O governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado (União), negou à Justiça ter feito campanha para o prefeito de Goiânia eleito, Sandro Mabel (União), no Palácio das Esmeraldas, na capital do estado. De acordo com a Justiça, Caiado afirmou que os eventos realizados no local foram “reuniões institucionais, realizadas a portas fechadas”. Segundo o documento ao qual o DE teve acesso, o investigado solicitou a improcedência dos pedidos, alegando que as reuniões não tinham a presença da imprensa nem pedido de votos.
Uma decisão da Justiça Eleitoral de Goiás condenou, nesta quarta-feira (11), o governador Ronaldo Caiado (União) por abuso de poder político e cassou o registro do prefeito eleito Sandro Mabel (União). A sentença foi emitida em primeira instância e cabe recurso. Em nota, a defesa de Sandro Mabel informou que recebeu o documento com surpresa, disse que vai entrar com recurso e reafirmou que “não houve qualquer irregularidade na conduta apontada”. A decisão da Justiça não terá execução imediata, o que permite a diplomação do prefeito eleito e sua vice no dia 19 de dezembro.
A vice de Mabel, Cláudia Lira (Avante), também foi condenada. A Justiça determinou que ambos os membros do União Brasil fiquem inelegíveis por 8 anos. A inelegibilidade de Caiado e Mabel foi solicitada pelo Ministério Público Eleitoral após uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ter sido protocolada pela chapa do candidato adversário a prefeito de Goiânia. Eles foram investigados por abuso de poder político, utilizando o Palácio das Esmeraldas em eventos de apoio à candidatura de Mabel logo após o primeiro turno das eleições municipais.
Ao DE, a advogada eleitoral Marina Morais explicou que a decisão não impede que Mabel tome posse do cargo de prefeito, pois a defesa poderá recorrer, suspendendo a decisão até o final do processo. Já quanto à gestão de Ronaldo Caiado, a advogada esclareceu que, como não se trata de uma cassação, mas de inelegibilidade, isso não interfere em sua gestão atual. Ronaldo Caiado poderá permanecer no cargo normalmente enquanto não tiver uma suspensão dos direitos políticos.
A decisão da Justiça determinou que os eventos realizados com lideranças políticas após o primeiro turno da eleição favoreceram Mabel, conforme a sentença. Além da pena de inelegibilidade de 8 anos, Caiado, Mabel e Cláudia Lira foram condenados ao pagamento de multas. Em resumo, a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) levantou acusações de abuso de poder político e descumprimento da Lei das Eleições contra os envolvidos, resultando na condenação e nas penalidades aplicadas.