Denúncia de envenenamento de cachorros no Planalto Paulista, São Paulo: SSP investiga caso de salsichas com chumbinho.

Donos de cachorros do Planalto Paulista, em São Paulo, estão denunciando uma tentativa de envenenamento com chumbinho no bairro. Moradores de uma vila de casas na região encontraram salsichas com o veneno nos quintais e telhados das residências. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) está investigando o caso.

Alguns donos de cachorros que vivem no bairro Planalto Paulista, na Zona Sul de São Paulo, estão preocupados com a segurança dos animais após encontrarem pedaços de salsichas recheadas com chumbinho em quintais das casas de uma vila da região. Débora Goldzveig, tutora do cachorro Kive, percebeu a situação quando o seu animal pegou um dos pedaços de salsichas com o produto, que é ilegal e irregularmente utilizado como veneno para ratos.

A suspeita dos moradores é de que os alimentos envenenados foram lançados de algum andar do condomínio vizinho à vila de casas. “Foi desesperador, fomos correndo para o veterinário. Ele foi medicado na hora com urgência”, contou Felipe Kirsneris, personal trainer e o outro tutor do Kive. O caso da Sara, cachorrinha da Beatriz Mesquita Gomes, foi ainda mais grave, pois a tutora tirou a salsicha de dentro da boca do animal.

Os moradores estão mobilizados e fizeram faixas, cartazes e exigem respostas. A TV Globo tentou contato com o síndico e a administradora do condomínio, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que está investigando o caso e que todas as ocorrências relacionadas a maus tratos de animais devem ser comunicadas à polícia, podendo resultar em pena de dois a cinco anos de prisão, além do pagamento de multa.

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Queimadas em SP: 39 indiciados e 107 inquéritos abertos em 2024

Queimadas que assolaram estado de SP resultaram em 39 indiciados e 107 inquéritos instaurados

Preso em Batatais em agosto, Alessandro Arantes se tornou réu e responde na Justiça pelo crime de incêndio. Especialista explica por que é tão difícil punir culpados.

Quatro meses após um dos momentos mais críticos de 2024, quando a região de Ribeirão Preto (SP) e boa parte do estado de São Paulo foram assoladas pelas queimadas, 107 inquéritos policiais foram instaurados, resultando na identificação e no indiciamento de 39 pessoas.

As informações foram confirmadas ao De pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Desde agosto, quando os incêndios devastaram as paisagens de mais de 100 cidades do interior, 19 pessoas foram presas em flagrante e 11 tiveram as prisões preventivas decretadas.

Um dos primeiros presos no caso que investigava os verdadeiros culpados por colocar o estado em chamas, Alessandro Arantes, preso no dia 25 de agosto, se tornou réu após ser denunciado pelo Ministério Público pelo crime de incêndio.

O processo tramita na Vara Criminal de Batatais (SP) e está em fase de instrução probatória, que é quando acusação e defesa apresentam provas, testemunhas e evidências.

O De também perguntou ao MP sobre a situação de Moisés de Faria Borges, preso em Franca (SP) no dia 28 de agosto, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Segundo a SSP, as investigações seguem em andamento para que a Polícia Civil possa esclarecer todos os casos.

Ao De, o Ministério Público informou que a principal dificuldade é impedir que as pessoas ateiem fogo, uma vez que 99,99% dos focos são causados pelo homem.

As penas podem variar de seis meses a seis anos de prisão, dependendo da gravidade do crime.

Em entrevista ao De, o advogado Daniel Pacheco, professor de direito da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, explicou que crimes de incêndio não chegam a ser julgados, mas isso não quer dizer que o culpado fique sem punição.

Para Daniel Pacheco, o grande problema envolvendo crimes ambientais, mais especificamente de incêndios, é a falta de provas. É isto que acaba gerando a sensação de impunidade.

Por conta do fogo que atingiu a região, o governo de São Paulo chegou a decretar situação de emergência em 45 cidades. O estado bateu recorde nacional, com mais de 2,3 mil focos de incêndio, no dia 23 de agosto. Mais 305 incidentes foram registrados no dia seguinte, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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