Portaria do Ministério da Saúde gera revolta de conservadores com idade mínima para tratamento trans no SUS

Conservadores se revoltam com redução de idade para tratamento trans

Uma portaria do Ministério da Saúde que amplia o atendimento à população trans pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e reduz a idade mínima para o uso de bloqueadores de puberdade e hormônios está gerando forte reação de parlamentares da bancada conservadora.

Políticos de direita estão se mobilizando para reverter a medida, que também prevê a ampliação dos serviços de atendimento especializado de 22 para 194 unidades em todo o Brasil.

A principal crítica à portaria diz respeito à redução da idade mínima para a utilização de hormônios por adolescentes trans. Com a nova regra, o uso de bloqueadores de puberdade poderá ocorrer a partir dos primeiros sinais de desenvolvimento puberal, por volta dos 12 anos, enquanto a hormonização será permitida a partir dos 16 anos, desde que haja o consentimento dos pais. Antes, a idade mínima para o uso de hormônios era de 18 anos.

O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) classificou a medida como um “ataque aos mais inocentes”. Ele prometeu continuar lutando para que “deixem as nossas crianças em paz” e afirmou ser “radicalmente contra essa redução” da idade mínima. Outro a se posicionar foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que anunciou a intenção de apresentar um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para tentar sustar a portaria assim que ela for publicada oficialmente.

O deputado federal Mario Frias (PL-SP) também reagiu duramente, chamando a alteração de “monstruosa” e afirmando que o governo Lula estaria impondo uma “agenda ideológica”. Frias citou estudos que, segundo ele, apontam prejuízos ao desenvolvimento neurológico e ósseo de adolescentes que utilizam bloqueadores hormonais. O parlamentar ainda mencionou o PL 269/2023, de sua autoria, que propõe a proibição desse tipo de tratamento em menores de idade.

A vereadora eleita por São Paulo Janaina Paschoal (PP) apontou uma contradição entre o tratamento de crianças trans e de crianças intersexo, que têm características biológicas de ambos os sexos. “Se, hoje, é praticamente consenso que uma criança intersexo não deve ser operada prematuramente, por que consideram natural etiquetar precocemente uma criança como trans?”, questionou.

A proposta foi elaborada por um grupo de trabalho que contou com a participação de profissionais de saúde, pesquisadores e entidades da sociedade civil. O objetivo, segundo o Ministério da Saúde, é oferecer um cuidado integral à população trans ao longo de todo o ciclo de vida.

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Round 6: Segunda temporada amplia conflitos e humaniza os vilões em jogos sádicos

Round 6: segunda temporada amplia conflitos e humaniza os vilões

Com diversos recordes batidos, Round 6 volta para a segunda temporada com o
humor ácido e com os jogos sádicos da primeira

A espera acabou! A segunda temporada de Round 6 chegou ao catálogo da Netflix. Dirigida e escrita por Hwang Dong-hyuk, a produção chega credenciada pelos números como um dos grandes lançamentos do streaming para o ano.

Na nova leva de episódios, o protagonista Gi-Hun, ou jogador 456, (Lee Jung-jae) desiste de viajar aos Estados Unidos e volta à Seul, na Coréia do Sul, para descobrir quem está por trás dos jogos e acabar com o sádico esquema dos ricos. Entretanto, algo sai errado e ele se vê tendo que encarar as disputas novamente.

Lee Jung-jae volta à trama, mas agora com um comportamento bastante diferente. Se na primeira temporada ele estava assustado e com medo por conta dos jogos, agora ele volta mais confiante para as disputas. Lee foi forçado a alterar a personalidade de Gi-Hun, que surge como “herói”, e alterna entre os lados fortes e frágeis do protagonista.

Como muitos personagens morreram, o diretor Hwang Dong-hyuk optou por explorar personagens que ficaram vivos, como Gong Yoo, o recrutador; o policial Jun-ho, que leva um tiro nos capítulos finais; e o líder (front man), “responsável pelos jogos”.

Apesar aparecerem pouco na primeira temporada, o trio assume protagonismo e surgem em momentos-chave para a produção. O Líder, por exemplo, é responsável por manipular o jogo e dá aquele ar de “indignação”. Tom Choi, responsável pela interpretação, passa um ar muito confiante, assustador e que, em certos momentos, acalma com a voz mansa.

Além das já conhecidas figuras, muitas outras surgem, e é evidente que o diretor e roteirista optou por colocar pessoas mais jovens e com personalidades bastante diferentes. E é interessante ver cada uma performando “em seu mundo” e como colaboram para o todo. Tem o rapper “famoso”, a menina popular, o queridinho da mamãe, os maus-caracteres, entre outros e traz um ar de comédia em muitos momentos.

JOGOS SÁDICOS E CONFLITOS

As mortes e a plasticidade, que são a alma de Round 6, entretanto, continuam presentes e até seguem um roteiro semelhante à primeira temporada. O primeiro jogo, por exemplo, conta com a mesma sequência: o Batatinha Frita 1, 2, 3 começa, a primeira pessoa morre e o caos toma conta, com diversos tiros sendo disparados.

É here que Lee Jung-jae passa de um simples jogador à herói da produção e é visto com outros olhos pelos demais participantes. Ele se junta a novos personagens para ganhar os jogos e conta, assim como na temporada 1, com um conhecido.

Se você é fã da série, vai lembrar que na primeira temporada há uma votação que encerra com o jogo, mas volta posteriormente por conta da vontade dos participantes. Agora, essa votação acontece após as dinâmicas, como algo obrigatório, e eleva, ainda mais, os conflitos.

Essa é uma proposta muito clara do diretor de fazer um paralelo à nossa sociedade. Como a polarização política acontece no mundo todo, e no Brasil não foi diferente, Hwang buscou o alcance de Round 6 para fazer uma crítica social.

De acordo com ele, os discursos de ódio estão cada vez mais acalorados e são motivados por diversos assuntos, como por questões religiosas, ideológicas, históricas, raciais ou de gênero, entre muitas outras. Por conta da votação, os participantes são divididos em duas equipes, X e O, e isso gera muita confusão no lobby.

Uma grande diferença desta temporada é que a série buscou humanizar os atiradores e aqueles que estão do lado do sádico evento. A nova leva de episódios mostra o rosto dos assassinos e como os conflitos morais alcançam, também, as pessoas que participam da organização. Uma sniper, inclusive, é bastante mostrada e atua como uma coadjuvante na produção.

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