Dalton Trevisan: O legado do lendário vampiro de Curitiba no cenário literário brasileiro

Dalton Trevisan, reconhecido como um dos maiores contistas do Brasil e conhecido como o lendário vampiro de Curitiba, faleceu na segunda-feira, aos 99 anos. O autor, avesso aos holofotes e conhecido por sua vida reservada na capital paranaense, deixou um legado literário que conquistou os maiores prêmios para autores em língua portuguesa, como o Camões em 2012 e o Jabuti em quatro oportunidades. Com uma obra repleta de contos, novelas e romances que retratam a cidade e seus personagens, Dalton Trevisan marcou a literatura brasileira contemporânea.

Dalton Trevisan, que faleceu no dia 9 de dezembro de 2024, é lembrado por obras como “O Vampiro de Curitiba”, publicado em 1965. Seu estilo conciso e sua exploração das tramas psicológicas e dos costumes urbanos conquistaram não apenas os prêmios literários, mas também a admiração de leitores ao redor do mundo. Com traduções para vários idiomas, como inglês, espanhol e italiano, o trabalho de Dalton Trevisan fascina pela forma como retrata as aventuras cotidianas das pessoas comuns de Curitiba.

Nascido em Curitiba, em 1925, Dalton Trevisan iniciou sua carreira literária com a novela “Sonata ao Luar” e ganhou destaque nacional com “Novelas nada Exemplares”. Ao longo de sua trajetória, o autor publicou obras como “Cemitério de Elefantes”, “A Polaquinha” e “Macho não Ganha Flor”. Sua obra reflete a cidade de Curitiba de maneira sombria e lírica, explorando a banalidade do cotidiano e revelando dramas intensos que permeiam a vida urbana.

A reclusão pública de Dalton Trevisan contrastava com a vivacidade de sua escrita, que permanece como um marco na literatura brasileira. Ao explorar as complexidades humanas e as angústias cotidianas da vida urbana, o autor retratou com crueza a solidão, os dilemas morais e as contradições da classe média. Suas obras elevaram as ruas e bairros de Curitiba a verdadeiros personagens, transformando a cidade em um cenário vivo e pulsante.

Além de sua contribuição para a literatura, Dalton Trevisan também teve suas obras adaptadas para os palcos de teatro e para telas de cinema. O autor se destacou como um dos mais importantes narradores da ficção brasileira contemporânea, sendo reconhecido pela Academia Brasileira de Letras por sua linguagem interiorizante e sensível às movimentações sociais. Suas obras, como “A Faca no Coração”, “Crimes de Paixão” e “O Vampiro de Curitiba”, são exemplos do esforço de abertura do gênero do conto.

Em entrevista à Universidade Federal do Paraná, a pesquisadora Raquel Illescas destacou a transgressão e a relação crítica de Dalton Trevisan com Curitiba em sua obra. O autor definiu a capital paranaense como “província, cárcere e lar”, explorando temas recorrentes e deixando espaço para o leitor refletir sobre as situações e personagens que povoam suas histórias. Dalton Trevisan, com sua escrita marcante e sua vida reservada, deixa um legado de criatividade e rigor literário que permanecerá vivo na literatura brasileira.

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Ciclone Chido devasta Mayotte, deixando mortos e feridos: ajuda humanitária é essencial

O território francês DE está devastado após a passagem do ciclone Chido, que deixou pelo menos 31 mortos e 1,3 mil feridos, segundo autoridades locais. No entanto, há um alerta de que esse número possa aumentar significativamente, talvez chegando a centenas ou até milhares de vítimas fatais. Renato Torres, um brasileiro residente na ilha de Mayotte nos últimos cinco anos, descreve a situação como “devastadora”, destacando a destruição causada pelo fenômeno climático.

O impacto do ciclone Chido foi intenso, com ventos devastadores atingindo a ilha localizada na costa da África. Renato relata que sua moradia ficou intacta, mas diversos imóveis ao redor foram danificados. Além disso, a falta de energia, água e sinal de internet dificulta a comunicação e a troca de informações entre os habitantes locais. A situação é grave, com a população enfrentando fome e destruição.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil está prestando assistência consular aos brasileiros em Mayotte, acompanhando a situação de perto. Com rajadas de vento superiores a 220 km/h, o ciclone Chido foi o mais intenso a atingir a região em mais de 90 anos, conforme informações do instituto meteorológico francês. A paisagem de Mayotte está drasticamente alterada, e a reconstrução será um desafio para a comunidade local.

Renato destaca a dificuldade de retorno ao Brasil devido à destruição da infraestrutura local, incluindo danos ao aeroporto. A ilha está isolada, sem conexão de balsas e com restrições à chegada de ajuda humanitária. A população enfrenta desafios enormes, e a situação humanitária é preocupante. A chegada de assistência é essencial para garantir a sobrevivência dos habitantes e a reconstrução do território afetado.

Mayotte, situada entre Madagascar e Moçambique, é uma região mais pobre do que o restante da França, enfrentando problemas sociais e violência de gangues. A escassez de água e a deterioração das condições de vida já eram desafios antes da passagem do ciclone Chido. Renato destaca a paradisíaca ilha, mas ressalta as diferenças sociais entre os residentes locais e os imigrantes, que enfrentam condições precárias.

O cenário em Mayotte é de devastação, com necessidade urgente de ajuda humanitária e reconstrução. O governo local confirmou as mortes e feridos causados pelo ciclone, mas a realidade pode ser ainda mais trágica devido às dificuldades de registro das vítimas. A solidariedade internacional é fundamental para apoiar a população de Mayotte neste momento de crise e desastre natural.

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