Estudantes baianas desenvolvem canudo comestível sustentável à base de gelatina e frutas que serve como sobremesa
Cientistas do amanhã: em uma série de três reportagens, o DE destaca projetos inovadores de estudantes da Bahia que, com muita criatividade, propuseram soluções para problemas do cotidiano.
Estudantes baianas contam como surgiu a ideia para desenvolver um canudo comestível
Em uma união de inovação e sustentabilidade, estudantes baianas criaram um canudo comestível que tem como base o amido de milho, gelatina e frutas. O produto é uma alternativa para reduzir o impacto ambiental dos tradicionais utensílios de plástico. A versão desenvolvida pelas alunas da rede estadual de educação da Bahia, Ana Clara Santana e Ana Clara Santos, tem três sabores e promete servir até como sobremesa.
As jovens cientistas têm 17 e 18 anos. Os ingredientes foram escolhidos por elas após pesquisas e testes sensoriais, de durabilidade e palatabilidade.
💡 Cientistas do amanhã: em uma série de três reportagens, o DE destaca projetos inovadores de estudantes da Bahia que, com muita criatividade, propuseram soluções para problemas do cotidiano.
As xarás estudam juntas no Centro Territorial de Educação Profissional do Médio Rio das Contas (Cetep), em Ipiaú, no sul da Bahia. São alunas do Curso de Agroindústria, que tem como foco o beneficiamento de matérias-primas de origem animal e vegetal.
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Ao DE, as jovens contaram que têm contato com a área da pesquisa desde o primeiro ano do ensino médio e já acumulam três projetos no Cetep. Entre eles, o canudo comestível.
A ideia surgiu em dezembro de 2023 e o utensílio começou a ser testado e produzido em abril deste ano. Segundo Ana Clara Santana, ela e a parceira de projeto analisaram o comportamento dos colegas ao interagirem com o modelo tradicional, feito a base de plástico.
Estudantes na Bahia criam canudo comestível — Foto: Arquivo Pessoal
“Percebemos a quantidade que nossos amigos descartavam diariamente após os lanches ou almoço e entendemos a necessidade de criar uma alternativa”, explicou.
O produto inovador é produzido dentro do laboratório de alimentos do colégio. As jovens cientistas são orientadas pelas professoras Maysa Lobo e Rosilma Rodrigues. No local, elas têm o apoio de materiais e utensílios necessários para a produção.
Está nos planos “das Claras”, como são carinhosamente conhecidas pelos colegas de escola, comercializar o produto no futuro. Para isso, pretendem criar também o canudo sabor chocolate, além de desenvolver embalagens que chamem a atenção e torne o produto atrativo.
“Queremos que as pessoas tenham desejo de consumir, para então comprarem , por isso , entendemos que a aparência é algo essencial e que precisa ser melhorado”, ponderou Ana Clara Santos.
Estudantes baianas, criadoras do canudo comestível, falam sobre melhorias em produto
🥤 Curiosidades sobre o produto:
* Pode ser utilizado em bebidas geladas por até duas horas, mas não em quentes;
* Tem três opções de sabores: morango, uva e laranja;
* Na geladeira, o canudo fica conservado de 7 a 8 dias;
* O utensílio é produzido em diversas espessuras e tamanhos;
* Por ter sabor próprio, pode ser consumido ao fim da refeição, servindo como sobremesa.
🐢 SUSTENTABILIDADE
A iniciativa das estudantes é valida, importante, mas não suficiente, de acordo com o biólogo e pesquisador do projeto Tamar, Gustavo Stahelin. Segundo ele, não se pode parar por aí. Ele ressalta que o descarte incorreto de substâncias e materiais poluentes coloca em perigo a vida marinha.
“É um primeiro passo importante, mas é uma fração muito pequena dentro do impacto que a humanidade descarta de forma inapropriada e vão parar em rios, mares, matas e florestas”, ponderou o biólogo.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU), apontam que mais de 12 milhões de toneladas de resíduos formam áreas conhecidas como “oceanos de plástico”. Essas regiões são repletas do material, que acabam interagindo e prejudicando o ecossistema marinho.
Biólogo reforça importância de combater poluição: ‘não pode se contentar e parar por ai’
Jovens baianas desenvolvem canudo comestível para reduzir impactos ambientais — Foto: Arquivo Pessoal
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