A Justiça negou o recurso da defesa de Maicon Oliveira dos Santos, policial militar de 36 anos, para anular o júri popular pela morte de Julia Ferraz Signoretto, de 27 anos, na saída de uma casa noturna em Ribeirão Preto. A jovem foi baleada no meio da Avenida Independência, o crime ocorreu em agosto do ano passado e Maicon vai responder por dupla tentativa de homicídio qualificado e homicídio consumado por dolo eventual. O julgamento ainda não tem data marcada para ocorrer.
De acordo com o promotor Marcus Túlio Nicolino, a defesa do PM solicitou a desclassificação do crime, que inicialmente seria julgado como lesão corporal e homicídio culposo, para alegar legítima defesa, a qual não foi evidenciada no processo. Maicon chegou a ser preso após o crime, porém responde ao processo em liberdade. Sua defesa planeja recorrer novamente da decisão, e o júri popular está previsto para acontecer em 2025.
O crime ocorreu na madrugada de 14 de agosto de 2023, na Avenida Independência, uma das vias mais importantes da cidade. Câmeras de segurança registraram o momento em que o policial em uma moto parou ao lado de dois homens também em uma moto. Após uma discussão breve, Maicon sacou a arma e disparou diversas vezes quando a dupla acelerou o veículo. Um casal caminhava pelo canteiro central da avenida e, sem intenção, a jovem Júlia acabou atingida pelo tiro fatal, resultando em perfurações no pulmão e coração.
A versão apresentada pelo policial foi de que agiu em legítima defesa ao reagir a uma tentativa de assalto perpetrada pelos dois homens, que buscavam roubar sua moto. No entanto, os suspeitos, Gustavo Alexandre Scandiuzzi Filho, de 26 anos, e Arthur de Lucca dos Santos Freitas Lopes, de 18 anos, negaram qualquer envolvimento com o crime. Ambos foram feridos nos pés e receberam atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte. A Polícia Civil apreendeu dez cápsulas deflagradas no local e a arma do policial foi recolhida.
A ação do PM resultou em uma vítima fatal, Julia Ferraz, cuja família aguarda com ansiedade o desfecho do julgamento para obter mais agilidade por parte da Justiça. A Promotoria afirma que a decisão de levar o caso a júri popular foi confirmada tanto em primeira instância quanto pelo Tribunal de Justiça. A defesa de Maicon Oliveira dos Santos segue em busca de uma nova análise do caso, enquanto o desfecho da tragédia permanece pendente em Ribeirão Preto.