Ministério da Justiça adquire 80 raios X com IA para segurança em presídios

O Ministério da Justiça vai utilizar inteligência artificial em presídios através da aquisição de 80 aparelhos de raios X equipados com essa tecnologia. A iniciativa visa diminuir a entrada de armas, drogas e itens proibidos em unidades prisionais em todo o país. A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) será responsável pela compra e distribuição dos equipamentos, que serão enviados para os 26 estados brasileiros, o Distrito Federal e os cinco presídios federais. Esses scanners de inspeção de segurança terão capacidade de visualização em 3D e serão fundamentais no combate à entrada ilegal de objetos nas prisões.

O estudo técnico da licitação mostra que a Coordenação-Geral de Aparelhamento, Inovação e Tecnologia da Senappen estuda novas tecnologias em aparelhos de revista e inspeção desde 2014. Com o avanço tecnológico, a implementação da inteligência artificial nesses equipamentos se tornou viável. A exigência da pasta é que a solução de inteligência artificial esteja integrada diretamente ao scanner para identificar objetos proibidos com rapidez e eficácia. A tecnologia permitirá ao operador detectar ameaças em até 2 segundos após a passagem do objeto pelo aparelho.

A associação da inteligência artificial com a varredura de objetos em aparelhos de raios X melhora significativamente a capacidade de identificar materiais escondidos. Estudos apontam que essa tecnologia é eficiente na detecção de substâncias como explosivos, com uma precisão de 100% em testes. A aquisição dos 80 aparelhos de raios X com inteligência artificial representa 15% da demanda identificada pelos estados, que apontaram a necessidade de 540 unidades. A distribuição seguirá critérios como necessidade imediata e grau de segurança das unidades prisionais.

A escolha das unidades beneficiadas foi dividida em quatro lotes, considerando a urgência, segurança e riscos para a população carcerária. O valor da aquisição não foi divulgado para não influenciar os licitantes e garantir maior eficiência na utilização dos recursos públicos. A implementação dessa tecnologia nos presídios brasileiros representa um avanço significativo no combate à entrada ilegal de objetos proibidos, garantindo maior segurança nas unidades prisionais e contribuindo para a ordem e disciplina no sistema carcerário.

Com a utilização da inteligência artificial em aparelhos de raios X, o Ministério da Justiça busca modernizar e aprimorar os mecanismos de segurança nas prisões brasileiras. A capacidade desses equipamentos em identificar ameaças de forma rápida e eficaz é essencial para garantir a integridade dos detentos, servidores e demais envolvidos no sistema prisional. A implementação dessa tecnologia representa um avanço significativo no controle do fluxo de itens proibidos nas unidades prisionais, contribuindo para um ambiente mais seguro e controlado em todo o país.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Morte brutal de professora no DF: 10 anos de impunidade – Suspeito pronunciado em 2023

Crânio rachado e corpo nu: 10 anos da morte brutal de professora no DF

Heber dos Santos Freitas Ribas, suspeito de matar Janaína Câmara em 2014, foi
pronunciado pelo crime apenas este ano

Após 10 anos do crime, o processo que trata da morte da professora Janaína Alves
Fernandes Tavares da Câmara avançou na Justiça. O suspeito de matar Janaína em dezembro 2014, Heber dos Santos Freitas Ribas, ex-companheiro dela, foi pronunciado em abril deste ano. A juíza da 1ª Vara Criminal do Novo Gama entendeu que ele deve ser julgado por um Tribunal do Júri. Porém, apesar da determinação, Heber segue em liberdade recorrendo a outras instâncias para ser absolvido da acusação.

Em setembro do ano passado, o DE mostrou que o processo do caso de Janaína estava travado na Justiça goiana.

O caso foi recebido pela Justiça em 2021. Apenas em julho de 2023 foi agendada uma Audiência de Instrução e Julgamento agosto do mesmo ano. A audiência chegou a ser realizada, mas sem a pronúncia.

Apenas em 10 de abril deste ano, a Justiça declarou Heber réu e o destinou ao júri popular. Entretanto, a defesa do acusado recorreu da decisão. O recurso chegou à 3ª Câmara Criminal, sob responsabilidade da desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira. Em julho, ela negou o pedido. A defesa, então, recorreu novamente, levando o caso para a Assessoria para Assunto de Recursos Constitucionais, sob responsabilidade do desembargador Amaral Wilson de Oliveira. Apenas em 28 de novembro, o desembargador proferiu decisão, também negando o recurso especial. Agora, Heber deve aguardar a intimação da decisão do desembargador.

SOBRE O CRIME

Segundo a denúncia do Ministério Público goiano (MPGO), a vítima teve a cabeça esfacelada a golpes de porrete e o corpo seminu jogado em um matagal às margens da Rodovia DF-290, entre Santa Maria e o Novo Gama (GO), município no Entorno do DF.

Janaína foi encontrada sem vida em área de mato. Ela era professora.

Quando policiais militares encontraram Janaína, ela tinha o rosto desfigurado e o crânio rachado, com vazamento de massa encefálica. A vítima se encontrava seminua, com o sutiã levantado e os seios à mostra. Também teve a calça arrancada e a calcinha rasgada. Havia um preservativo perto do corpo e vestígios de fezes nas coxas. Nas peças do processo, os peritos do Instituto de Criminalística (IC) e médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil apresentaram seus laudos, mas não conseguiram cravar com exatidão se a vítima havia sido estuprada antes ou após a morte.

Nos dias que se seguiram após a localização do corpo, a Polícia Civil do DF não demorou a juntar as peças que apontou a autoria do crime. Janaína viveu com Heber pouco mais de dois anos, entre 2012 e 2014, e havia se separado dois meses antes do crime. As apurações apontaram que a vítima começou a sofrer agressões constantes de Heber e decidiu se separar. Heber responde ao homicídio triplamente qualificado em liberdade.

A professora municipal de Goiás lecionava para alunos do 1º ao 4º ano do ensino fundamental na Escola Municipal Jardim Paiva, no Novo Gama, no Entorno do DF, e faltou ao trabalho no dia que antecedeu ao crime. No dia seguinte, no entanto, às 15h40, policiais encontraram o corpo da jovem no matagal. Janaína deixou três filhos: um menino com pouco mais de 1 anos, fruto do relacionamento com o homem que tirou sua vida, além de um garoto de 5 anos e uma menina, de 6. Atualmente, os órfãos estão com 11, 15 e 16 anos respectivamente.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp