Natalino José Guimarães transferido para Bangu 1 após operação do MP contra grilagem em Búzios: irmão Jerominho falece em 2022

O ex-deputado Natalino José Guimarães foi transferido para o presídio Laércio da Costa Pelegrino, Bangu 1, na Zona Oeste do Rio, depois de ser preso em uma operação do Ministério Público contra grilagem em Búzios, na Região dos Lagos. Natalino, que já havia cumprido pena por porte ilegal de armas e formação de quadrilha em 2008, foi apontado como um dos chefes de uma milícia atuante na Zona Oeste do Rio. Em 2009, ele foi condenado, juntamente com seu irmão Jerônimo Guimarães, o Jerominho, por integrar a milícia conhecida como Liga da Justiça e permaneceu 10 anos preso em um presídio federal.

A operação que resultou na prisão de Natalino contou com 6 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão em vários endereços de Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras e na capital fluminense. A investigação teve início a partir de denúncias de invasões de terras por grupos armados em terrenos na região da Estrada da Fazendinha. Segundo o Ministério Público, o grupo estaria ativo desde 2020, utilizando métodos violentos e fraudulentos para ocupar e negociar terrenos na região, intimidando moradores e proprietários, desmatando áreas protegidas e promovendo queimadas.

Natalino, ao ser levado para prestar depoimento na Cidade da Polícia, negou veementemente as acusações, afirmando sua inocência e declarando que os fatos não eram verdadeiros. Ele destacou seu desejo de viver ao lado da família e a intenção de procurar a Justiça para provar sua inocência, ressaltando que não tinha envolvimento com os crimes dos quais era acusado. O ex-deputado também refutou a existência de qualquer empresa em Campo Grande relacionada a ele.

O irmão de Natalino, Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, faleceu em 2022 após ser baleado na Estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande. Jerominho, apontado como um dos fundadores da milícia Liga da Justiça, havia sido vereador do Rio de Janeiro pelo PMDB entre 2000 e 2008. Preso um ano antes do término de seu segundo mandato na Câmara Municipal do Rio, ele permaneceu em penitenciárias federais por 11 anos. Em 1998, Jerominho tentou uma vaga como deputado estadual, mas não obteve sucesso nas eleições. A trajetória polêmica dos irmãos Natalino e Jerominho envolveu acusações de participação em milícias e crimes relacionados à ocupação irregular de terras, gerando repercussão nos meios políticos e jurídicos do Rio de Janeiro.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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