Empresa do DF lucra R$ 2 mi em meio a denúncias de corrupção

Mesmo denunciada por corrupção, empresa do DF ganha R$ 2 mi em emendas

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou os sócios de uma empresa do DF por crimes em um suposto esquema de corrupção que abalou as estruturas do governo do Acre. Essa empresa, que tem sede no Guará, mesmo enfrentando essas acusações, não deixou de receber quantias dos cofres públicos. Nos últimos 12 meses, ela se beneficiou com mais de R$ 2 milhões em emendas parlamentares.

De acordo com registros do governo federal, desde o final do ano passado, a empresa em questão recebeu cerca de R$ 1,4 milhão, com outros R$ 906 mil já empenhados. Os valores dessas emendas estão relacionados a obras em instituições de ensino federais e instalações das Forças Armadas, principalmente em regiões do Distrito Federal e de Goiás.

É importante ressaltar que as empresas que recebem essas emendas não são as responsáveis diretas pelos pagamentos, mas sim as beneficiárias finais. Muitas vezes, essas transações são intermediadas por órgãos públicos, e as companhias acabam sendo os destinatários dos valores.

A denúncia do MPF envolve o governador do Acre, Gladson Cameli, e outras 12 pessoas em um suposto esquema ilícito que teria causado prejuízos de mais de R$ 16 milhões aos cofres públicos. A empresa investigada teria recebido R$ 18 milhões para realizar obras de engenharia, sendo acusada de desvio de recursos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu desmembrar essa denúncia, mantendo apenas a acusação contra o governador, enquanto os outros investigados foram distribuídos para os juízos criminais competentes. O STJ aceitou a denúncia contra Gladson Cameli em maio, tornando-o réu, mas decidiu não afastá-lo do cargo.

A defesa dos sócios da empresa nega as acusações e afirma que eles ainda não são réus na Justiça do Acre. Segundo o escritório responsável, apresentarão todos os elementos necessários para provar a inocência dos acusados. A situação continua em desenvolvimento, com novas reviravoltas e decisões judiciais sendo tomadas. Acompanhe as atualizações para saber mais sobre esse caso que envolve corrupção e desvios de verbas públicas.

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Ditadura Militar: A Verdade Oculta Há Vinte Anos – Abertura dos Arquivos?

HÁ VINTE ANOS – Eles ainda estão aqui

Memórias da ditadura militar

É universalmente tolerada a liberdade desfrutada pelos políticos de dizerem uma coisa e de fazerem outra. De mudarem de opinião com a mesma naturalidade com que mudam de roupa. De trocarem de lado como quem troca de gravata.

No último dia 24 de outubro, ao celebrar na companhia dos comandantes militares o Dia do Aviador, Lula disse a eles que era favorável a manter “fechadinhos” os arquivos da ditadura de 64. Depois, bailou feliz nos braços de dona Marisa.

Nos últimos 20 dias, o governo emitiu sinais aparentemente convincentes de que mandará abrir os arquivos, sim. E de que todos os interessados terão acesso a eles. Começo a achar que me precipitei aqui outro dia ao festejar tais sinais.

Desconfio de que a abertura dos arquivos, se ocorrer, será parcial e pouco esclarecedora. O governo parece disposto a aceitar como verdadeira a história rocambolesca contada pela Aeronáutica de que os documentos destruídos na Base Aérea de Salvador ali foram introduzidos por quem desejava deixar mal os militares. Quer dizer: não fariam parte de arquivos militares oficiais. Nem ali teriam sido incinerados por militares da ativa.

No fim da semana passada, o Exército comunicou mais uma vez ao governo que não guarda documentos sobre a Guerrilha do Araguaia promovida nos anos 70 pelo PC do B. E que não guarda mais, sequer, o comprovante de que eles foram destruídos. Também o comprovante teria sido destruído. Se quiser, o governo poderá se contentar com as explicações e dar um jeito de tirar o assunto do noticiário. A mídia se cansa com facilidade de assuntos que se arrastam sem desfecho a curto prazo.

Se preferir, o governo poderá ir fundo na investigação ora em curso e tentar recuperar documentos perdidos ou dispersos, escondidos em arquivos oficiais ou particulares. E assim pagar a dívida pública que contraiu de resgatar parte de nossa história ainda oculta.

(Publicado aqui em 20 de dezembro de 2004)

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