Mensagens apagadas: PF revela troca entre Braga Netto e pai de Cid antes de Operação Lucas 12:2 – STF determina prisão preventiva

A Polícia Federal (PF) revelou que as mensagens trocadas entre Braga Netto e o pai de Cid foram apagadas três dias antes da Operação Lucas 12:2, que investigou o desvio de joias. Todas as conversas realizadas por meio do aplicativo entre o general da reserva Braga Netto e Mauro César Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, foram deletadas em 8 de agosto de 2023. Essa informação foi destacada na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva de Braga Netto por suposto envolvimento em uma trama golpista.

A PF identificou que as mensagens trocadas no WhatsApp entre Braga Netto e o pai de Mauro Cid foram excluídas em 8 de agosto de 2023, apenas três dias antes do início da Operação Lucas 12:2, que investigou atividades ilícitas ligadas ao desvio de joias que teriam sido recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas conversas tinham a finalidade de manter os demais membros da suposta organização criminosa informados e impedir que a verdade dos fatos viesse à tona durante as investigações.

No dia 7 de agosto de 2023, Mauro César Lourena Cid e Braga Netto trocaram diversas mensagens e ligações no WhatsApp, de acordo com a Polícia Federal. Esses diálogos tinham como objetivo, segundo as autoridades, manter os demais integrantes da organização criminosa atualizados sobre a colaboração de Mauro Cid e evitar a exposição da verdade diante das investigações em andamento.

O ex-ministro de Bolsonaro e militar da reserva, Walter Braga Netto, foi detido em sua residência no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Além do mandado de prisão, o STF autorizou buscas no local. O Exército informou que Braga Netto ficará sob custódia da Força no Comando da 1ª Divisão de Exército do Rio de Janeiro e passará por audiência de custódia por videoconferência no sábado.

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Jovem baleada por PRF no RJ: o que se sabe e o que falta esclarecer

Jovem baleada por PRFs no RJ: o que se sabe e o que falta esclarecer

A jovem Juliana Leite Rangel está em estado gravíssimo após ser baleada na cabeça, com um disparo efetuado por um policial da PRF.

A abordagem de três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na noite da última terça-feira (24/12), terminou com uma jovem gravemente ferida em DE. Juliana Leite Rangel, 26 anos, foi atingida com um tiro na cabeça, após os policiais abrirem fogo contra o carro em que ela estava junto da família.

A Polícia Federal (PF) anunciou ter instaurado inquérito para apurar a ocorrência. Entretanto, o caso, por envolver disparos contra o carro de uma família desarmada que ia a uma ceia de Natal, catalizou discussões sobre os limites do uso da força pelas polícias e sobre a necessidade de ferramentas de controle, como o uso de câmeras corporais pelos agentes.

Inicialmente, os policiais teriam dito à família da jovem baleada que teriam sido alvo de disparos antes de abrir fogo contra o carro. As vítimas rechaçam a versão e dizem que os agentes saíram da viatura já atirando. Caberá, assim, à PF esclarecer as circunstâncias que levaram aos disparos contra o veículo onde estava Juliana.

Em nota, a Polícia Federal informou que, após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal, uma equipe esteve à cena do crime para realizar as medidas iniciais, “que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”.

A PRF, por sua vez, destacou que os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais. “A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da direção-geral, a coordenação-geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”, frisou. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, lamentou o ocorrido e informou que a pasta está empenhada para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas.

Os disparos ocorreram na BR-040, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. O pai da vítima, Alexandre da Silva Rangel, 53, que dirigia o veículo alvo dos tiros, teria ligado a seta para sinalizar que ia encostar ao ouvir a sirene do carro da polícia. No entanto, segundo ele, os agentes saíram do veículo atirando.

Após ser baleada na cabeça, Juliana Leite foi levada por agentes da PRF para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, no mesmo município. A jovem, então, foi intubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. Em nota, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem segue internada no CTI. “A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou.

O caso revive outros momentos em que abordagens da PRF resultaram em mortes. Em setembro de 2023, por exemplo, Heloísa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, morreu após ser atingida por disparos na coluna e na cabeça quando estava dentro do carro da família. Os disparos foram realizados por agentes da PRF durante uma abordagem policial no Arco DE, na Baixada Fluminense (RJ).

No início deste mês, o Tribunal do Júri de Sergipe condenou, na sexta-feira (6/12), três ex-policiais rodoviários federais pela morte de Genivaldo de Jesus Santos. Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia foram responsabilizados pelo homicídio, em maio de 2022, durante uma abordagem truculenta. Na ocasião, Genivaldo morreu, após ser trancado dentro de uma viatura da corporação e sufocado com uma grande quantidade de gás, disparado propositalmente pelos policiais. Os ex-agentes foram julgados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado.

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