Justiça suspende concessão da Rodoviária do Plano Piloto por irregularidades

Justiça suspende processo de concessão da Rodoviária do Plano Piloto

Desembargador da 2ª Câmara Cível do TJDFT acatou pedido de cinco empresas e
paralisou processo de concessão, que já tinha vencedor definido

Há quase dois meses, o processo de concessão da Rodoviária do Plano Piloto está
paralisado devido a uma liminar judicial. O desembargador Álvaro Ciarlini, da 2ª
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT),
acatou o pedido de cinco empresas de um dos
consórcios participantes da licitação e entendeu que há irregularidades no
projeto apresentado pelo grupo vencedor do processo, por descumprimento de
algumas das regras do edital.

A decisão é de 24 de outubro último, em caráter liminar. A privatização da
rodoviária seguirá suspensa até apreciação do processo por todos os
desembargadores da câmara.

A Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (Semob) publicou o
segundo resultado final da licitação em 8 de outubro deste ano. O aviso de
adjudicação e homologação do resultado apontava como vencedor o Consórcio
Catedral, formado pelas empresas RZK Empreendimentos Imobiliários Ltda e
Atlântica Construções, Comércio e Serviços Ltda.

Porém, as cinco empresas do consórcio Rodoplano, que havia vencido a licitação
antes, acionaram a Justiça e alegaram, entre outras irregularidades, que uma das
empresas do grupo vencedor “não foi previamente constituída sob o modelo de
Sociedade de Propósito Específico (SPE)”, além de não ter apresentado a “devida
prestação de garantia”.

Na liminar, o desembargador avaliou que, apesar de ser possível entender o
motivo pelo qual a Semob decidiu trocar a vencedora da licitação, “é possível
antever, assim, o caráter desarrazoado e excessivo, logo, abusivo, da exigência
que levou à inabilitação do consórcio formado pelas impetrantes”.

SOBRE A CONCESSÃO

A concessão da Rodoviária do Plano Piloto à iniciativa privada foi aprovada pela
Lei Distrital nº 7.358/2023, sancionada pelo governador Ibaneis Rocha em 19 de
janeiro de 2024. O valor previsto do contrato é de cerca de R$ 120 milhões, que
corresponde aos investimentos estimados para execução dos serviços previstos na
licitação.

A área a ser concedida abrange todo o complexo rodoviário. Também estão inclusos
os estacionamentos superiores e inferiores próximos ao Conjunto Nacional e ao
Conic, no Setor de Diversões, que passarão a ser rotativos. Com a gestão do setor privado, a rodoviária passará por obras, com reforma
estrutural da edificação e modernização do espaço. Além disso, deverá contar com
um centro de controle operacional.

A concessionária terá seis anos para executar os investimentos. O cronograma do
projeto prevê que a reforma da estrutura seja concluída em até quatro anos, com
investimentos de R$ 54,9 milhões. No primeiro triênio, deverão ser investidos R$ 57,7 milhões. Já a abertura dos
estacionamentos e do sistema operacional tem custo estimado em R$ 7 milhões, com
prazo de dois anos para execução.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Morte brutal de professora no DF: 10 anos de impunidade – Suspeito pronunciado em 2023

Crânio rachado e corpo nu: 10 anos da morte brutal de professora no DF

Heber dos Santos Freitas Ribas, suspeito de matar Janaína Câmara em 2014, foi
pronunciado pelo crime apenas este ano

Após 10 anos do crime, o processo que trata da morte da professora Janaína Alves
Fernandes Tavares da Câmara avançou na Justiça. O suspeito de matar Janaína em dezembro 2014, Heber dos Santos Freitas Ribas, ex-companheiro dela, foi pronunciado em abril deste ano. A juíza da 1ª Vara Criminal do Novo Gama entendeu que ele deve ser julgado por um Tribunal do Júri. Porém, apesar da determinação, Heber segue em liberdade recorrendo a outras instâncias para ser absolvido da acusação.

Em setembro do ano passado, o DE mostrou que o processo do caso de Janaína estava travado na Justiça goiana.

O caso foi recebido pela Justiça em 2021. Apenas em julho de 2023 foi agendada uma Audiência de Instrução e Julgamento agosto do mesmo ano. A audiência chegou a ser realizada, mas sem a pronúncia.

Apenas em 10 de abril deste ano, a Justiça declarou Heber réu e o destinou ao júri popular. Entretanto, a defesa do acusado recorreu da decisão. O recurso chegou à 3ª Câmara Criminal, sob responsabilidade da desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira. Em julho, ela negou o pedido. A defesa, então, recorreu novamente, levando o caso para a Assessoria para Assunto de Recursos Constitucionais, sob responsabilidade do desembargador Amaral Wilson de Oliveira. Apenas em 28 de novembro, o desembargador proferiu decisão, também negando o recurso especial. Agora, Heber deve aguardar a intimação da decisão do desembargador.

SOBRE O CRIME

Segundo a denúncia do Ministério Público goiano (MPGO), a vítima teve a cabeça esfacelada a golpes de porrete e o corpo seminu jogado em um matagal às margens da Rodovia DF-290, entre Santa Maria e o Novo Gama (GO), município no Entorno do DF.

Janaína foi encontrada sem vida em área de mato. Ela era professora.

Quando policiais militares encontraram Janaína, ela tinha o rosto desfigurado e o crânio rachado, com vazamento de massa encefálica. A vítima se encontrava seminua, com o sutiã levantado e os seios à mostra. Também teve a calça arrancada e a calcinha rasgada. Havia um preservativo perto do corpo e vestígios de fezes nas coxas. Nas peças do processo, os peritos do Instituto de Criminalística (IC) e médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil apresentaram seus laudos, mas não conseguiram cravar com exatidão se a vítima havia sido estuprada antes ou após a morte.

Nos dias que se seguiram após a localização do corpo, a Polícia Civil do DF não demorou a juntar as peças que apontou a autoria do crime. Janaína viveu com Heber pouco mais de dois anos, entre 2012 e 2014, e havia se separado dois meses antes do crime. As apurações apontaram que a vítima começou a sofrer agressões constantes de Heber e decidiu se separar. Heber responde ao homicídio triplamente qualificado em liberdade.

A professora municipal de Goiás lecionava para alunos do 1º ao 4º ano do ensino fundamental na Escola Municipal Jardim Paiva, no Novo Gama, no Entorno do DF, e faltou ao trabalho no dia que antecedeu ao crime. No dia seguinte, no entanto, às 15h40, policiais encontraram o corpo da jovem no matagal. Janaína deixou três filhos: um menino com pouco mais de 1 anos, fruto do relacionamento com o homem que tirou sua vida, além de um garoto de 5 anos e uma menina, de 6. Atualmente, os órfãos estão com 11, 15 e 16 anos respectivamente.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp