Operação Kyrios: Grupo empresarial suspeito de sonegar R$ 8 milhões na Bahia

Operação do Ministério Público investiga grupo empresarial suspeito de sonegar
mais de R$ 8 milhões em impostos na Bahia

Seis mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária, nas
cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado, foram
cumpridos nesta terça-feira (10).

No início desta semana, a Força-tarefa de Combate à Sonegação Fiscal na Bahia deu início à ‘Operação Kyrios’ que mira um grupo empresarial do setor de comércio varejista de ferragens, máquinas e produtos agrícolas. As investigações revelaram que os suspeitos deixaram de recolher mais de R$ 8 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) conduziu a ação que resultou no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, regiões localizadas no oeste do estado.

As apurações realizadas pela Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (INFIP), em conjunto com o MP-BA e a Polícia Civil, identificaram que o grupo não apenas sonegava ICMS, mas também ocultava bens e valores utilizando familiares e “laranjas” em suas atividades, levantando indícios de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Uma determinação judicial resultou no bloqueio dos bens das pessoas físicas e jurídicas envolvidas nesse esquema fraudulento, visando assegurar a recuperação dos valores sonegados.

Dentre as práticas ilícitas adotadas pelo grupo, destaca-se a não quitação do ICMS declarado mensalmente, contribuindo para o acúmulo de dívidas tributárias, bem como o uso de “laranjas” e mudanças de endereço fiscal simuladas para evitar o pagamento de impostos devidos, dificultando a fiscalização e a recuperação dos tributos devidos.

A Força-tarefa de Combate à Sonegação Fiscal na Bahia ressaltou que esse tipo de crime prejudica significativamente a coletividade, uma vez que o imposto sonegado é repassado aos consumidores, declarado pelas empresas e não destinado aos cofres públicos, acarretando em prejuízos para a viabilidade das políticas públicas e serviços essenciais à população.

A operação contou com a participação de diversas autoridades, como promotores de Justiça, delegados de polícia, policiais, servidores do fisco estadual e do MP-BA, que se uniram para combater atos ilícitos que impactam diretamente a economia e a sociedade do estado.

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DE e construtora se comprometem a proteger trabalhadores chineses resgatados em condição análoga à escravidão em Camaçari

Após audiência conjunta virtual, a DE e a construtora terceirizada JimJiang Open Engineering se comprometeram a colaborar com a proteção dos 163 chineses resgatados de trabalho análogo à escravidão na obra de construção da montadora chinesa, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA).

O DE entrou em contato com a BYD para pedir um posicionamento, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Na ocasião, foi definido que os trabalhadores seguirão hospedados em hotéis até que sejam finalizadas as negociações para a rescisão dos contratos de trabalho.

Apesar de questionar a avaliação das autoridades do Estado brasileiro, que a partir de um amplo conjunto de provas colhido durante semanas de fiscalização conjunta configurou a situação vivida pelos 163 trabalhadores entrevistados como vítimas do tráfico internacional para fins de exploração laboral em condição análoga à escravidão, as empresas se comprometeram a colaborar com a proteção dos resgatados.

O MPF solicitou o compartilhamento das provas colhidas para que sejam adotadas as medidas na esfera penal. As duas empresas também se comprometeram a apresentar ao MPT até o fim do dia todos os documentos relativos aos 163 resgatados e as informações detalhadas de onde estão alojados.

A DPU está em entendimento com a Receita Federal para que as empresas encaminhem os trabalhadores resgatados para emissão de CPF. Só com este documento será possível fazer os pagamentos no Brasil dos valores relativos à rescisão dos contratos e às indenizações. A JimJiang deverá conduzir os empregados resgatados à Polícia Federal para obtenção do Registro Nacional Migratório (RNM) e posteriormente à Receita para emissão dos CPFs. Também ficou definida a garantia de compra pela contratante das passagens e custeio de até 120 dólares americanos como ajuda de custo para a viagem de volta à China de sete empregados que têm retorno previsto dia 1º de janeiro.

Segundo o MPT-BA, uma nova audiência foi agendada para o dia 7 de janeiro, para que seja apresentada uma proposta de termo de ajuste de conduta, para avaliação das empresas investigadas pela submissão de trabalhadores a condição análoga à escravidão.

Além das empresas, participaram da audiência os representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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