O gabinete do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi alvo de uma operação policial nesta quarta-feira, conforme informou a Reuters, baseada na agência de notícias sul-coreana Yonhap. Yoon Suk Yeol está sendo investigado criminalmente por insurreição devido à imposição de uma lei marcial que restringiu direitos civis por cerca de seis horas.
O presidente Yoon Suk Yeol não foi preso ou interrogado pelas autoridades, mas pediu desculpas e justificou a medida por desespero. Além disso, os dois mais altos oficiais da polícia da Coreia do Sul foram detidos para investigação sobre seus papéis na execução do decreto de lei marcial. O Comissário Geral da Agência Nacional de Polícia, Cho Ji Ho, e Kim Bong-sik, chefe da agência policial metropolitana de Seul, estão sendo mantidos na estação de polícia de Namdaemun, na capital.
Eles estão sendo investigados por seus papéis no envio de forças policiais para a Assembleia Nacional, numa tentativa de impedir que os parlamentares entrassem no parlamento para votar pela revogação do decreto de lei marcial de Yoon, anunciado de forma repentina na noite de 3 de dezembro. A Assembleia também foi cercada por tropas fortemente armadas, sob ordens do ex-ministro da Defesa, Kim Yong-yun, que está preso.
Kim Yong-yun tentou tirar a própria vida no centro de detenção, mas não conseguiu e está em condições estáveis. Parlamentares conseguiram entrar no parlamento e rejeitaram unanimemente o decreto de Yoon, forçando o gabinete a revogá-lo antes do amanhecer de 4 de dezembro.
A tentativa de Yoon de ampliar seus poderes paralisou a política da Coreia do Sul, congelou a política externa e abalou os mercados financeiros, reduzindo drasticamente suas chances de concluir o mandato de cinco anos. Nesta quarta-feira, o Partido Democrático, principal sigla de oposição liberal, submeteu uma nova moção de impeachment contra Yoon.
No sábado (7), a primeira tentativa de impeachment falhou após o partido governista boicotar a votação. O Partido Democrático afirmou que pretende colocar a nova moção em votação no sábado (14). Após a falha da moção de impeachment na semana passada, o líder do partido conservador de Yoon prometeu organizar sua saída estável do poder, dizendo que Yoon seria afastado de suas funções durante a transição para uma eleição antecipada.
No entanto, os planos foram apontados como irrealistas e inconstitucionais. A constituição afirma explicitamente que o impeachment é o único método para suspender os poderes presidenciais e que a autoridade para comandar o exército reside exclusivamente no presidente. O Ministério da Justiça proibiu Yoon e oito pessoas de saírem do país, considerando-os suspeitos no caso da lei marcial. É a primeira vez que um presidente em exercício na Coreia do Sul é alvo de uma proibição de viajar.
Os procuradores têm até 20 dias para decidir se acusam Yoon ou não. A condenação por rebelião implica uma pena máxima de morte.