O ex-deputado Natalino José Guimarães foi transferido para o presídio Laércio da Costa Pelegrino, Bangu 1, na Zona Oeste do Rio, depois de ser preso em uma operação do Ministério Público contra grilagem em Búzios, na Região dos Lagos. Natalino, que já havia cumprido pena por porte ilegal de armas e formação de quadrilha em 2008, foi apontado como um dos chefes de uma milícia atuante na Zona Oeste do Rio. Em 2009, ele foi condenado, juntamente com seu irmão Jerônimo Guimarães, o Jerominho, por integrar a milícia conhecida como Liga da Justiça e permaneceu 10 anos preso em um presídio federal.
A operação que resultou na prisão de Natalino contou com 6 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão em vários endereços de Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras e na capital fluminense. A investigação teve início a partir de denúncias de invasões de terras por grupos armados em terrenos na região da Estrada da Fazendinha. Segundo o Ministério Público, o grupo estaria ativo desde 2020, utilizando métodos violentos e fraudulentos para ocupar e negociar terrenos na região, intimidando moradores e proprietários, desmatando áreas protegidas e promovendo queimadas.
Natalino, ao ser levado para prestar depoimento na Cidade da Polícia, negou veementemente as acusações, afirmando sua inocência e declarando que os fatos não eram verdadeiros. Ele destacou seu desejo de viver ao lado da família e a intenção de procurar a Justiça para provar sua inocência, ressaltando que não tinha envolvimento com os crimes dos quais era acusado. O ex-deputado também refutou a existência de qualquer empresa em Campo Grande relacionada a ele.
O irmão de Natalino, Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, faleceu em 2022 após ser baleado na Estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande. Jerominho, apontado como um dos fundadores da milícia Liga da Justiça, havia sido vereador do Rio de Janeiro pelo PMDB entre 2000 e 2008. Preso um ano antes do término de seu segundo mandato na Câmara Municipal do Rio, ele permaneceu em penitenciárias federais por 11 anos. Em 1998, Jerominho tentou uma vaga como deputado estadual, mas não obteve sucesso nas eleições. A trajetória polêmica dos irmãos Natalino e Jerominho envolveu acusações de participação em milícias e crimes relacionados à ocupação irregular de terras, gerando repercussão nos meios políticos e jurídicos do Rio de Janeiro.