios dos produtores é de que o tratado torne os alimentos sul-americanos mais baratos na UE, reduzindo a competitividade das mercadorias europeias.