Produtores rurais se preparam para o início da proibição do cultivo da soja em Roraima
Medida chamada de vazio sanitário ocorre por conta contra ferrugem asiática,
doença que atinge o grão, e inicia no dia 19 de dezembro e permanece por 90 dias
– até 18 de março.
O período de vazio sanitário da soja em Roraima começa na próxima terça-feira
(19) e se estende por 90 dias, até 18 de março. A medida, que proíbe o cultivo
da leguminosa, tem como objetivo interromper o ciclo de produção do fungo
causador da ferrugem asiática, uma das principais ameaças à cultura da soja no
Brasil. Produtores já se preparam para a medida.
A ferrugem asiática, detectada pela primeira vez no Brasil no início dos
anos 2000, chegou a Roraima em 2021, conforme relatórios técnicos do governo
federal. A suspensão do plantio é uma maneira de impedir o ciclo de reprodução
do fungo Phakopsora pachyrhyzi que atinge as plantas causando desfolha,
impedindo a formação e enchimento dos grãos e consequentemente a perda da
produtividade.
Durante o período do vazio sanitário, produtores, como Ari Espíndola, da região
de Rorainópolis, adaptam suas atividades. Espíndola planeja substituir o cultivo
de soja por outras culturas, como milho, sorgo e milheto.
Em 2022, foi o primeiro ano
que o governo estadual implantou a medida. O cumprimento do vazio sanitário é
crucial para evitar prejuízos econômicos e ambientais, como explica Marcos
Prill, diretor de Defesa Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima
(Aderr).
A fiscalização será realizada pela Aderr, que orienta os produtores a eliminarem
qualquer planta de soja, seja voluntária ou semeada, por meio de métodos
mecânicos ou químicos. O objetivo é evitar que esporos do fungo sobrevivam no
solo e contaminem lavouras vizinhas.
Os produtores de Roraima devem se atentar ao período de proibição, que vai até
18 de março. Cumprir o vazio sanitário é obrigatório e essencial para proteger
as lavouras e fortalecer a agricultura no estado.