IPCA prevê inflação oficial de 4,84% para 4,89%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, passou de 4,84% para 4,89% este ano, de acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, 16. Essa estimativa está acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2025, a projeção da inflação também subiu, de 4,59% para 4,6%. Já para 2026 e 2027, as previsões são de 4% e 3,66%, respectivamente. A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, onde o CMN fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em novembro, a inflação no país foi de 0,39%, puxada principalmente pelos gastos com alimentos, após o IPCA ter registrado 0,56% em outubro. Em 12 meses, a inflação acumula 4,87%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa alta nos preços dos alimentos impacta diretamente o poder de compra da população, tornando a análise desse setor essencial para entender o comportamento da inflação.

Taxa Selic em Ação

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa recentemente aumentou devido à alta do dólar e às incertezas econômicas globais. Esse foi o terceiro aumento seguido da Selic, consolidando um ciclo de contração na política monetária.

A taxa Selic havia passado um ano em 13,75% ao ano, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, e sofreu seis cortes entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom manteve a taxa em 10,5% ao ano, começando a aumentá-la em setembro e novembro. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica suba para 14% ao ano, e para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida para 11,25% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, o que causa reflexos nos preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. No entanto, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Já quando a taxa Selic é reduzida, o crédito fica mais barato, incentivando a produção e o consumo, mas reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e Câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano passou de 3,39% para 3,42%. No terceiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,9% em comparação com o segundo trimestre. De janeiro a setembro, a alta acumulada no ano é de 3,3%, segundo o IBGE.

Para 2025, a expectativa para o PIB é de crescimento de 2,01%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB também em 2% para os dois anos. Em 2023, a economia brasileira cresceu 3,2%, superando as projeções, e em 2022, a taxa de crescimento havia sido de 3%.

A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,99 para o fim deste ano e em R$ 5,85 para o fim de 2025.

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