Indígenas Guarani-Mbya resgatados em situação de escravidão em SC receberão mais de R$ 56 mil em indenizações

Sete indígenas foram resgatados em situação análoga à escravidão em DE. Os trabalhadores indígenas resgatados pertencem à etnia Guarani-Mbya e estão programados para receber mais de R$ 56 mil em indenizações.

Uma operação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego resgatou, na última sexta-feira (6/12), sete trabalhadores indígenas que estavam em condições semelhantes à escravidão em uma fazenda produtora de mandioca. A propriedade está localizada na zona rural de Itapiringa, Santa Catarina.

Segundo auditores-fiscais, os trabalhadores indígenas resgatados pertencem à etnia Guarani-Mbya. Nenhum dos indivíduos resgatados possuía carteira assinada ou vínculo formal com a empresa, que também não realizava o pagamento de encargos trabalhistas, previdenciários ou fiscais, caracterizando uma séria violação dos direitos trabalhistas.

Os trabalhadores indígenas estavam alojados em barracos de lona e madeira, com piso de terra batida, sem portas ou janelas, e sem condições adequadas de higiene, segurança e conforto. Além disso, não havia fornecimento de água potável nem banheiro no local.

“Foi constatado que o ambiente precário também afetava as crianças pequenas, filhas de uma das trabalhadoras resgatadas. Do total de resgatados, dois eram menores de 18 anos. As irregularidades resultaram na emissão de aproximadamente 30 autos de infração”, destaca o MTE em nota.

A auditoria-fiscal do trabalho notificou o empregador para interromper imediatamente as atividades que submetiam os trabalhadores a condições semelhantes à escravidão. O empregador foi orientado a regularizar a situação dos contratos de trabalho, rescindi-los e pagar os valores rescisórios, totalizando R$ 56.899,56.

Além disso, os fiscais providenciaram a emissão e entrega das Guias de Seguro-Desemprego, garantindo a cada um dos trabalhadores resgatados o direito de receber três parcelas de um salário mínimo (R$ 1.412,00) cada.

A Funai tem um prazo de 180 dias para promover a qualificação da pretensão territorial dos indígenas, seja por meio da identificação e delimitação do território tradicional ou pela aquisição de terras para a criação de uma reserva indígena. A unidade de Polícia de Imigração da Polícia Federal de Dionísio Cerqueira deve concluir, em até 90 dias, o procedimento de regularização da documentação dos trabalhadores indígenas resgatados.

O MTE recomendou à Prefeitura de Itapiranga que providencie um espaço provisório adequado para a acomodação dos indígenas em até 30 dias. A ação foi realizada por meio do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), do Ministério do Trabalho e Emprego em colaboração do Ministério Público Federal (MPF), da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF).

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Natal de detentas: refeição especial e amor no presídio do Entorno

Ceia atrás das grades: o Natal de detentas em um presídio do Entorno

Associação ofereceu 130 refeições para mulheres em situação de cárcere na Unidade Prisional Feminina de Luziânia

Intensificar ações que beneficiem quem mais precisa torna-se ainda mais importante nesta época do ano em que se celebra o nascimento de Jesus Cristo, com valores de solidariedade, amor, paz, fé e esperança. Para marcar o período e sobretudo a vida de mulheres privadas de liberdade, a Organização da Sociedade Civil (OSC) Ame Mulheres Esquecidas (A.M.E) proporcionou uma celebração natalina na Unidade Prisional Regional (UPR) Feminina de Luziânia – 3ª CRP, no DE.

Almoço especial, louvores, adoração, donuts natalino, brinde com guaraná, além de muita emoção, dignidade e acolhimento, marcaram a confraternização de 62 mulheres presas, dentre elas três grávidas, que não tiveram a oportunidade de cear com suas famílias na noite de Natal.

As celas, com grades trancadas por cadeados e camas fixas de concreto, deram espaço a duas grandes mesas postas, com direito à toalha vermelha, no pátio de banho de sol, com enfeites natalinos e uma deliciosa lasanha servida com arroz. O chef de cozinha do DF Marcelo Petrarca, doou 130 refeições e a empresária e chef da Monkey Donuts, Gabrielle Moura, voluntária do grupo, ofereceu 160 sobremesas.

O DE participou da ação e pôde constatar o impacto do trabalho para o bem-estar das mulheres encarceradas. Sob o comando das policiais penais, cada presa se sentou à mesa e recebeu o carinho das voluntárias da OSC.

Shaila classificou como gratificante o momento vivenciado na unidade prisional. “Muitas delas nunca se sentaram à mesa. Elas não têm mesas disponíveis para as refeições no dia a dia. Este momento significa muito e demonstra que elas são dignas de cear e se sentar na mesa de Deus”, destacou.

Por meio de ações que valorizam a dignidade humana, a A.M.E oferece, durante todo o ano, não apenas palavras de esperança, mas também iniciativas práticas, como cursos de capacitação, que abrem portas para um futuro diferente.

“O propósito da ação de Natal no presídio é promover a dignidade da pessoa humana, reafirmando que todos merecem respeito e cuidado, mesmo em contextos de privação de liberdade. Buscamos contribuir para a ressocialização, levando mensagens de esperança e reconciliação, enquanto pregamos o evangelho que restaura e transforma vidas”, enfatizou a fundadora da A.M.E, Shaila Manzoni.

Assista imagens da celebração:

Shaila conta que o sonho dela é fazer com que a A.M.E alcance todos os presídios femininos do Brasil, para que o país seja reconhecido como um dos mais seguros para se viver e com o menor índice de reincidência do mundo.

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