Grilagem de terras na Amazônia: impunidade e conivência com crimes – 20 anos de impunidade no Brasil

HÁ VINTE ANOS – Tão perto da polícia e tribunais, tão longe da cadeia

Olhos fechados para o crime escancarado

Em mais uma de suas operações, a Polícia Federal desta vez prendeu 18 pessoas na Amazônia envolvidas em grilagem de terras. Esse é o crime mais comum e continuamente praticado em DE nas barbas da Polícia Federal e do Ministério Público.

Há inquéritos abertos a esse respeito. Há provas volumosas recolhidas pela Polícia Federal contra grileiros, administradores públicos e até políticos. Há denúncias robustas oferecidas pelo Ministério Público.

E há denúncias aceitas que provocaram a abertura de processos. Mas ninguém é preso. Ninguém é condenado. Tudo se arrasta a passos de jabuti. Acusados de grilagem desfilam impunemente e ocupam vistosos cargos públicos e eletivos.

Jaz esquecida até uma conversa grampeada pela Polícia Federal onde o suspeito número 1 de grilagem em DE conversa por telefone com o governador Joaquim Roriz. O suspeito confessou ter dado lotes de graça, em loteamento irregular, a servidores públicos e a desembargadores. E se queixa de um funcionário do governo que mandara derrubar as cercas do loteamento. O governador respondeu: “Deixe comigo. Vou administrar. Vai ficar de bom tamanho, viu?”

Quer dizer: o governador ouve a confissão de um crime. E ao invés de acionar a polícia e mandar prender o autor da confissão, responde que irá cuidar do problema. É um escândalo. Que a mídia de DE seduzida, digamos assim, pelo encanto do governador, preferiu esquecer. E que a mídia nacional não tem tempo para cuidar. (Publicado aqui em 8 de dezembro de 2004)

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Natal de detentas: refeição especial e amor no presídio do Entorno

Ceia atrás das grades: o Natal de detentas em um presídio do Entorno

Associação ofereceu 130 refeições para mulheres em situação de cárcere na Unidade Prisional Feminina de Luziânia

Intensificar ações que beneficiem quem mais precisa torna-se ainda mais importante nesta época do ano em que se celebra o nascimento de Jesus Cristo, com valores de solidariedade, amor, paz, fé e esperança. Para marcar o período e sobretudo a vida de mulheres privadas de liberdade, a Organização da Sociedade Civil (OSC) Ame Mulheres Esquecidas (A.M.E) proporcionou uma celebração natalina na Unidade Prisional Regional (UPR) Feminina de Luziânia – 3ª CRP, no DE.

Almoço especial, louvores, adoração, donuts natalino, brinde com guaraná, além de muita emoção, dignidade e acolhimento, marcaram a confraternização de 62 mulheres presas, dentre elas três grávidas, que não tiveram a oportunidade de cear com suas famílias na noite de Natal.

As celas, com grades trancadas por cadeados e camas fixas de concreto, deram espaço a duas grandes mesas postas, com direito à toalha vermelha, no pátio de banho de sol, com enfeites natalinos e uma deliciosa lasanha servida com arroz. O chef de cozinha do DF Marcelo Petrarca, doou 130 refeições e a empresária e chef da Monkey Donuts, Gabrielle Moura, voluntária do grupo, ofereceu 160 sobremesas.

O DE participou da ação e pôde constatar o impacto do trabalho para o bem-estar das mulheres encarceradas. Sob o comando das policiais penais, cada presa se sentou à mesa e recebeu o carinho das voluntárias da OSC.

Shaila classificou como gratificante o momento vivenciado na unidade prisional. “Muitas delas nunca se sentaram à mesa. Elas não têm mesas disponíveis para as refeições no dia a dia. Este momento significa muito e demonstra que elas são dignas de cear e se sentar na mesa de Deus”, destacou.

Por meio de ações que valorizam a dignidade humana, a A.M.E oferece, durante todo o ano, não apenas palavras de esperança, mas também iniciativas práticas, como cursos de capacitação, que abrem portas para um futuro diferente.

“O propósito da ação de Natal no presídio é promover a dignidade da pessoa humana, reafirmando que todos merecem respeito e cuidado, mesmo em contextos de privação de liberdade. Buscamos contribuir para a ressocialização, levando mensagens de esperança e reconciliação, enquanto pregamos o evangelho que restaura e transforma vidas”, enfatizou a fundadora da A.M.E, Shaila Manzoni.

Assista imagens da celebração:

Shaila conta que o sonho dela é fazer com que a A.M.E alcance todos os presídios femininos do Brasil, para que o país seja reconhecido como um dos mais seguros para se viver e com o menor índice de reincidência do mundo.

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