Troca de tiros na Avenida Brasil deixa motoristas e passageiros no meio do fogo cruzado

VÍDEO: motoristas e passageiros ficam no meio do fogo cruzado na Avenida Brasil

Via expressa ficou fechada por cerca de 20 minutos por conta de tiroteio entre
policiais e criminosos que tentavam escapar de uma operação da polícia no
Complexo da Maré.

Imagens mostram motoristas e passageiros no meio do fogo cruzado na Avenida Brasil

Motoristas e passageiros que passavam pela Avenida Brasil, na altura da Fiocruz,
em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, ficaram no meio de uma troca de tiros entre
bandidos e PMs, por volta das 8h30 desta segunda-feira (9).

Muitas pessoas abandonaram os veículos para buscar refúgio na mureta de proteção
da via expressa. A via, que é uma das principais ligações entre as zonas Norte e
Oeste com o Centro Rio, ficou fechada por cerca de 20 minutos.

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Rondas
Especiais e Controle de Multidão (Recom) trocaram tiros com traficantes da Vila
do João, que tentavam deixar o Complexo da Maré por conta de uma operação das
polícias Civil e Militar em várias partes do conjunto de favelas.

O objetivo da ação é prender traficantes que traficantes do Comando Vermelho
(CV) eram procurados — entre eles, Rodrigo da Silva Caetano, conhecido como
Motoboy, e Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga.

Motoristas e pedestres se protegem durante troca de tiros na Avenida
Brasil — Foto: Betinho Casas Novas/TV Globo

Esta é mais uma fase da Operação Torniquete, que combate o roubo de cargas e de
veículos. Um helicóptero e 5 blindados davam apoio aos agentes.

Segundo apuração do DE e da TV Globo, o confronto aconteceu após a prisão do
traficante Vinicius Pessoa Pedroni, o Guiça, de 34 anos, comparsa de Antônio Francisco Bonfim Lopes, ex-chefe do tráfico na favela da Rocinha, que estava foragido desde 2020, quando deveria ter retornado
ao presídio após passar o Natal.

Policiais militares entre carros na Avenida Brasil — Foto: Betinho Casas
Novas/TV Globo

Guiça estava acompanhado de pelo menos 2 seguranças. Houve troca de tiros, e os
guarda-costas do traficante foram mortos. O traficante foi preso e levado para a
21ª DP (Bonsucesso).

Por conta da prisão do traficante, algumas pessoas tentaram fechar a Avenida
Brasil. Mas, foram impedidas. Nesse momento houve um intenso confronto.

Família fica no meio do fogo cruzado na Avenida Brasil — Foto: Betinho
Casas Novas/TV Globo

Imagens feitas pelo repórter cinematográfico da TV Globo Betinho Casas Novas
mostraram o momento que uma família, com algumas crianças, saiu de dentro do
carro e se escondeu atrás de uma mureta, entre a pista central e a lateral, da
Avenida Brasil. Enquanto isso, PMs e traficantes trocavam tiros.

Passageiros que estavam em um ônibus também se amontoaram para não serem vítimas
de balas perdidas.

Até às 9h20, havia registro de 2 homens feridos e 6 presos, além de 3 fuzis, 2
pistolas, 1 granada, 16 carregadores de fuzil, drogas, munição e dezenas de
carros apreendidos. Um dos presos é o traficante Luiz Mário dos Santos Júnior, o
Mário Macaco, do CV. Ele foi capturado em casa, com munição e granada.

Avenida Brasil ficou fechada por cerca de 20 minutos — Foto: Betinho
Casas Novas/TV Globo

Por conta da operação, 2 escolas estaduais precisaram ser fechadas. A Secretaria
Municipal de Educação (SME) disse que 42 unidades escolares do Complexo da Maré
foram impactadas por conta das operações em curso.

Operação na Maré provoca fechamento da Linha Amarela e da Avenida Brasil

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Clínica da Família Diniz
Batista dos Santos suspendeu atividades externas, como as visitas domiciliares.
Já as clínicas da família Augusto Boal, Adib Jatene, Jeremias Moraes da Silva e
o Centro municipal de Saúde Vila do João interromperam o funcionamento na manhã
desta segunda.

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Defesa de Ludmilla recorre da absolvição de Marcão do Povo em caso de racismo

A defesa de Ludmilla recorrerá da absolvição de Marcão do Povo em um caso de racismo, após o apresentador chamar a cantora de ‘pobre macaca’. No ano passado, Marcão foi condenado a 1 ano e 4 meses de prisão em regime aberto, além de ser obrigado a pagar uma indenização de R$ 30 mil à cantora. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reverteu a decisão na semana passada.

A decisão de absolver Marcão do Povo foi assinada pela ministra Daniela Teixeira e a defesa de Ludmilla, representada pelos advogados Rafael Vieites, Felipe Rei e Bernardo Braga, já afirmou que irá recorrer. A condenação inicial foi realizada pela 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, após um recurso apresentado pela defesa da cantora.

Os advogados de Ludmilla confiam que o colegiado do STJ reverterá a decisão, considerando a conduta do acusado como criminosa e preconceituosa. Eles acreditam que esta é uma importante luta contra o racismo no país e não podem permitir um retrocesso nessa questão. Entre as punições previstas estavam prestação de serviços comunitários e pagamento de valores a instituições sociais.

Marcão do Povo foi acusado pelo Ministério Público do DF por injúria racial após o episódio em que chamou Ludmilla de ‘pobre macaca’ em 2017. Apesar de ter sido absolvido pela 3ª Vara Criminal em primeira instância em março deste ano, a defesa da cantora continuará lutando por justiça. Nas redes sociais, Ludmilla agradeceu o apoio do público e reafirmou sua determinação em não desistir dessa luta.

A atitude de Marcão do Povo gerou revolta e mobilizou não só os fãs da cantora, mas também diversos movimentos e organizações de combate ao racismo. A discussão sobre a importância de combater o preconceito racial e garantir a igualdade de tratamento para todos continua sendo um tema relevante e urgente em nossa sociedade. A esperança é de que a justiça seja feita e que casos como esse sirvam de alerta para que atos de discriminação não sejam tolerados.

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