DE to DEFENDER cidadão, mas acontece o contrário’, diz faxineiro agredido por PMs em Ribeirão Preto, SP
Jovem de 21 anos aparece em vídeo sendo agredido por três agentes na porta de casa. Secretaria de Segurança Pública diz que apura o caso e que não compactua com desvios de conduta.
1 de 3 Kauan Yuri da Silva Oliveira foi agredido por policiais na porta de casa em Ribeirão Preto, SP — Foto: Marcelo Moraes/EPTV
Kauan Yuri da Silva Oliveira foi agredido por policiais na porta de casa em Ribeirão Preto, SP — Foto: Marcelo Moraes/EPTV
O faxineiro Kauan Yuri da Silva Oliveira, que aparece em um vídeo sendo agredido por policiais militares na porta de casa em Ribeirão Preto (SP), lamentou o episódio. Nas imagens é possível ver o momento em que Kauan recebeu socos e chutes dos agentes, um deles na cabeça.
> “Muita frustração, eu estou muito triste em saber que tem o estado, que é pra DEFENDER nós, os cidadãos, mas aí acontece totalmente ao contrário. Eu fico triste. Apanhei sem justificativa nenhuma. Teve xingamentos, em momento algum eu fiz nada.”
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que a abordagem não condiz com os protocolos da instituição e que não compactua com desvios de conduta. A Polícia Militar abriu uma apuração e analisa as imagens para identificar os agentes envolvidos e tomar as medidas cabíveis.
Segundo a secretaria, desde o início de 2023, mais de 280 policiais foram demitidos e expulsos, enquanto um total de 414 agentes foi preso.
A Ouvidoria da Polícia no Estado de São Paulo informou que vai pedir o afastamento dos policiais envolvidos no caso.
📺 Vídeo mostra agressões contra jovem em Ribeirão Preto
DE vai investigar agentes que agrediram faxineiro em Ribeirão Preto; VÍDEO
AGRESSÕES DURANTE ABORDAGEM
As agressões aconteceram na última segunda-feira (7) e foram filmadas por uma testemunha (assista ao vídeo acima) no bairro Jardim Progresso.
Três dos quatro agentes agrediram Kauan com socos, tapas e chutes. O barulho dos golpes é ouvido na gravação mesmo à distância. O jovem não reagiu à ação dos policiais.
Kauan alega que os policiais foram acionados por causa de uma discussão entre parentes e amigos durante uma festa na casa dele. O faxineiro afirma que eles queriam informações sobre o que estava acontecendo e foram agressivos.
“Eles parou, perguntou o que estava acontecendo, aí eu expliquei pra eles o que estava acontecendo, aí eles mandou todo mundo entrar. Nessa que eles mandou todo mundo entrar eles me perguntaram umas coisas lá, aí eu expliquei pra eles certinho o que estava acontecendo. Aí eles mandou eu agachar, no que mandaram eu agachar pra eu pegar meu celular, começou a me agredir”, afirma.
2 de 3 Policial militar dá tapa no rosto de faxineiro durante abordagem na porta da casa dele em Ribeirão Preto, SP — Foto: Divulgação
Policial militar dá tapa no rosto de faxineiro durante abordagem na porta da casa dele em Ribeirão Preto, SP — Foto: Divulgação
O faxineiro diz que perguntou o motivo de estar apanhando, mas as agressões continuaram.
“Aí eu levanto, falo pra ele [PM]: ‘por que você está fazendo isso? O que está acontecendo?’. Aí ele foi e me deu um tapa, me deu um tapão no meu rosto. Aí o outro já veio e me dá um chute. Aí a minha mulher levanta o portão, eles mandam ela entrar de novo pra dentro [da casa] e estava mandando eu ir embora”, conta.
As marcas das agressões ainda estão no rosto do jovem. O faxineiro diz que sente medo e que buscou ajuda médica porque não tem conseguido dormir. Ele espera que os agentes sejam punidos.
> “Que eles vejam o que fazem quando estão fardados, não é legal fazer isso com o cidadão. Não está certo. Eu espero que eles sejam punidos e sejam cobrados de alguma forma.”
3 de 3 Segundo faxineiro, chute de PM causou ferimento no rosto dele Ribeirão Preto, SP — Foto: Arquivo Pessoal
Segundo faxineiro, chute de PM causou ferimento no rosto dele Ribeirão Preto, SP — Foto: Arquivo Pessoal
OAB DIZ QUE ESTADO PRECISA MELHORAR FORMAÇÃO
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Ribeirão Preto (SP), Douglas Marques, classificou como inadmissível a conduta de policiais militares.
Segundo Marques, o governo do estado precisa atacar a formação dos policiais militares para evitar que episódios de violência por parte dos agentes continuem acontecendo nas ruas.
> “É inadmissível, porque é uma violência de quem deveria proteger o cidadão. Você não espera isso de um policial militar, daquele que a sociedade aponta a confiança. Eu acredito que precisamos atacar essa formação dos policiais para prepará-los melhor de modo que isso não venha a acontecer, a se repetir”, disse.
Segundo informações divulgadas pelo governo de SP nesta sexta-feira (13), a Polícia Militar formou 5,5 mil novos agentes na gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Entre os formandos estão soldados 2ª classe, alunos-oficiais e tenentes do quadro de saúde.
Ainda estão em formação outros 2,3 mil policiais militares na Escola Superior de Soldados e na Academia de Polícia do Barro Branco.
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