Atirador de turista argentino no Rio não tem prisão decretada: polícia identificou suspeitos, mas juiz alega que não é urgente

A Polícia identificou o atirador responsável por atingir um turista argentino, mas o juiz de plantão não decretou a prisão, alegando que o caso não era considerado de urgência.

O ex-secretário de Turismo de Bariloche entrou por engano em uma comunidade enquanto seguia para o Cristo Redentor. Sandro da Silva Vicente foi apontado como autor dos disparos que atingiram o argentino de 51 anos.

Após 72 horas do ataque na Zona Norte do Rio ao ex-secretário de Turismo de Bariloche, a Polícia Civil identificou quatro suspeitos, incluindo o homem que seria o atirador.

Na tarde de quinta-feira (12), Gaston Fernando Burlon foi baleado na cabeça ao entrar errado com o carro no Morro do Escondidinho, em Santa Teresa, onde permanece internado em estado gravíssimo.

As prisões dos suspeitos não foram decretadas pelo juiz de plantão, que considerou que não se tratava de uma situação de urgência. As investigações estão sob responsabilidade da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat).

Os nomes dos suspeitos identificados são Cláudio Augusto dos Santos, Tiago de Oliveira, Raphael Corrêa Pontes e Sandro da Silva Vicente, este último apontado como o autor dos disparos contra o carro do turista argentino.

Neste caso, o Ministério Público não considerou urgente a apreciação dos pedidos de prisão, sendo a medida avaliada pelo Juízo natural ou pelo Plantão Judiciário Diurno, conforme a decisão do juiz Orlando Eliazaro Feitosa.

Sandro da Silva Vicente possui 20 anotações criminais, com 13 delas ainda quando menor de idade. Ele foi absolvido de um caso de posse de arma em maio deste ano. No caso do turista argentino, duas testemunhas reconheceram Sandrinho como autor dos disparos.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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