SASP aciona MPSP contra Tarcísio por violência da PM: sindicato pede investigação

Sindicato de advogados aciona MPSP contra Tarcísio por violência da PM

Sindicato dos Advogados de SP (SASP) representou contra o governador por condução da segurança pública e quer responsabilização de Tarcísio

São Paulo — O Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP) acionou o Ministério Público (MPSP) contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pediu a abertura de investigação para apurar negligência e omissão na política para segurança pública estadual e discursos de incentivo à violência policial.

A medida da entidade sindical foi adotada em razão dos recentes casos de violência policial que resultaram no afastamento de dezenas de policiais militares e geraram uma série de críticas ao atual secretário da pasta, Guilherme Derrite, além de abrir uma crise na gestão estadual.

Ao requerer a instauração de inquérito civil, o sindicato propôs à Promotoria que, além de analisar um requerimento de indenização por dano moral social difuso — tendo em vista que as ações perpetradas pelo governador configuraram grave violação a direitos humanos fundamentais — também avaliem a responsabilização do chefe do Executivo paulista na condução da segurança pública do estado.

O documento é assinado pelos advogados Marcus Seixas e Ana Marchiori, presidente e vice da entidade, respectivamente.

“O Ministério Público e o Poder Judiciário precisam tomar medidas urgentes, para que os perceptíveis equívocos na condução da Segurança Pública, em São Paulo, tenham um fim. Além disso, as ações equivocadas do governador, autoridade máxima da Polícia no Estado, têm tido significativo efeito na sociedade, e, desta forma, o mesmo deve ser responsabilizado”, diz o texto publicado pela entidade.

A representação foi apresentada à Promotoria especializada em Diretos Humanos, no último dia 13 de dezembro.

CRISE NA SEGURANÇA PÚBLICA

Casos de abusos em abordagens e violência envolvendo policiais militares têm repercutido negativamente na sociedade paulista desde novembro passado, a ponto de provocar um “mea culpa” por parte do governador Tarcísio.

A crise na segurança pública da atual gestão teve como um de seus primeiros casos emblemáticos a morte do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, ocorrida no dia 6 de novembro, durante uma operação policial no Morro do São Bento, em Santos, no litoral sul do estado.

Desde então, houve uma sucessão de ações questionadas por especialistas em segurança pública que provocaram desgaste na pasta comandada por Guilherme Derrite. Entre as mais polêmicas, estão a morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas, de 22 anos, baleado durante uma abordagem dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul da cidade, no dia 20 de novembro.

No início de dezembro, a crise se agravou após a ação de policiais militares que jogaram de uma ponte o manobrista Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, durante uma abordagem na zona sul da capital.

O soldado Luan Felipe Alves Pereira, do 24º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar – Metropolitano), identificado como o agente que agrediu com um cassetete e também jogou o rapaz da ponte, foi preso preventivamente.

Já outra notícia jogou luz sobre a atuação das polícias no estado, em especial da PM. O MPSP afirma ter desarticulado um esquema de extorsão contra comerciantes autônomos no Brás, no centro de São Paulo. A Operação Aurora cumpriu, nessa segunda (16/12), 15 mandados de prisão preventiva, sendo seis contra policiais militares acusados de fazer parte do esquema. Os policiais foram presos no início da manhã.

MUDANÇA DE DISCURSO

Tarcísio, que já declarou não estar “nem aí” para a letalidade policial e que, durante a campanha de 2022, chegou a dizer que acabaria com o uso de câmeras corporais no fardamento da tropa, já recuou. Em declarações mais recentes, o governador passou a defender a ampliação do programa.

“Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que eu tive. Hoje estou plenamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. Vamos não só manter o programa, como também ampliá-lo”, afirmou o chefe do Executivo estadual, que já prometeu redesenhar a PM paulista.

O Metrópoles solicitou posicionamento do governo estadual sobre a representação do SASP. O espaço está aberto.

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Câmara dos Deputados defende liberação de emendas em resposta ao ministro Flávio Dino do STF

A Câmara dos Deputados afirmou ao ministro Flávio Dino, do STF, que a liberação das emendas passou por análise de quatro ministérios, além da Presidência. Em um ofício enviado ao magistrado, a Casa argumentou que a liberação das emendas teve o aval do governo federal. O documento foi uma resposta aos pedidos de esclarecimento feitos por Dino, que havia suspendido o pagamento de R$ 4,2 bilhões das verbas.

Segundo a Câmara, o procedimento foi analisado pelos ministérios da Fazenda, Planejamento e Orçamento, Gestão e Inovação e Relações Institucionais, além da Advocacia-Geral da União e da Secretaria Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República. Todos estes órgãos consideraram o procedimento adotado pela Câmara como legal e em conformidade com a decisão do Tribunal.

O documento também refutou a acusação de “manobra” na suspensão das emendas de comissão. A Câmara argumentou que a decisão de suspender as comissões teve o objetivo de acelerar as votações pendentes. Além disso, a Casa solicitou a revogação da decisão do ministro Dino e a liberação dos R$ 4,2 bilhões em emendas.

Na semana passada, Flávio Dino determinou a suspensão imediata do pagamento de 5.449 emendas de comissão, impactando um montante de R$ 4,2 bilhões do orçamento da União. O magistrado justificou sua decisão alegando que o pagamento não poderia ser realizado sem a apresentação das atas das sessões das comissões permanentes da Câmara.

Além disso, o ministro destacou em sua decisão um ofício enviado por 17 líderes partidários ao governo federal, solicitando a liberação do pagamento das emendas, sem a devida identificação dos autores. Dino determinou também a abertura de uma investigação pela Polícia Federal para apurar possíveis irregularidades nos procedimentos realizados.

Diante desse cenário, a polêmica em torno da liberação das emendas parlamentares segue ganhando destaque nos meios políticos e jurídicos. A transparência e legalidade dos procedimentos realizados pela Câmara dos Deputados estão sob escrutínio, enquanto os desdobramentos dessa situação ainda estão sendo aguardados. É importante que as instituições atuem de forma transparente e dentro da legalidade para preservar a integridade das ações governamentais.

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