Wilson Pollara, ex-secretário municipal de saúde de Goiânia, foi solto após ser preso suspeito de irregularidades na pasta. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) concluiu que não há motivos para converter a prisão temporária em prisão preventiva. A defesa do ex-secretário está acompanhando as investigações por parte do órgão ministerial, que poderá resultar na instauração de uma ação penal pública.
Na mesma operação, o secretário executivo e o diretor financeiro da secretaria também foram liberados da prisão na madrugada deste sábado, na Casa do Albergado, no Jardim Europa. A investigação aponta que os envolvidos concederam vantagens indevidas em contratos, desrespeitaram a ordem cronológica de pagamentos e causaram prejuízos ao erário público, violando o princípio da impessoalidade.
Durante coletiva de imprensa, os promotores explicaram que os pagamentos envolviam vantagens indevidas e eram realizados “fora dos canais oficiais”, não sendo registrados na contabilidade pública. O MP-GO destacou que o esquema agravou a crise na saúde pública de Goiânia, resultando em uma dívida de cerca de R$ 300 milhões apenas com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas.
A Fundação enfrenta uma dívida acumulada de R$ 121,8 milhões e enfrenta dificuldades operacionais, chegando a suspender atendimentos em algumas maternidades. A rede pública de saúde também tem enfrentado falta de insumos básicos, interrupção de serviços e restrições ao acesso a leitos de UTI, resultando em mortes de pacientes à espera de vagas.
Wilson Pollara, com mais de 50 anos de carreira e experiência na área da saúde, nega as acusações e afirma que veio a Goiânia para contribuir com a melhoria da saúde na região. A defesa reforça que Pollara buscou solucionar problemas existentes antes de sua gestão na Secretaria Municipal de Saúde e acredita na inocência do cliente, que neste momento prioriza tratamento para um câncer no rim.
É importante ressaltar que a crise na saúde de Goiânia não se limita apenas às questões financeiras, mas também afeta diretamente a qualidade e o acesso aos serviços públicos de saúde. O MP-GO continua investigando o caso para apurar as possíveis irregularidades cometidas na gestão da pasta, visando garantir a transparência e a lisura dos processos administrativos.