Mãe de menino baleado na Penha relata que ex buscou filho na creche para atraí-la: caso mergulha o Rio em violência doméstica.

Mãe de menino de 4 anos morto a tiros na Penha diz que ex buscou o filho na creche para atraí-la para o local. Mulher tem uma medida protetiva contra o homem por violência doméstica e injúria. Ela afirma que ele não respeitou a medida e fez chantagem para que ela fosse até a casa. Criança de 4 anos é baleada e morta na Penha.

A mãe do menino Davi Delgado Magno apresentou à polícia uma versão diferente da que foi contada pelo ex para o que aconteceu antes da morte do filho. O menino morreu baleado no Morro da Fé, na Penha, Zona Norte do Rio, na noite desta quinta (12). Inicialmente, o pai, André Rosa Magno, disse que Raquel Gomes Delgado chamou os traficantes da comunidade para resolver uma briga de casal. No entanto, Raquel contou ao DE que tem uma medida protetiva de urgência contra André e tentava se divorciar de forma amigável dele há 1 ano, mas o homem não aceitava.

Em conversas por um aplicativo de mensagens, André enviou prints da conversa com a Delegacia da Mulher onde mostrava que ele tinha sido comunicado da medida protetiva. A decisão da Justiça impedia que ele entrasse em contato com Raquel e intimava que ele saísse do lar de convívio da família. Segundo a mulher, na hora da briga e no momento que a criança foi baleada, André estava armado. Ao deferir a medida protetiva, a Justiça expediu ainda um mandado de busca e apreensão de arma de fogo contra o homem. Ela afirma que o homem buscou a criança na creche e enviou mensagens pedindo que ela fosse para casa e retirasse a queixa contra ele na polícia.

“Você vai acabar com minha vida, você sabe que vou preso. Você vai conseguir o que você queria, me ver preso. Esfria sua cabeça e volta para casa, não faz isso, vai lá e retira [a medida]. Não precisa ser hoje, vai outro dia, esfria sua cabeça, você agiu por impulso, vamos sentar e conversar”, dizem as mensagens do homem, guardadas por Rachel. Logo depois, ele enviou uma foto com o garoto uniformizado. Para a mulher, ele fez isso de forma intencional para atraí-la para casa. Nas mensagens, ele diz: “Você vê o que é melhor para o nosso filho, ficar longe da mãe ou perto da mãe e do pai dele. Não falo mais nada, você está fazendo sua escolha, afastando o filho do pai e da família. Se você quiser vir pra casa as portas estão abertas, independente de qualquer coisa só quero o melhor para gente”.

Cerca de 30 minutos depois, ele envia mais uma mensagem: “Nosso filho está falando para você vir para casa, ouve o áudio”. A VERSÃO DE ANDRÉ. Em depoimento, André Rosa Magno deu outra versão. Ele disse que estava separado há uma semana e que Raquel saiu de casa na noite de quinta, mas voltou para buscar o filho. Ele afirmou que os dois brigaram e que a mulher chamou criminosos para ajudá-la. Já Raquel diz que estava desde segunda, data em que a medida protetiva foi deferida, sem ver o filho.

Segundo André, com medo, ele pegou o filho, colocou no banco traseiro do carro e saiu em disparada, derrubando o portão da garagem. Na fuga, André acabou atropelando um dos criminosos, que atiraram várias vezes contra o veículo, atingindo o menino na cabeça. Ela nega que tenha chamado bandidos e diz que eles ouviram a briga e foram até o local para resolver. Ao ver o filho ferido, o pai dirigiu até o Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha, onde a criança acabou morrendo.

A Polícia Civil foi acionada e periciou o veículo ainda na porta da unidade hospitalar. No início da tarde, agentes fizeram uma perícia no Morro da Fé. André e a mãe do menino foram ouvidos na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que assumiu as investigações do caso. Em 2024, o Instituto Fogo Cruzado registrou 25 crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio: 21 ficaram feridas e 4 morreram. Davi, de 4 anos, foi baleado e morto na Penha.

OUTROS CASOS DE VIOLÊNCIA. Rio de Janeiro registrou casos diários de vítimas da guerra urbana nesta semana. Nesta quinta-feira (12), o Em Pauta, da GloboNews, destacou a rotina de violência no Rio de Janeiro. Somente nesta semana, o Rio registrou casos diários de vítimas da guerra urbana. Veja no vídeo acima.

Na sexta-feira (7), os irmãos Caique e Mirella foram atingidos por balas perdidas em um tiroteio e sobreviveram. No dia 5, a menina Kamilla Vitória morreu ao ser atingida por um tiro enquanto brincava. No dia 3, o policial militar Marco Antônio foi morto com um tiro de fuzil por criminosos. LEIA TAMBÉM: PM é morto a tiros durante tentativa de assalto no Méier. Argentino é baleado ao entrar por engano em rua do Morro do Escondidinho. RJ tem 25 crianças baleadas em 2024.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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