Radialista é indicado por racismo após enviar áudios ofendendo colega de trabalho com comentários sobre peso e raça; ouça
Segundo vítima, que é negra, mesmo com a investigação, Breno Berlutinny segue com ataques em grupos de mensagem: ‘Não tem medo de nada’. Radialista alega perseguição.
De acordo com a vítima, radialista continua com ofensas em grupos de mensagens da cidade, Goiás — Foto: Arquivo pessoal
De acordo com a vítima, radialista continua com ofensas em grupos de mensagens da cidade, Goiás — Foto: Arquivo pessoal
O radialista de 36 anos que era investigado por enviar áudios em grupos de mensagens ofendendo uma colega de trabalho de uma rádio de Formosa, no Entorno de Brasília, foi indiciado por racismo. O inquérito conduzido pelo delegado José Antônio foi concluído e Breno Marcelino Ferreira passou a responder por crimes de racismo, difamação e stalking.
Ao DE, Breno Berlutinny, como é conhecido na cidade, respondeu que é “perseguido por aqueles que historicamente sempre menosprezaram os filhos da periferia” (veja nota na íntegra ao final do texto).
Sobre o indiciamento do radialista, Clícia Balbino diz que Breno continua “fazendo chacotas, mandando prints de macacos nos grupos”. “Ele parece que não tem medo de nada, não está nem aí para nada. E eu quero que a Justiça seja feita”, cobrou a radialista.
Anteriormente, Clícia Balbino já havia conseguido na Justiça medidas cautelares. A decisão foi do juiz Francisco Gonçalves Saboia Neto. Na ocasião, José Antônio tinha solicitado a prisão preventiva do radialista, o que foi negado. Confira as medidas cautelares impostas ao radialista: Comparecimento mensal ao Juízo: O investigado deve se apresentar entre os dias 1º e 10 de cada mês para justificar suas atividades. Proibição de contato: Está proibido de se comunicar, de forma direta ou indireta, com Clícia Balbino de Sousa e as testemunhas do caso. Restrição de publicações: Está vedado de publicar ou mencionar, em redes sociais ou em qualquer outro meio de comunicação, qualquer conteúdo que faça referência, direta ou indireta, à vítima, mesmo sem citar seu nome.
INVESTIGAÇÃO
Segundo o delegado José Antônio, da 11ª Delegacia Regional de Polícia de Formosa, Breno usou um grupo de WhatsApp para expor a vida pessoal da colega. De acordo com as investigações, o radialista enviou mensagens ofensivas para grupos com centenas de participantes. Entre os ataques, Breno teria afirmado que a mãe da vítima era “prostituta, surubenta e mercenária”. Além disso, direcionou ofensas diretamente à vítima, chamando-a de “lixo”, “vendida” e “maconheira”. O investigado, conforme relato do delegado, teria feito comentários racistas ao referir-se à vítima como “babuína” com intenção de compará-la a um macaco, e enviou imagens de macacos aos grupos para provocá-la.
A vítima relatou que os ataques causaram sérios problemas psicológicos, o que inclui crises de pânico. O procedimento investigativo foi encaminhado à Justiça para análise.
Íntegra da nota do radialista Eu, Breno Berlutinny, negro, filho de pais paupérrimos, pai de família, jornalista, locutor, apresentador e radialista, há anos em Formosa-Go combatendo a desigualdade social e denunciando os crimes de colarinho branco e os desmandos dos gestores do município, hoje, me vejo perseguido por aqueles que historicamente sempre menosprezaram os filhos da periferia. Vale frisar que, sou negro filhos de pais negros e pai de filhos negros. As denúncias a mim imputadas de: racismo, injúria racial, etc não passam de postagens retiradas de contexto, o qual serão provadas por meio judicial.
É lamentável ver, membros da imprensa local usarem de estratégias escusas para achincalhar outro colega de imprensa que por várias vezes tem sofrido perseguições por lutar pelos direitos dos menos favorecidos. Continuo acreditando na justiça divina e na justiça dos homens! Historicamente nunca foi fácil para pobres, periféricos e negros. Continuarei na luta. “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons.” Martin Luther King.