Partidos contra corte no Fundo Constitucional do DF: PP, MDB, PL e mais

Veja os partidos que são contra corte no Fundo Constitucional do DF

PP, MDB, PL, Republicanos, União, PT-DF e PCdoB-DF já se posicionaram contra corte ao FCDF, o que corresponde a 241 deputados e 44 senadores

Desde que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a proposta de corte ao Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) em 28 de novembro, partidos e parlamentares têm rechaçado a sugestão do Governo Federal. Na sexta-feira (6/12), o presidente do Progressistas (PP), Ciro Nogueira, declarou ser contrário à medida.

“A manutenção do volume de repasse é essencial para garantir a continuidade dos serviços prestados à população da capital”, declarou.

O PP conta com 56 parlamentares federais eleitos, sendo 50 pela Câmara dos Deputados e seis senadores. A sigla é a da vice-governadora do DF, Celina Leão, que fez um apelo ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que ele desista da proposta para alterar o reajuste anual do valor do Fundo.

“Quando se fala em congelar o Fundo Constitucional do DF, estamos falando: ‘Ei, vocês estão proibidos de crescer, de morar aqui, porque não temos condições de contratar policiais, rever salário e cuidar da saúde e da educação”, disse Celina, durante a entrega da Medalha Mérito Integração Segurança Pública do Distrito Federal, também na sexta-feira.

O pedido de Celina foi, em discurso, direcionado à deputada Erika Kokay (PT-DF). “Faço esse pedido com muita humildade, deputada Erika, para que o presidente reveja a posição dele porque esse é o momento de pedirmos. Um passo atrás nunca é ato de humilhação, mas de grandeza de homens e mulheres públicos”.

A estimativa do GDF é a perda de R$ 12 bilhões nos próximos anos, caso a mudança seja aprovada.

PT-DF

O diretório regional do PT no Distrito Federal se posicionou contra a proposta do governo. Desta forma, apenas a sigla do DF não apoia a mudança. Com críticas ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), o PT-DF se compromete.

A nota do PT-DF, divulgada na quarta-feira (4/12), tece críticas ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), mas destaca que a alteração no FCDF poderá causar “prejuízos” aos cidadãos. A direção regional se compromete a dialogar com o governo federal em busca de alternativas que não prejudiquem a manutenção de serviços essenciais na capital do país.

O PT-DF destacou que “o FCDF funciona desde 2003, primeiro ano dos governos do presidente Lula”. “Nestes 21 anos de sua existência, o Fundo Constitucional recebeu recursos regularmente transferidos por 16 anos de governos petistas”.

O PT conta com 68 deputados na Câmara, sendo apenas a Erika Kokay representando o DF. Ela inclusive foi a única parlamentar eleita pelo partido no DF em algum cargo legislativo.

MDB NACIONAL

O MDB, partido do governador Ibaneis, também já se posicionou contrário à medida. O presidente nacional da sigla, deputado Baleia Rossi (SP) destacou que é a favor da preservação do Fundo. “Ele foi criado exatamente para que o Distrito Federal pudesse ter as condições de cuidar de quem mora aqui, de quem vive no Distrito Federal. Então, essa é a posição do MDB”, afirmou Baleia Rossi. O MDB tem uma bancada de 44 deputados e conta ainda com 11 senadores.

A declaração do presidente do partido ocorreu depois de reunião com o deputado Rafael Prudente (MDB-DF), responsável pela articulação dentro da Câmara dos Deputados contra a mudança proposta pelo governo federal no fundo como parte de um pacote de corte de gastos públicos.

“Nós entendemos que o Fundo Constitucional tem que ser preservado porque ele foi criado exatamente para que o Distrito Federal pudesse ter as condições de cuidar de quem mora aqui, de quem vive no Distrito Federal. Então, essa é a posição do MDB”, afirmou Baleia Rossi.

PL

Na quarta-feira (4/12), o Partido Liberal (PL) enviou orientação a sua bancada de parlamentares solicitando que votem contra as mudanças no cálculo do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). O indicativo é ordem do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, e do líder do partido na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ).

O PL é a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 93 parlamentares. A sigla ainda conta com 13 senadores, sendo Izalci Lucas do Distrito Federal.

241 DEPUTADOS CONTRA

Além do PP, do MDB e do PL, Republicanos, União Brasil se manifestaram contra a proposta do governo federal que define a inflação como o índice para reajuste anual do Fundo Constitucional. Atualmente, o valor é calculado a partir da variação da receita corrente líquida.

Assim como o PT-DF, apenas o diretório do PCdoB do Distrito Federal se posicionou contrário à votação. O partido, contudo, não tem nenhum nome eleito pelo DF nas casas legislativas federais.

Considerando as posições até o momento anunciadas, somam-se 241 deputados e 44 senadores contrários à proposta de Lula para alterar o Fundo Constitucional.

LEWANDOWSKI

O Fundo Constitucional é usado para custear Saúde e Segurança Pública no Distrito Federal. Apesar de ser do Executivo Federal, o próprio ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a importância do fundo e elogiou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e a Polícia Militar (PMDF) durante reunião no Senado Federal, na terça-feira (3/12).

Lewandowski comparou São Paulo a Brasília e afirmou que a capital do país é mais segura. O ministro contou que, São Paulo, vive em “uma situação difícil” com a família em relação à criminalidade da cidade. “Muito difícil sair na rua sem os devidos cuidados”, declarou.

Em contrapartida, no Distrito Federal, o ministro afirmou que “felizmente, ainda podemos caminhar, tocar as nossas atividades do cotidiano, indo para as escolas, trabalharmos etc, sem maiores riscos”. “E devo reconhecer que isso se deve graças ao trabalho profícuo da Polícia Civil do Distrito Federal e Polícia Militar”, disse Lewandowski.

Questionado pela senadora Leila Barros (PDT-DF) sobre a proposta do governo federal para alterar o critério atual que define o valor a ser repassado anualmente pela União ao DF, por meio do Fundo Constitucional, Lewandowski enalteceu a importância do fundo, mas ressaltou que a discussão é de competência de outras áreas.

“Quero dizer aqui, publicamente – sem entrar no mérito dos cortes porque não é a minha área –, que eu reconheço a importância do Fundo Constitucional e reconheço que os recursos desse fundo têm sido proficuamente aplicados”, declarou.

ESPAÇO PARA O CRIME ORGANIZADO

Em defesa ao Fundo Constitucional, o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) manifestou descontentamento com a revisão do cálculo.

O Sinpol-DF classifica que os impactos seriam devastadores, já que PCDF “que opera com um dos melhores índices de resolução de crimes no país — 90% de esclarecimento de homicídios, por exemplo —, é referência no combate ao tráfico de drogas e à desarticulação de facções criminosas”.

“Comprometer o FCDF é abrir espaço para o enfraquecimento da PCDF e para a instalação definitiva do crime organizado na capital federal. Sucatear a corporação — e, consequentemente, desvalorizar seus investigadores — é expor Brasília a uma realidade de insegurança que seus cidadãos não conhecem e não devem conhecer”, diz o Sinpol-DF.

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Gilmar Mendes defende disciplina nos salários do Judiciário em entrevista ao DE

Gilmar Mendes diz que salários do Judiciário devem ser “disciplinados”

O ministro do STF concedeu entrevista ao DE nesta quinta-feira (19/12). Gilmar ressaltou que é preciso padronizar regras

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu, em entrevista ao DE, que os salários do Judiciário sejam disciplinados, que tenham uma regulação, regras estabelecidas. O ministro foi enfático ao dizer que os salários acabaram ficando insuficientes e foram-se criando auxílios e outras formas de compensação, mas que ele não considera isso razoável.

> “Eu sou favorável que haja uma disciplina sobre essa matéria. A gente fala com alguma autoridade no Supremo Tribunal Federal porque nós não temos penduricalho e aí estão inventando a semana inglesa, a semana de três dias, a remuneração disto, daquilo. Isso é um festival de barbaridades. Isso não é bom. Isso está errado. Isso não tem base legal. Então, isso precisa ser resolvido”, disse o ministro Gilmar Mendes em entrevista à reportagem.

O ministro ainda ponderou que o Judiciário não deve ter uma remuneração reduzida, “mas deve ter uma remuneração regular”. “O salário do Supremo não funciona com o teto. As pessoas passaram a ter seu próprio limite. Mesmo a lei, muitas vezes não é observada”, analisou Gilmar Mendes.

Veja trecho em que o ministro comenta sobre o tema:

> Em entrevista ao DE, Gilmar Mendes diz que salários do Judiciário devem ser “disciplinados”.
>
> “É um festival de barbaridades. Isso não é bom, isso está errado e isso não tem base legal. Então precisa ser resolvido”, afirmou o ministro do STF sobre ‘penduricalhos’ nos…

O comentário do decano do STF se dá diante de proposta do governo federal que visa restringir os salários acima do teto constitucional para o funcionalismo público, os chamados supersalários, como medidas de corte de gastos.

A proposta original, hoje desidratada pela Câmara dos Deputados, dizia: “somente poderão ser excetuadas dos limites remuneratórios as parcelas de caráter indenizatório expressamente previstas em lei complementar de caráter nacional aplicada a todos os Poderes e órgãos constitucionalmente autônomos”.

Uma das sugestões de corte do governo seria nos gastos do Judiciário, com a identificação de diversos membros que acabam por ultrapassar o máximo permitido. Hoje, o teto de vencimentos do funcionalismo está em 44 mil e subirá para $ 46,3 mil em 2025. O texto pede que verbas indenizatórias sejam contabilizadas dentro do limite de salários a fim de evitar distorções.

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