Vice-prefeito preso em MA por compra de votos ofereceu cargos na prefeitura: ‘coloco duas vagas’ – Operação Cangaço Eleitoral da PF.

O vice-prefeito eleito, preso por compra de votos no MA, foi gravado oferecendo cargos na prefeitura: ‘coloco duas vagas’

Operação Cangaço Eleitoral, da Polícia Federal, investiga como o atual grupo eleito no município teria comprado votos de vários moradores. A cidade teve a disputa eleitoral mais acirrada do país e há eleitores que afirmam ter recebido proposta de até R$ 16 mil.

Em um dos trechos de uma investigação da Polícia Federal, gravado sem que os envolvidos soubessem, os eleitores Adrião Silva Teles e Leonardo Silva Teles detalham as propostas recebidas. Adrião, pedreiro, afirma que recusou uma oferta em dinheiro feita por Ronildo da Farmácia, que foi eleito vice-prefeito.

“Ele me ofereceu R$ 16 mil. Cinco mil reais ele botou logo no meu bolso. Eu tenho testemunha disso aí. Ele disse: ‘Eu vou te dar o restante e deposito onde ela quiser. Mas volte pro meu lado.’ Digo: ‘Não, eu não vou pro teu lado de jeito nenhum’,” revelou Adrião.

Leonardo, por sua vez, contou que a proposta incluía também vagas de emprego para a família, com salários pagos ainda este ano. No áudio gravado antes das eleições, é possível ouvir a voz de Ronildo da Farmácia.

A cidade de Nova Olinda do Maranhão, com pouco mais de 14 mil habitantes, foi o local de uma operação da Polícia Federal (PF) que prendeu três pessoas nesta quinta-feira (12) por suspeita de compra de votos e ameaças contra eleitores.

A operação é um desdobramento de denúncias exibidas pelo programa Fantástico, em outubro, quando eleitores relataram ter recebido materiais como telhas, sacos de cimento e madeira em troca de votos. A eleição municipal de Nova Olinda do MA também foi marcada pela disputa mais apertada do país: Ary Menezes venceu sua principal adversária por apenas dois votos.

A Polícia Federal também cumpriu mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades de São Luís e Cantanhede, para desarticular o suposto esquema criminoso de corrupção e crimes eleitorais.

As investigações identificaram fortes indícios da prática de outros crimes, como intimidação de eleitores, além de extorsão qualificada, desvio de recursos públicos, constituição de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A compra de votos é crime, com pena de até 4 anos de prisão.

De acordo com a PF, a suspeita é de que o grupo criminoso atuava através de aliciamento de eleitores e posterior compra de votos, seguido de atos de ameaça e intimidação com cobrança de valores e apoio político em favor de candidato a prefeito indicado pelo esquema. A utilização de recursos públicos federais para o esquema de compra de votos está sob investigação.

Um caso revelado pelo Fantástico foi do lavrador Danilo Santos, que admitiu ter sido procurado antes da votação e aceitou vender o seu voto. Porém, ao não receber tudo o que foi prometido, mudou de ideia e sofreu ameaças. Outros eleitores também relataram ter sido alvo de ameaças por mudarem de opinião política.

O prefeito eleito e o vice-prefeito ainda não se posicionaram sobre as acusações. A compra e venda de votos compromete a democracia do pleito, como destacado por Ary Menezes em nota anteriormente divulgada. Entretanto, investigações e ações legais estão em curso para apurar as irregularidades eleitorais cometidas em Nova Olinda do Maranhão.

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Operação de busca por desaparecidos é retomada após queda de ponte entre MA e TO; 6 mortos confirmados.

VÍDEO: Primeiros corpos são localizados no Rio Tocantins após início de buscas submersas; nº de mortos sobe para 6

Com os corpos recentemente encontrados, sobe para seis o número de pessoas mortas e 11, de desaparecidas confirmadas. As descobertas aconteceram minutos após o início da operação de buscas submersas no rio, onde a ponte desabou no último domingo (25). Informações dos bombeiros confirmam que o primeiro corpo era de um homem que estava dentro de um caminhão.

Buscas por desaparecidos após queda de ponte entre MA e TO são retomadas; 6 mortes

Mergulhadores localizaram, nesta quarta-feira (25), mais dois corpos de vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Maranhão e Tocantins. Estas são as primeiras vítimas encontradas após o início da operação de mergulho no Rio Tocantins. A ação foi realizada pelo Corpo de Bombeiros dos estados Maranhão, Tocantins e Pará, em ação conjunta com a Marinha do Brasil.

Com os corpos recentemente encontrados, sobe para seis o número de pessoas mortas e 11, de desaparecidas confirmadas. De acordo com informações dos bombeiros maranhenses, o primeiro corpo encontrado é de um homem, que estava dentro de um dos 4 caminhões que caíram no rio durante o desabamento da plataforma

Ainda não há informações sobre o segundo corpo encontrado na operação. A Operação conta com profissionais especializados em resgate subaquático. Ao todo, são 29 mergulhadores envolvidos na operação que tenta localizar as 11 vítimas ainda desaparecidas. A ponte desabou na tarde do último domingo (22). A plataforma fica na BR-226 e liga as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).

Em publicação feita nas redes sociais, o Corpo de Bombeiros do MA relataram que os mergulhadores enfrentam dificuldade na realização dos trabalhos, devidos às características do rio, que dificultam a visibilidade, somado à correnteza forte e à profundidade do local do acidente, que tem cerca de 50 metros e configura alto grau de dificuldade.

De acordo com as últimas informações da ANA, não há, ainda, informação sobre o rompimento efetivo das embalagens dos defensivos agrícolas, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

As buscas pelas vítimas por botes foram retomadas na manhã desta quarta. Onze mergulhadores da Marinha ajudaram na operação. A Marinha informou que está também utiliza um equipamento chamado SideScan Sonar, que identificou a possível localização de um dos caminhões, a aproximadamente 40 metros de profundidade.

Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará. Por volta das 9h, também foi achado o corpo Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas. Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza, de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico. No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas mora em Aguiarnópolis (TO). Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.

O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte. A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226. Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. No sábado (21), um morador postou um vídeo na internet denunciando a situação.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.

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