Rayene Carla Reis Lima, uma influenciadora digital com mais de 5 mil seguidores, é apontada como a líder de uma quadrilha que extorquiu mais de 30 vítimas no Rio de Janeiro. A suspeita, que se apresenta nas redes sociais como especialista em maquiagem, foi descoberta após a polícia investigar um golpe envolvendo uma falsa garota de programa. Na foto em que aparece de biquíni em um jet ski, Rayene escreveu: ‘Gosto muito dessa vida cara’.
A quadrilha comandada por Rayene contava com a participação de seu irmão, Ryan Carlos Reis Lima, e sua prima, Sarah Santos Borges. Os dois foram presos, mas a influenciadora digital está foragida da justiça. O grupo criminoso utilizava uma estratégia em duas etapas para extorquir homens na internet. Primeiramente, uma mulher se passava por garota de programa para atrair as vítimas e iniciar conversas por aplicativos de troca de mensagens.
Após obter fotos e informações íntimas das vítimas, o grupo passava para a segunda etapa do golpe. Nesse momento, os criminosos entravam em contato com os alvos se passando por milicianos e ameaçavam expor as imagens comprometedoras nas redes sociais caso não recebessem valores que variavam de R$ 600 a R$ 3,5 mil. As ameaças eram agressivas e incluíam informações sobre familiares e endereços das vítimas.
A polícia interceptou mensagens trocadas pelos criminosos com as vítimas, nas quais as ameaças eram explícitas e violentas. Os golpistas postavam endereços das vítimas e chegavam a afirmar que iriam resolver o problema pessoalmente, caso o dinheiro não fosse pago. O grupo chegou a ameaçar familiares das vítimas, aumentando a pressão e o medo nos alvos do golpe.
Durante as investigações, a polícia encontrou um manual da extorsão com os criminosos, contendo instruções detalhadas sobre como aplicar o golpe das falsas garotas de programa. O documento, intitulado “Golpe das P* Extorsão”, apresentava um passo a passo do modus operandi da quadrilha. A delegada responsável pelo caso acredita que o número de vítimas do grupo pode ser maior do que o registrado, devido à vergonha que muitas pessoas têm em denunciar esse tipo de crime. A polícia segue reunindo registros para contabilizar o número total de vítimas afetadas pelo golpe.