Ex-policial civil Natalino Guimarães é preso por envolvimento em grilagem de terras no Rio de Janeiro: saiba mais!

Natalino Guimarães, ex-policial civil e irmão do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, foi preso em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, sob suspeita de envolvimento em grilagem de terras. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital. Natalino é acusado de participar de uma organização criminosa que praticava invasão de terras, crimes ambientais e loteamento irregular em Búzios, na Região dos Lagos. Além dele, outros cinco alvos da operação Nova Grilagem já estão detidos.

A ação envolvendo a Polícia Civil e o Ministério Público visa cumprir sete mandados de prisão preventiva e realizar 12 buscas e apreensões contra membros da organização criminosa responsável pela prática de grilagem. Os mandados expedidos pela Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital estão sendo cumpridos em diversos endereços em Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras e na capital.

Desde junho de 2022, autoridades receberam denúncias sobre invasões de terras por grupos armados na região da Estrada da Fazendinha, em Búzios. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o grupo criminoso estaria ativo desde 2020, utilizando métodos violentos e fraudulentos para ocupar e comercializar terrenos. Os grileiros Esmeraldo da Conceição e Silvan Escapini estariam à frente das invasões, desmatando áreas protegidas e vendendo os terrenos através de imobiliárias como a Great Empire Administradora de Bens Ltda e a ÔmegaVille, localizada em Campo Grande.

Natalino Guimarães, ex-deputado estadual, é apontado como um dos fundadores da milícia Liga da Justiça, que posteriormente passou a se chamar Bonde do Zinho. O grupo atua na Zona Oeste do Rio e é conhecido por sua ligação com o crime organizado. Seu irmão Jerominho, também ligado à milícia, foi morto em agosto de 2022 após planejar reassumir a liderança do grupo. A Liga da Justiça foi criada nos anos 1990 e tinha como símbolo um morcego, utilizado para marcar territórios controlados pela milícia.

Com a prisão de Natalino Guimarães e de outros membros da organização criminosa responsável pela grilagem de terras, as autoridades esperam desarticular as atividades ilícitas e combater a invasão de terras, crimes ambientais e loteamentos irregulares na Região dos Lagos. A investigação continua em andamento para identificar e punir todos os envolvidos no esquema criminoso. A prisão de Natalino representa um passo importante na luta contra a criminalidade e a corrupção no estado do Rio de Janeiro.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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