A decisão da Justiça Federal de exigir que 154 famílias desocupem o prédio abandonado do INSS no Centro do Rio está causando apreensão entre os moradores que lá residem. Com a estrutura comprometida, a vida dos ocupantes está em risco, e o prazo para deixarem o imóvel é 16 de dezembro. Mulheres grávidas, idosos e bebês convivem diariamente com a falta de saneamento básico e a precariedade das condições em que vivem.
A situação no edifício da Avenida Venezuela é preocupante. As crianças brincam em meio a fios soltos e paredes trincadas, enquanto os moradores enfrentam um dilema entre a insegurança do local e a falta de alternativas viáveis de moradia. Segundo Jurema Francisco Ferreira, moradora e camelô, é extremamente desafiador encontrar outro teto para abrigar as famílias que lá residem, mesmo sob condições tão precárias.
A professora Mariana Trota, do Núcleo de Assessoria Jurídica Popular da UFRJ, destaca a necessidade de um plano de ação antes de desocupar o imóvel, visando garantir que as famílias tenham condições dignas de moradia em outro lugar. No entanto, até o momento, não há clareza sobre o aluguel social, a solução definitiva de moradia ou a destinação do prédio por parte da prefeitura ou do INSS.
A Justiça Federal, por meio do juiz Mauro Luis Rocha Lopes, cobrou ação imediata das autoridades federais e municipais para proteger as famílias durante a desocupação. O Ministério Público também defende a destinação do edifício para moradia popular e ressalta a importância do diálogo sensível com as famílias afetadas, buscando uma solução negociada e evitando a remoção forçada.
Enquanto o INSS e a Prefeitura do Rio discutem a aquisição do imóvel e a transferência de gestão, os moradores enfrentam a incerteza do futuro e a falta de respostas sobre para onde irão após deixarem o prédio. A necessidade de moradia digna é urgente, e as famílias esperam por soluções concretas que garantam sua segurança e bem-estar.
Em meio a essa situação delicada, o apelo das famílias é claro: elas não querem apenas dinheiro, mas uma moradia digna. Com o prazo se aproximando, a ansiedade e a preocupação são evidentes entre os moradores, que aguardam por uma definição que lhes proporcione um lugar seguro e adequado para viver. A espera por respostas e a busca por soluções continuam, enquanto as famílias se preparam para deixar o local que chamam de lar há tantos anos.