Suspeito de agredir sambista Paulo Onça passa por exame em Manaus

Suspeito de agredir sambista Paulo Onça passa por exame de corpo de delito em Manaus

Adeilson Duque, considerado foragido há três dias, se entregou no 1º DIP, acompanhado da esposa e dos advogados Lúcio Fábio Cordeiro Ribeiro e José Jorge Pessoa da Silva, na noite de sábado (7).

Suspeito de agredir sambista Paulo Onça passa por exame de corpo de delito em Manaus. — Foto: Carolina França/Rede Amazônica

O comerciante Adeilson Duque Fonseca, suspeito de agredir o sambista Paulo Onça após um acidente de trânsito em Manaus, passou por exame de corpo de delito neste domingo (8). Ele se entregou na noite de sábado (7) no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Acompanhado de dois advogados, ele foi conduzido pelo delegado Cícero Túlio para a carceragem, sem fazer declarações à imprensa.

Paulo Onça foi agredido até desmaiar após um acidente com o carro de Adeilson Duque na madrugada de quinta-feira (5), na Zona Sul de Manaus. Imagens de uma câmera de segurança mostram o carro do músico avançando o sinal vermelho na rua Major Gabriel e colidindo com o veículo do comerciante, que, ao parar, imediatamente partiu para a agressão.

Ao sair da delegacia para passar por exame de corpo de delito, Adeilson Duque estava junto de outros presos da unidade policial e também não falou com a imprensa. Ele era considerado foragido há três dias, após a Justiça decretar a prisão dele na noite de quinta-feira, a pedido da Polícia Civil.

Por volta das 21h30 deste sábado, Adeilson Duque se entregou no 1º DIP, acompanhado da esposa e dos advogados Lúcio Fábio Cordeiro Ribeiro e José Jorge Pessoa da Silva.

O suspeito foi ouvido pelo delegado Cícero Túlio sobre a agressão ao cantor e compositor Paulo Onça, que segue hospitalizado. O depoimento do comerciante não foi divulgado. Neste domingo (8), ele deverá passar por exame de corpo de delito e, em seguida, ficará à disposição da Justiça, conforme informou a Polícia Civil.

O advogado Lúcio Fábio Cordeiro Ribeiro, em entrevista à Rede Amazônica, falou sobre os excessos cometidos pelo cliente e expressou a esperança de que a situação se resolva da melhor maneira para o músico, enfatizando o compromisso de Adeilson Duque com a justiça e os esforços para garantir que ele possa responder ao processo em liberdade.

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra que, pouco depois da meia-noite da quinta-feira (5), o carro conduzido por Paulo Onça cruzou o sinal fechado em um trecho da Rua Major Gabriel, no bairro Praça 14, Zona Sul de Manaus, e colidiu com o veículo de Adeilson Duque.

Quando os carros pararam, Adeilson correu até o carro de Paulo Onça, deu socos no vidro fechado, abriu a porta e começou a agredir o sambista, conforme mostra a gravação.

O vídeo revela ainda que o comerciante foi contido pela mulher, mas a empurrou, enquanto Paulo Onça teve dificuldade para sair do carro e foi agredido novamente. Pouco depois, com o músico já fora do veículo, começou outra discussão. As imagens mostram Adeilson desferindo socos e chutes no compositor, que caiu no chão inconsciente.

Paulo Onça segue internado no Hospital João Lúcio. Neste sábado (7), a Secretaria de Saúde enviou uma nota à Rede Amazônica informando que o estado de saúde do paciente será divulgado apenas para a família.

O sambista Paulo Juvêncio de Melo Israel, conhecido como Paulo Onça, de 63 anos, tem mais de 45 anos de carreira e um legado de 130 músicas que marcaram o Carnaval do Rio de Janeiro e a cultura amazonense.

Natural de Manaus, Paulo Onça iniciou sua carreira musical aos 16 anos e ganhou destaque em 1990 na Escola de Samba Vitória Régia com o samba “Nem Verde e Nem Rosa”. Em 1998, marcou presença no Rio de Janeiro, alcançando o 7º lugar no Carnaval carioca com um samba enredo para o Salgueiro.

Em 2017, assinou o samba enredo da Grande Rio em homenagem a Ivete Sangalo, consolidando sua importância no cenário do samba. Suas músicas foram interpretadas por grandes artistas, como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e o Exaltasamba, tornando-se clássicos do gênero.

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Pai e madrasta condenados por deixar bebê em estado vegetativo no Amazonas: penas somam mais de 76 anos

Pai e madrasta que deixaram bebê em estado vegetativo são condenados no Amazonas; penas somam mais de 76 anos

A sentença foi divulgada, na noite da quarta-feira (11), após um julgamento de quase 30 horas no Tribunal de Justiça do Amazonas. O casal Beatriz Rodrigues Matos, de 29 anos, e Clayton Augusto Souza do Carmo, de 34 anos, foi condenado pelos maus-tratos cometidos contra o bebê Davi Lucas, em 2022, em Manaus. Eles são, respectivamente, madrasta e pai da criança. As penas do casal ultrapassaram os 76 anos de prisão, sendo que Clayton foi condenado a 14 anos de reclusão, e Beatriz recebeu uma sentença de 62 anos.

O casal foi denunciado pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) por tentativa de homicídio e tortura contra a criança. Davi Lucas, que atualmente possui seis anos, está sob cuidados médicos após ter sofrido um desfalecimento no hospital devido à retirada de uma tampa de pasta de dente de suas vias respiratórias. O episódio ocorreu enquanto a criança estava sozinha com a madrasta. Os réus estavam presentes no plenário durante o julgamento realizado pela 3ª Vara do Tribunal do Júri e já cumpriam prisão preventiva desde abril de 2024. Após a condenação, o juiz determinou o cumprimento imediato da pena em regime fechado.

Nas redes sociais, a mãe de Davi, Fábila Moraes, expressou sua emoção com a decisão da justiça, considerando-a uma vitória para ela e seu filho. Ela destacou a justiça divina e agradeceu a todos que a apoiaram desde o início do caso. A mãe de Davi ressaltou sua gratidão e pediu que Deus abençoasse a todos os envolvidos, atribuindo toda a honra e glória a Ele pela justiça realizada.

Em maio de 2022, a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) recebeu um Boletim de Ocorrência (BO) relatando maus-tratos contra Davi Lucas após ele passar um fim de semana na casa do pai. Durante a estadia na casa do pai, a criança engoliu uma moeda e foi levada a um pronto-socorro, expelindo a moeda com sangue. Após o episódio, a criança não foi devolvida à mãe na data marcada. Dias depois, Davi sofreu uma parada cardiorrespiratória e desmaiou, apresentando hematomas, o que levou à prisão preventiva do casal em setembro de 2023.

Após uma extensa investigação, o julgamento do ‘Caso Davi’ foi realizado em Manaus, culminando na condenação do pai e madrasta por maus-tratos contra a criança. A decisão da justiça trouxe alívio e justiça para a mãe de Davi e para aqueles que acompanharam o caso. O casal foi sentenciado com penas que ultrapassam os 76 anos de prisão, marcando o desfecho de um caso de violência e negligência que chocou a população. A prisão dos culpados representa um passo importante para a proteção das crianças e a punição de crimes contra a infância.

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