Associação dos Moradores dos Jardins promete acionar Justiça contra decisão do tombamento: entenda os impactos no bairro

Condomínios nos Jardins: entidade promete ir à Justiça contra decisão

Crítica à atualização das regras do tombamento, associação de moradores diz que
vai acionar Justiça para derrubar decisão

São Paulo — A Ame Jardins, Associação dos Moradores dos bairros Jardins América,
Europa, Paulista e Paulistano, afirma que vai entrar na Justiça contra a revisão
do tombamento da região, aprovada nesta segunda-feira (16/12) e que autoriza a
criação de condomínios nos quatro bairros.

Em nota divulgada à imprensa, a entidade diz que a decisão do Conselho de Defesa
do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat
[http://condephaat.sp.gov.br/]) desconsidera “aspectos fundamentais para a
preservação urbanística e ambiental da região” e “levanta questionamentos sobre
os reais interesses por trás dessas novas regras”.

Em reunião nesta segunda, o Condephaat unificou resoluções sobre o tombamento da
região, preservada pelo patrimônio histórico desde 1986, e atualizou as regras
sobre o que pode e o que não pode ser feito pelos moradores dos bairros, que
concentram alguns dos endereços mais caros de DE.

Entre as mudanças autorizadas está a permissão para que os lotes sejam ocupados
por mais de uma família, abrindo espaço para a criação de condomínios de casas
dentro dos terrenos. Contrária à mudança, a Ame Jardins diz que não havia
necessidade para outra resolução sobre a área e que as regras careciam apenas
de “ajustes pontuais, como revisão de mapas”.

> “A decisão do Condephaat não reflete os anseios da comunidade, carece de
> estudos técnicos mais aprofundados e pode favorecer interesses externos que
> buscam flexibilizar regras de preservação”, afirma a nota.

MANSÕES E ÁREAS VERDES

Os quatro bairros conhecidos como “Jardins” são famosos por suas mansões e pela
extensa cobertura vegetal da região. Em 2022, o Condephaat criou um grupo de
trabalho para debater as mudanças no tombamento da área e unificar as regras
sobre a região que estavam divididas em três resoluções diferentes.

A discussão culminou na aprovação desta segunda, que também atualiza as
diretrizes sobre rebaixamento de solo e a compensação de árvores removidas. As
regras sobre a altura das construções, os recuos nos lotes e a área de
jardinagem obrigatória foram mantidas.

A revisão do tombamento ainda precisa ser homologada pela Secretaria Estadual da
Cultura. Em nota ao DE, a pasta afirma que as mudanças terão efeito
imediato após a publicação no Diário Oficial. “É importante esclarecer que esta
revisão não permite a construção de prédios”, diz, ainda, a nota.

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Morte brutal de professora no DF: 10 anos de impunidade – Suspeito pronunciado em 2023

Crânio rachado e corpo nu: 10 anos da morte brutal de professora no DF

Heber dos Santos Freitas Ribas, suspeito de matar Janaína Câmara em 2014, foi
pronunciado pelo crime apenas este ano

Após 10 anos do crime, o processo que trata da morte da professora Janaína Alves
Fernandes Tavares da Câmara avançou na Justiça. O suspeito de matar Janaína em dezembro 2014, Heber dos Santos Freitas Ribas, ex-companheiro dela, foi pronunciado em abril deste ano. A juíza da 1ª Vara Criminal do Novo Gama entendeu que ele deve ser julgado por um Tribunal do Júri. Porém, apesar da determinação, Heber segue em liberdade recorrendo a outras instâncias para ser absolvido da acusação.

Em setembro do ano passado, o DE mostrou que o processo do caso de Janaína estava travado na Justiça goiana.

O caso foi recebido pela Justiça em 2021. Apenas em julho de 2023 foi agendada uma Audiência de Instrução e Julgamento agosto do mesmo ano. A audiência chegou a ser realizada, mas sem a pronúncia.

Apenas em 10 de abril deste ano, a Justiça declarou Heber réu e o destinou ao júri popular. Entretanto, a defesa do acusado recorreu da decisão. O recurso chegou à 3ª Câmara Criminal, sob responsabilidade da desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira. Em julho, ela negou o pedido. A defesa, então, recorreu novamente, levando o caso para a Assessoria para Assunto de Recursos Constitucionais, sob responsabilidade do desembargador Amaral Wilson de Oliveira. Apenas em 28 de novembro, o desembargador proferiu decisão, também negando o recurso especial. Agora, Heber deve aguardar a intimação da decisão do desembargador.

SOBRE O CRIME

Segundo a denúncia do Ministério Público goiano (MPGO), a vítima teve a cabeça esfacelada a golpes de porrete e o corpo seminu jogado em um matagal às margens da Rodovia DF-290, entre Santa Maria e o Novo Gama (GO), município no Entorno do DF.

Janaína foi encontrada sem vida em área de mato. Ela era professora.

Quando policiais militares encontraram Janaína, ela tinha o rosto desfigurado e o crânio rachado, com vazamento de massa encefálica. A vítima se encontrava seminua, com o sutiã levantado e os seios à mostra. Também teve a calça arrancada e a calcinha rasgada. Havia um preservativo perto do corpo e vestígios de fezes nas coxas. Nas peças do processo, os peritos do Instituto de Criminalística (IC) e médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil apresentaram seus laudos, mas não conseguiram cravar com exatidão se a vítima havia sido estuprada antes ou após a morte.

Nos dias que se seguiram após a localização do corpo, a Polícia Civil do DF não demorou a juntar as peças que apontou a autoria do crime. Janaína viveu com Heber pouco mais de dois anos, entre 2012 e 2014, e havia se separado dois meses antes do crime. As apurações apontaram que a vítima começou a sofrer agressões constantes de Heber e decidiu se separar. Heber responde ao homicídio triplamente qualificado em liberdade.

A professora municipal de Goiás lecionava para alunos do 1º ao 4º ano do ensino fundamental na Escola Municipal Jardim Paiva, no Novo Gama, no Entorno do DF, e faltou ao trabalho no dia que antecedeu ao crime. No dia seguinte, no entanto, às 15h40, policiais encontraram o corpo da jovem no matagal. Janaína deixou três filhos: um menino com pouco mais de 1 anos, fruto do relacionamento com o homem que tirou sua vida, além de um garoto de 5 anos e uma menina, de 6. Atualmente, os órfãos estão com 11, 15 e 16 anos respectivamente.

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