Flávio Bolsonaro defende Caiado de punição que foi pedida pelo PL
Justiça Eleitoral de Goiânia determinou a inelegibilidade do governador Ronaldo
Caiado e a cassação da chapa de Sandro Mabel, ambos do União
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
se solidarizou com o
governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e com o prefeito eleito de
Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), que tiveram a inelegibilidade e a cassação
da chapada, respectivamente, determinadas pela 1ª Zona Eleitoral de Goiânia.
“Minha solidariedade a Caiado e Mabel por essa decisão totalmente absurda e
desproporcional. Não há meio termo, ou absolve ou é pena de morte política! É o
‘direito penal do inimigo’ a todo vapor no Brasil!”, escreveu o senador e filho
do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar da demonstração de apoio público, o pedido de inelegibilidade de Caiado e
de cassação da chapa de Sandro Mabel foi solicitada pelo partido de Flávio
Bolsonaro, o PL, que alegou abuso de poder político, pelo uso do Palácio das
Esmeraldas, sede do governo de Goiás, em eventos de apoio à campanha do prefeito
eleito.
A decisão foi da juíza da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia Maria Umbelina Zorzetti
em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), como noticiou o
DE na coluna de Paulo Cappelli.
“Não se espera de um político da sua envergadura tamanho descaso com a
legislação eleitoral, inclusive porque está assessorado por advogados com larga
experiência em matéria eleitoral. Restou demonstrado que o investigado usou de
seu poder de Governador do Estado e, em franco desvio de finalidade, organizou
os eventos eleitoreiros, convocou seus convidados, subiu na tribuna e fez
campanha eleitoral dentro de um prédio que pertence ao Estado de Goiás”,
argumentou a juíza.
Em resposta a publicação do senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal e
correligionário dele Gustavo Gayer (PL-GO) rebateu as declarações e acusou Caiado de
apoiar uma operação da Polícia Federal (PF) na casa do político goiano por suposto desvio de verbas parlamentares.
> “Caiado cometeu vários crimes eleitorais Flávio. Entre eles pediu pro Moraes
> fazer uma busca e apreensão na minha casa dois dias antes da eleição”, escreveu Gayer.
Em outubro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
autorizou a operação da PF para investigar o desvio de verbas públicas para
financiar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
ATRITOS ENTRE CAIADO E BOLSONARO
O segundo turno das eleições municipais em Goiânia foi marcado por uma disputa
entre o União Brasil, de Caiado, e o PL, de Jair DE. Inclusive, houve ataques
diretos do ex-presidente ao governador goiano.
Mabel derrotou Fred Rodrigues (PL) ao conquistar 55,53% dos votos válidos.
A corrida eleitoral na capital de Goiás demonstrou um racha na direita
brasileira, visto que Caiado é cotado como um dos nomes para disputar a eleição
presidencial de 2026, por causa da inelegibilidade de Bolsonaro.
O ex-presidente chegou a chamar o governador de Goiás de “covarde”
em alusão às medidas de restrição determinadas durante a pandemia da Covid-19.
“Nós, na pandemia, fizemos o que tinha de ser feito. Fui contra governadores que
falavam: ‘Fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde.
Governador covarde”, discursou Bolsonaro.
Em resposta, Caiado declarou que o ex-presidente foi “deselegante” e
“desrespeitoso” com as declarações.
“Não sou homem de fechar a porta para ninguém. O Bolsonaro foi extremamente
deselegante, até desrespeitoso, mas acho que, com a idade, e eu tenho uns anos a
mais, vou poder transmitir a ele como é comandar um processo, como é respeitar
as lideranças de cada um dos estados”, afirmou Caiado.
Durante a pandemia de Covid-19, Caiado e Bolsonaro tiveram embates públicos em
decorrência das medidas de restrição para evitar a propagação da doença. O
ex-presidente defendeu a manutenção dos estabelecidas abertos, enquanto
determinou a restrição da circulação da população em lugares públicos.