Mortes decorrentes de intervenção policial triplicam na Baixada Santista e Vale do Ribeira: ‘Alarmante’, diz ouvidor da PM
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, Cláudio Aparecido da Silva disse que a região sob atuação do Deinter-6 é onde mais morrem pessoas no estado de São Paulo.
Ouvidor considera alarmante o número de mortes em decorrência das ações policiais
As mortes decorrentes de intervenção policial triplicaram na área de atuação do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior – Deinter 6 na Baixada Santista e Vale do Ribeira. A informação foi dada pelo ouvidor da Polícia Militar Cláudio Aparecido da Silva à TV Tribuna, afiliada da Globo, que disse que é a região onde mais morrem pessoas no estado.
“É um dado alarmante”. Segundo o ouvidor, em 2022 foram 42 mortes e, neste ano, até o mês de outubro, foram 129.
Aparecido da Silva afirmou que tem acompanhado com cuidado e preocupação o avanço do número de mortes decorrentes de intervenção policial na região.
De acordo com ele, a determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, sobre a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais por policiais militares durante operações “é um alívio”.
No entanto, a ouvidoria avalia que outras medidas também devem ser tomadas. “Para que a gente possa mitigar esse alto índice de mortalidade praticada pela polícia, especialmente na região da Baixada Santista, que hoje é a região onde mais morrem pessoas no estado de São Paulo”.
‘POLÍCIA MAIS TRUCULENTA’
Para o ouvidor, esse aumento de casos envolvendo policiais militares no estado de São Paulo está relacionado à falta de preparo desses profissionais, ao racismo, desigualdade social e também ao adoecimento mental dos agentes.
Ele disse que há uma questão grave, que é a ‘cadeia de comando’. “Nós temos uma gestão que defende uma polícia mais firme, mais truculenta, que atue com mais força. Essa questão, na minha opinião, é a grande responsável pelo alto índice de mortalidade da polícia do estado neste momento”.
Cláudio afirmou que o estado vive uma crise sem precedentes na história da segurança pública e mencionou a morte do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, durante uma ação policial em Santos.
Ele afirmou que a ouvidoria da polícia registrou um aumento de 40% das denúncias de violações praticadas por policiais. “Tem uma questão de comando que precisa ser corrigida o quanto antes para que a gente volte a ter a polícia que a gente deseja”.
“A ouvidoria tem dado todo apoio às famílias, às vítimas, assim como também nós damos todos os policiais que nos procuram para também denunciar a arbitrariedade cometida no interior das tropas”, complementou.