O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, foi preso pela Polícia Federal (PF) por sua participação em um plano golpista. A decisão de prisão foi tomada após investigações que revelaram a ‘gravíssima participação’ de Braga Netto no financiamento e organização do golpe.
De acordo com a PF, Braga Netto atuou de forma ‘direta e pessoal’ no financiamento das ações ilícitas, incluindo o monitoramento. Ele teria entregue o dinheiro necessário para a execução dos atos criminosos, ajudando para os planos da morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. . Essas informações foram obtidas através da colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A defesa de Braga Netto negou qualquer envolvimento no financiamento do plano golpista e afirmou que se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) destacou que Braga Netto tentou obter informações sigilosas da delação de Cid e interferiu nas investigações para ‘alterar a realidade dos fatos apurados’ e ‘consolidar o alinhamento de versões entre os investigados’.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também apoiou a prisão, argumentando que Braga Netto e seu principal assessor, coronel Flávio Botelho Peregrino, estavam associados aos propósitos de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e execução de golpe de Estado contra o governo legitimamente constituído.
Acusações
O general é acusado de ter participado de uma reunião no Palácio do Planalto ou na Alvorada, onde entregou o dinheiro solicitado para a realização da operação, segundo depoimento de Mauro Cid. Braga Netto afirmou que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio.
A PF encontrou um documento na sede do PL, partido de Bolsonaro e Braga Netto, que descrevia perguntas e respostas relacionadas ao acordo de colaboração de Mauro Cid. Esse documento estava na mesa de Flávio Botelho Peregrino, alvo de mandado de busca e apreensão.