Ex-Presidente do BNDES realiza acordo com MP por crime ambiental no Canjerana

Ex-presidente do BNDES faz acordo com MP após cometer crime ambiental

Gustavo Montezano é acusado de “causar dano à unidade de conservação”, bem como “alterar aspecto ou estrutura de local protegido”

Acusado de cometer crime ambiental em Brasília, o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, firmou Acordo de Não Persecução Penal com o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) [https://www.mpdft.mp.br/portal/] para não ter de cumprir penas mais severas estipuladas pela Lei 9.605 – que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de atividades lesivas ao meio ambiente.

Gustavo é acusado de “causar dano à unidade de conservação”, bem como “alterar aspecto ou estrutura de local protegido por lei” após reformar e cercar a área de preservação pública Refúgio de Vida Silvestre Canjerana, região próxima a um imóvel dele.

Em 2022, o ex-presidente do BNDES adquiriu a casa no Setor de Habitações Individuais do Lago Sul. Após a compra, ele a esposa deram início a uma obra, expandindo cercamento para além da propriedade obtida por eles.

À época, em entrevista ao DE, a Associação dos Moradores Lindeiros e Amigos do Canjerana (Amlac) contou que mesmo após serem informados que a construção era ilegal [https://www.DE/distrito-federal/morador-do-lago-sul-e-denunciado-por-cercar-area-de-preservacao-publica], os moradores optaram por continuar a expansão.

O caso, então, foi levado à esfera judicial. Segundo o inquérito que apurou os fatos, além da cerca proibida, “foi constatada a captação de água” no local. “Tento em vista que o imóvel se encontra inteiramente em Área de Preservação Permanente (APP) de vereda, tendo tal ocupação causado danos diretos e indiretos à Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago Paranoá, Gustavo praticou, em tese, os crimes estipulados nos artigos 40 e 63 da Lei 9.605”, diz o documento.

Os artigos mencionados têm as seguintes penas estipuladas, respectivamente: reclusão de um a cinco anos e multa; e reclusão de um a três anos e multa. Conforme informado no inquérito, os danos ambientais causados pelas ações do ex-presidente do BNDES foram calculados em R$ 40.865 mil.

Por ser uma infração praticada sem violência ou grave ameaça – e com penas mínimas inferiores a quatro anos, foi oferecido a Gustavo a possibilidade de um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP). O dispositivo é um ajuste celebrado entre o Ministério Público e a pessoa investigada. Para isso, ela deve confessar a prática dos crimes e cumprir determinadas condições legais e ajustadas entre as partes.

O acordo tem de ser validado por um juiz e, se for integralmente cumprido, é decretado o fim da possibilidade de punição.

Após a homologação do acordo, Gustavo teve de se comprometer com as seguintes medidas:

– Frequentar obrigatoriamente curso de formação socioambiental para autores de ilícitos ambientais
– Recuperar a área degradada, mediante contratação de profissional habilitado
– Adquirir medicamentos, rações, materiais de contenção, de construção, alimentos, entre outros, no valor de R$ 4.800 em favor de um instituto
– Não praticar novos crimes durante o cumprimento do acordo

A reportagem entrou em contato com a defesa de Gustavo e aguarda um posicionamento.

REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE CANJERANA

Criado como parque ecológico em 1996, com o intuito de proteger o Córrego Canjerana, o espaço foi batizado em homenagem à árvore de mesmo nome encontrada no local. A unidade de conservação é separada por vias criadas na urbanização do Lago Sul, o que acarretou na divisão da área de 49,2394 hectares, equivalente a mais de 80 campos de futebol, em seis setores.

Em 2019, o Canjerana foi recategorizado como Refúgio de Vida Silvestre, tendo em vista que sua área de preservação permanente do córrego é bem preservada, com matas de galeria, veredas e espécies arbóreas nativas, como o buriti e copaíbas, tombadas como patrimônio natural

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Análise do inquérito do golpe: PGR Gonet decide trabalhar nas férias

Com inquérito do golpe sob análise, Gonet decide trabalhar nas férias

O procurador-Geral da República (PGR) analisa indiciamento da Polícia Federal que já reúne 40 pessoas por suposta tentativa de golpe. O recesso do fim do ano de 2024 e de início de 2025 terá o ministro Alexandre DE Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet Branco, de plantão. Moraes sempre despacha nos recessos do Supremo, desde 2019, mas Gonet decidiu não tirar férias e trabalhar normalmente até em janeiro de 2025.

O procurador-Geral da República tem em mãos para analisar possível denúncia ou arquivamento do inquérito do golpe, no qual a Polícia Federal já indiciou 40 pessoas. Entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu então candidato a vice nas eleições de 2022, Walter Braga Netto, preso no último dia 13 de dezembro. O caso é tratado como prioridade na PGR, portanto, a possibilidade é que Gonet se debruce sobre a análise.

Ele pode denunciar os indiciados pela PF ou arquivar. Se denunciar, Moraes, relator do caso no STF, estará trabalhando para decidir se aceita a denúncia e leva a julgamento do colegiado. Como Braga Netto foi preso, a tendência da PGR é agilizar a análise, pois há previsão legal de que processos com investigados presos andem mais rápido.

Com a repercussão do inquérito do golpe, é importante que a PGR conduza o caso com transparência e celeridade, garantindo que a justiça seja feita de forma eficiente. A análise minuciosa dos fatos e provas é fundamental para uma decisão embasada e justa, respeitando os direitos de todos os envolvidos. O trabalho do procurador-Geral da República é de extrema importância para a manutenção da ordem e da democracia no país.

Neste cenário político conturbado, é essencial que as instituições atuem de forma íntegra e imparcial, garantindo a estabilidade e a legalidade das ações. A condução do inquérito do golpe pela PGR é um reflexo do compromisso com a justiça e a verdade, buscando esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos, se for o caso. A sociedade espera por respostas transparentes e efetivas por parte das autoridades responsáveis pela investigação.

Em meio a especulações e incertezas, a atuação do procurador-Geral da República se torna ainda mais relevante para a garantia da ordem jurídica e democrática no país. É fundamental que a análise do inquérito do golpe seja conduzida com seriedade e imparcialidade, assegurando a justiça e a equidade no processo. A atuação responsável e diligente das autoridades é essencial para o fortalecimento das instituições e para a preservação do Estado de Direito.

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