“Derrite, Derrite, Derrite” (por Mirian Guaraciaba)
Tarcísio estimula a violência
Para honrar Guilherme Derrite, nome bradado na madrugada da Baixada Santista, é
preciso matar. “Policial bom tem que ter pelo menos três homicídios no
currículo”.
“Foi horrível, eles chegaram loucos. A polícia entrou na comunidade gritando
De, De, De, entendeu? Invadindo, dando tiro, jogando bomba. Pude
ver o povo correndo na comunidade, os prédios sendo invadidos. Não consegui
dormir de noite, a violência permanece”, contou uma testemunha ao Portal Alma
Preta.
Bradando, portando fuzis, invadindo casas, ameaçando. Na casa de dona Rosemeire,
executaram seu filho Vinicius Fidelis de Brito, 24 anos, em São Vicente, São
Paulo. Procuraram armas e nada encontraram. Sua mãe foi impedida de entrar e
ouviu do lado de fora os tiros que mataram seu filho.
Eram quatro viaturas, 10 policiais. “Cada vez que gritavam o nome de De,
arrepiava a alma”. Por medo da polícia, que devia protegê-los, moradores se
esconderam, idosos, crianças, pessoas com deficiência. “Antes de deixarem o
local, jogaram bombas de efeito moral e spray de pimenta contra a população”.
Essa é a polícia de Tarcísio de Freitas, que não está “nem aí” para qualquer
denúncia contra truculência da PM paulista. Polícia agindo como bandido. A frase
do governador de São Paulo continua ecoando. São muitos casos em que,
covardemente, militares agem e reagem com extrema violência contra a população
paulista.
Tarcísio estimula a violência. “Quem é contra o uso de câmeras corporais defende
o uso da violência pela polícia”, diz o ex-secretário de Segurança Pública de
Mario Covas, Marco Petrelluzzi. Esses dias, o governador voltou atrás diante da
repercussão negativa de sucessivos casos de violência extrema. Ontem, por quatro
horas, reuniu-se com o alto comando da PM, para tratar das câmeras corporais. Na
presença do nefasto Guilherme De, Secretário de Segurança de SP, passado
nebuloso, capitão indicado por Bolsonaro, que manda em coronéis na PM de São
Paulo
No ultimo fim-de-semana, dezenas de faixas foram espalhadas por São Paulo,
algumas nas imediações do Palácio dos Bandeirantes. “Tarcísio e De matam a
população negra”.
Sem Lula, não dá
Transparência sobre estado de saúde de Lula é vital para a democracia.
Protagonista político das últimas décadas no Brasil – e no mundo, Lula faz muita
falta. Ainda que por poucos dias, tempo de UTI. O Presidente da República sabe,
como ninguém, trilhar o caminho pedregoso da política. Sem ele, é como se
ficássemos sem prumo. Lula não tem substituto à altura. Com o Congresso
movediço, sempre pronto a crocodilagem e a gastar dinheiro público no escurinho
do cinema, Lula faz ainda mais falta. A política perde. O Brasil perde.
Saúde, Lula.
Mirian Guaraciaba é jornalista